A humanidade utiliza na atualidade 50% da água doce do planeta. Em 40 anos utilizará 80%. A distribuição geográfica da água doce é desigual. Atualmente 1/3 da população mundial vive em regiões onde ela é escassa. O uso da água imprópria para o consumo é responsável por 60% dos doentes do planeta. Metade dos rios do mundo está contaminada por esgoto, agrotóxicos e lixo industrial. Relatório da ONU sobre o uso da água confirma que, sem medidas contra o desperdício e a favor do consumo sustentável, o acesso à água potável e ao saneamento será ainda mais reduzido (AGÊNCIA BRASIL. Falta saneamento básico para 2 bilhões de pessoas no mundo, diz ONU. Disponível no website <https://agenciabrasil.ebc.
A UNICEF informa que a cada 15 segundos, uma criança morre de doenças relacionadas à falta de água potável, de saneamento e de condições de higiene no mundo. Em todos os anos, 3,5 milhões de pessoas morrem no mundo por problemas relacionados ao fornecimento inadequado da água, à falta de saneamento e à ausência de políticas de higiene, segundo representantes de 28 organismos das Nações Unidas, que integram a ONU-Água. No Relatório sobre o Desenvolvimento dos Recursos Hídricos, documento que a ONU-Água divulga a cada três anos, os pesquisadores destacam que quase 10% das doenças registradas ao redor do mundo poderiam ser evitadas se os governos investissem mais em acesso à água, medidas de higiene e saneamento básico.
As doenças diarreicas poderiam ser praticamente eliminadas se houvesse esse esforço, principalmente nos países em desenvolvimento. Esse tipo de doença, geralmente relacionada à ingestão de água contaminada, mata 1,5 milhão de pessoas anualmente. Vários fatores influenciam na ocorrência das diarreias, como a disponibilidade de água potável, intoxicação alimentar, higiene inadequada e limpeza de caixas d'água (GONÇALVES, CAROLINA. Falta de água de qualidade mata uma criança a cada 15 segundos no mundo, revela Unicef. Disponível no website <http://www.ebc.com.br/
Apesar da quantidade de água disponível no mundo ser constante, a demanda, entretanto, é crescente, devido ao aumento da população e da produção agrícola, gerando um clima de incertezas e a possibilidade de ocorrência de conflitos internos em vários países e, também, conflitos internacionais. A OCDE afirma que os conflitos normalmente ocorrem dentro de um mesmo país, já que a população tem necessidades diferentes em relação à utilização da água (para a agricultura ou o consumo, por exemplo) e isso gera disputas (VOCÊSABIA? Escassez de água na Terra vai gerar conflitos. Disponível no website <http://www.vocesabia.net/
A água está se convertendo em uma fonte geradora de guerras devido à competição internacional pelos recursos hídricos. Muitos países constroem grandes represas desviando a água dos sistemas naturais de drenagem dos rios em prejuízo de outros. Os principais conflitos pela água no mundo atual envolvem Israel, Jordânia e Palestina pelo Rio Jordão, Turquia e Síria pelo Rio Eufrates, China e Índia pelo Rio Brahmaputra, Botswana, Angola e Namíbia pelo Rio Okavango, Etiópia, Uganda, Sudão e Egito pelo Rio Nilo e Bangladesh e Índia pelo Rio Ganges. No continente americano, o conflito entre Estados Unidos e México pela água do Rio Colorado se intensificou em anos recentes (TAGUCHI, Clarissa. Ver para crer: uma guerra pela água pode estar prestes a ser travada. Disponível no website <http://panoramaecologia.
Relatório divulgado pelas Nações Unidas em 20/03/2015 informa que, se nada for feito, as reservas hídricas do mundo podem reduzir 40% até 2030 apontando ainda que 748 milhões de pessoas no planeta não terão acesso a fontes de água potável. Outra conclusão é que o Brasil está entre os países que mais registraram estresse ambiental após alterar o curso natural de rios. De acordo com o documento, 20% dos aquíferos mundiais já são explorados excessivamente, o que pode gerar graves consequências como a erosão do solo e a invasão de água salgada nesses reservatórios. Os cientistas preveem ainda que em 2050, a agricultura e a indústria de alimentos vão precisar aumentar em 400% sua demanda por água para aumentar a produção.
Relatório da ONU divulgado hoje (22/3/2023) mostra que o planeta Terra está sob risco iminente de escassez de água. O aviso foi divulgado no Dia Mundial da Água e um dia antes da conferência das Nações Unidas sobre a água, que começa hoje (22/3). No relatório, a ONU alerta que a escassez de água está se tornando um problema endêmico, por causa de três fatores - poluição, demanda exagerada e, claro, as mudanças climáticas. Os cientistas afirmam que 3,5 bilhões de pessoas - ou seja, quase metade da população global - já enfrentam condições de estresse hídrico durante uma parte do ano. Pelo menos 2 bilhões de pessoas não têm acesso a água potável e até 3,6 bilhões de pessoas não dispõem de condições mínimas de saneamento básico. O relatório faz ainda uma projeção: nas cidades, o número de pessoas que vai enfrentar escassez de água pode chegar a 2,5 bilhões até 2050 - quase o dobro com relação a dados de 2016. Os responsáveis pelo estudo afirmam que somente uma gestão efetiva e cuidados com a água podem garantir recursos no futuro (G1.GLOBO. Planeta está sob risco iminente de escassez de água, diz ONU. Disponível no website
A situação acima descrita tende a se agravar diante da deficiência e irracionalidade nas políticas relativas à proteção do meio ambiente natural, entre os quais estão os mananciais e cursos d 'água e a péssima gestão do saneamento básico em inúmeros países do mundo. Além disso, os conflitos internacionais pelo uso da água não serão devidamente solucionados pela ausência de um organismo internacional com suficiente autoridade que possibilite sua solução. Os conflitos pela água tendem a se agravar ainda mais com a desertificação intensificada pelas mudanças climáticas resultantes do aquecimento global. Além disso, diariamente, rios, riachos, lençóis e aquíferos são contaminados pelos sistemas de esgoto mal tratados, pelo uso de agrotóxicos das lavouras e pelo descarte de lixo tóxico das indústrias.
* Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.
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