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Trabalho de análise de solo intermediado pelo Governo do Estado auxilia produtores e impulsiona produção agrícola

Serviço é realizado por meio do ITPS, com intermediação da Emdagro, com cerca de 1.200 análises e mais de 10 mil ensaios concluídos

31/05/2025 às 13h17
Por: Redação Fonte: Secom Sergipe
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Foto: Thiago Santos
Foto: Thiago Santos

O trabalho dos produtores no campo vai muito além da simples plantação. Todo o processo demanda bastante cuidado, para que a colheita seja feita nas melhores condições possíveis. Neste sentido, o Governo do Estado realiza - por meio do Instituto Tecnológico e de Pesquisas do Estado de Sergipe (ITPS), com intermediação da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro) - a análise do solo, voltada a agricultores em situação de vulnerabilidade. Até agora, já foram realizadas cerca de 1.200 análises, o que totaliza cerca de 10 mil ensaios. A iniciativa auxilia os produtores sergipanos na garantia de melhores resultados.

O ITPS é o único instituto tecnológico de pesquisa pertencente ao Estado que realiza a análise de fertilidade do solo, de macro e micronutrientes. Por meio desse serviço, todo produtor recebe a recomendação de adubação adequada para a cultura que irá plantar. A proposta é conscientizar o agricultor sobre a importância da análise, dando mais segurança para uma colheita apropriada. O serviço é fundamental, especialmente para os pequenos agricultores que, muitas vezes, não têm condições técnicas ou financeiras para arcar com o custo da análise, e recebem o serviço de forma gratuita.

A diretora-técnica do ITPS, Lúcia Calumby, explica a importância do serviço ofertado pelo Estado. “Muitas vezes, o agricultor chega em uma loja e compra um adubo sem saber do que o solo precisa. Faço sempre uma correlação com a análise de sangue que as pessoas fazem. Da mesma forma que precisamos saber como está nosso organismo para tomar o remédio certo, precisamos saber como está o solo para aplicar o adubo correto. Essa é a chamada recomendação de adubação", pontua.

Este trabalho feito pelo ITPS tem início no ‘Sergipe é aqui’, programa de governo itinerante que leva serviços do Estado aos municípios. O instituto disponibiliza uma média de 30 análises de solo por edição do programa, e as amostras colhidas são preparadas em uma sala específica, para serem encaminhadas ao laboratório. Lá, é feita a análise de fertilidade completa, gerando um laudo técnico enviado à Emdagro, que é repassado aos agricultores. Desta forma, o produtor compreende as necessidades do solo, as mudanças de perfil do solo e a importância da adubação correta.

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A pesquisadora e coordenadora do Laboratório de Solos do ITPS, Anairam Melo, explicou, também, a importância logística deste trabalho, auxiliando diretamente os produtores. “Os técnicos agrícolas interpretam os dados e orientam sobre como adubar corretamente. Com isso, os produtores economizam no uso de fertilizante, aumentam a produtividade e evitam prejuízos ao solo. Isso também impede que o produtor cometa erros, prejudicando a próxima plantação", afirma.

Esse conhecimento técnico não vem apenas do ITPS, mas, também, da Emdagro, que colabora com a orientação. A empresa pública sergipana faz o contato com o campo, por meio da sua equipe de extensionismo, identifica os agricultores, coleta as amostras e faz as entregas ao ITPS. “Esse é, normalmente, um serviço pago, pois o ITPS é um prestador de serviços à sociedade, mas, nesse caso, a gratuidade foi viabilizada pelo governo para atender agricultores em situação de vulnerabilidade”, acrescenta Lúcia Calumby.

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Auxílio importante

Até agora, já foram realizadas cerca de 1.200 análises. Como em cada amostra são feitos nove testes diferentes, isso representa cerca de 10 mil ensaios. Além disso, muitas vezes também é feita a análise de textura do solo. O agricultor já chega dizendo o que pretende plantar e, com isso, é feita a recomendação de adubação específica, poupando o produtor de contratar uma consultoria à parte. “Já tivemos casos concretos de diferença significativa após a análise. Uma produtora, por exemplo, cultivava maracujá e capim em duas áreas. Pela análise, recomendamos inverter: onde estava o maracujá, ela deveria plantar capim, e vice-versa. Ela estava cansada de plantar e ver as plantas morrerem e, com essa orientação, conseguiu evitar prejuízo e aumentar seus ganhos", pontua Anairam Melo.

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Os agricultores beneficiados têm expressado, ainda, a satisfação com o programa de análise de solos, e a importância que ele tem tido em seus trabalhos. É o caso de Manoel Messias dos Santos, 47 anos, que esteve no ‘Sergipe é aqui’ em São Francisco para a consultoria. “Esse trabalho nos ajuda demais porque a gente sabe o que fazer na terra. É um processo caro, que tem um deslocamento longo. Aqui, já poupa a gente disso tudo, e ajuda bastante a mim e minha família", pontua.

Outro produtor beneficiado em São Francisco, Flávio Pereira, 39 anos, cita como ponto positivo a economia feita com o procedimento. O processo é muitas vezes caro e exclusivamente realizado em Aracaju, por isso, o trabalho do Governo do Estado fornece de graça um serviço que, em condições normais, seria inviável. “Essa iniciativa é de grande importância. A partir dela, temos conhecimento da forma correta de trabalhar o solo, com o auxílio do governo. Fazer isso por conta própria é caro, então receber essa ajuda é uma bênção. A partir de uma orientação, desse apoio especializado, o nosso trabalho vai melhorar”, considera.

Além da ação no ‘Sergipe é aqui', os profissionais vão até as propriedades, para a análise presencial com as devidas indicações. O produtor Igor Araújo Santana, 32 anos, chegou a perder plantações grandes por conta de bactérias no solo, e tem a preocupação com sua terra como prioridade. “Eles já foram até a minha propriedade e o contato foi bom. Os profissionais nos indicaram a melhor forma de como fazer a análise do solo, e essas orientações são fundamentais. Eu, por exemplo, tenho uma plantação de mandioca, e o trabalho correto com o solo melhora nossa plantação, para sair com boa qualidade”, revela. 

Fortalecimento econômico e social

A iniciativa do Governo do Estado também tem uma importância econômica. Isso porque, a partir da recomendação correta, os agricultores irão adubar corretamente e colher mais. “Assim, eles terão uma produção melhor a cada ano. Isso gera um ganho para ele e, também, para o estado. Uma agricultura mais produtiva fortalece a economia", acrescenta Anairam Melo.

Além disso, o trabalho do ITPS ganha reconhecimento além do estado, potencializando o nome de Sergipe. Segundo Lúcia Calumby, o Laboratório de Solos, que completará 50 anos em 2026, tem feito parcerias com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre o tema. “O laboratório já serviu como banco de dados para uma publicação realizada em parceria com a Embrapa e universidades, que mapeou a fertilidade dos solos de Sergipe. Agora, com os novos dados por meio do ‘Sergipe é aqui’, a Embrapa já está solicitando uma atualização. Isso mostra a nossa importância para a agricultura sergipana”, frisa. 

Outro ganho fundamental é o social. A análise de solos voltada a pequenos produtores traz benefícios econômicos e estruturais, modificando diretamente a realidade dessas pessoas. É o que relata o produtor Manoel Messias dos Santos. “Na minha casa, moro com esposa e cinco filhos. São sete pessoas em casa, meus filhos estudam, e preciso sustentá-los. Com essa análise de solo, os meus filhos também sabem o que colocar na terra. Tudo isso é muito importante”, exalta.

“O Governo do Estado está de parabéns ao proporcionar esse serviço. É uma oportunidade para produtores de baixa renda melhorarem seus solos e aumentarem a produtividade. E não é só para o pequeno produtor, há agricultores que exportam frutas, como laranja, e também estão sendo beneficiados. Enfim, é uma soma de esforços para melhorar produtividade, sustentabilidade e qualidade de vida”, complementa Anairam Melo.
 

Foto: Thiago Santos
Foto: Thiago Santos
Foto: Thiago Santos
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Foto: Thiago Santos
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Manoel Messias dos Santos, produtor de São Francisco beneficiado pelo programa de análise do solo / Foto: Erick O'Hara
Manoel Messias dos Santos, produtor de São Francisco beneficiado pelo programa de análise do solo / Foto: Erick O'Hara
Flávio Pereira, produtor de São Francisco beneficiado pelo programa de análise do solo / Foto: Erick O'Hara
Flávio Pereira, produtor de São Francisco beneficiado pelo programa de análise do solo / Foto: Erick O'Hara
Igor Araújo Santana, produtor de São Francisco beneficiado pelo programa de análise do solo / Foto: Erick O'Hara
Igor Araújo Santana, produtor de São Francisco beneficiado pelo programa de análise do solo / Foto: Erick O'Hara
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