Em uma publicação no Facebook, Leonelli lembra que a formação inicial da chapa governista era Jaques Wagner (PT) disputando o governo da Bahia, o senador Otto Alencar (PSD) brigando pela reeleição, e o PP indicando o seu postulante a vice-governador.
“Um governador (Rui Costa), um ex-governador (Jaques Wagner) e um ex-presidente (Lula) são os donos do destino político da Bahia? E pela eventual volta da direita ao Governo do Estado?”, questionou, em uma publicação na sua conta no Facebook. “Por enquanto quem está ganhando com a implosão da chapa majoritária PT-PSD-PP que concorreria às próximas eleições na Bahia, é o jovem candidato da Arena-PDS-PFL-DEM-União Brasil, ACM Neto”, acrescentou.
Leonelli declarou ainda que Rui Costa deveria permanecer no governo por uma “necessidade política dada a força da candidatura de ACM Neto”. Também criticou a falta de diálogo na base petista.
“As possíveis razões desse cavalo-de-pau (na chapa) num transatlântico são puramente petistas e não consideraram as outras forças progressistas da Bahia. Atribui-se a responsabilidade a Lula querendo trazer o PSD para sua aliança eleitoral já no primeiro turno, e ao desejo de Rui Costa de aproveitar os altos índices de aprovação governo para candidatar-se ao Senado. E a Wagner a compreensão de que sua eleição seria muito difícil se Rui abandonasse o governo em abril. O que veio antes ou depois: a candidatura de Rui ao senado, a manobra de Lula junto ao PSD, usando a Bahia como moeda troca, ou a chateação de Wagner? Sinceramente não importa a ordem desses fatores. Permanece a indagação: a cúpula do (PT) tem o direito de decidir dessa envergadura sem consultar nem as lideranças dos partidos aliados, nem a sociedade, nem os parlamentares e nem as bases do próprio PT?”, questionou.
“Ressalte-se aqui o bom senso e a dignidade do senador Oto Alencar que, pelo menos inicialmente, resistiu a essa manobra que o levaria a uma candidatura para a qual não se preparou nem desejava. E embora tenha sido todos esses anos um firme aliado da esquerda no Senado, deve saber que ao disputar o governo, o primeiro argumento dos adversários será o de que a disputa se dará entre o velho 'carlismo' representado por ele e o novo carlismo representado por ACM Neto”, acrescentou.
Para Leonelli, a ação do (PT) na Bahia prejudica a formação de uma federação entre o Partido dos Trabalhadores e o PSB. “Esse comportamento da cúpula do (PT) joga água no moinho dos que estão contra a formação da Federação que uniria as esquerdas, exatamente com o argumento do hegemonismo do (PT). Uso o argumento contrário: se já estivéssemos organizados numa federação a cúpula do (PT) teria muito mais dificuldade para tomar uma atitude tão desrespeitosa e autoritária”, emendou.
Este texto é uma reprodução do site do Jornal Tribuna da Bahia ‘on-line’, Por Rodrigo Daniel Silva, Salvador (03/03/2022).
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