Grupos terapêuticos fazem parte da rotina dos pacientes da CCC, seja qual for a patologia
Quando um paciente está internado, é aplicado um tratamento clínico no leito. Mas é possível integrar diferentes formas de intervenções fora do leito. É com essa proposta que a Casa de Cuidados do Ceará (CCC), unidade de transição hospitalar da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), atua, por meio de uma equipe multidisciplinar, com as pessoas internadas no equipamento.
Seja qual for o diagnóstico do paciente, as atividades em grupo têm diferentes objetivos, mas um ponto em comum é a integração e o convívio social. No caso dos pacientes com tuberculose, por exemplo, há o grupo “Inspirar”, conduzido por psicóloga e terapeuta ocupacional com atividades diversas como: psicoeducação, estimulação cognitiva, motora e social. É também um espaço de escuta, acolhimento e troca de experiência.
“O isolamento acarretado pelo tratamento, pode gerar impactos no humor e nas relações sociais. Por isso é importante promover atividades em que eles se sintam acolhidos e que também promovam a socialização”, explica a psicóloga Ariana Matias.
Grupo Conexão trabalha atividades manuais, promovendo melhorias cognitivas
O grupo mais recente é o “Volta por Cima”, que tem o intuito de abordar reflexões sobre projetos de vida, voltado também aos pacientes em reabilitação por tuberculose. “É importante pensar sobre solidariedade, viver em grupo, se ajudar. A gente precisa do apoio do outro. O que eu mais gosto no grupo são as palavras de conforto da psicóloga, me sinto revigorada, faz a diferença”, comenta a paciente Raquel Fonseca, 36.
Os pacientes em tratamento de tuberculose também são assistidos pela equipe de fisioterapia no grupo “Respira” que promove atividades que estimulem os movimentos do corpo, além do “Educação e Saúde” com a enfermagem que tem a proposta de tirar dúvidas sobre a doença.
Não só os pacientes com tuberculose são assistidos em grupos, mas também outros que estejam em condições clínicas para sair do leito. É o caso de outro grupo de humanização promovido na CCC: o Conexão. O intuito é favorecer a cooperação, competição, promover melhorias na memória, no humor, no retardo do declínio cognitivo e no nível de autonomia.
Grupo Bem Cuidado é exclusivo para os cuidadores da CCC e voltado para questões relacionadas à saúde mental desse público
“Sempre pensamos no bem-estar de nossos pacientes, por isso ouvimos todas as sugestões que chegam até nós. Ações do tipo colaboram com o tratamento e a evolução do paciente”, explica Gardênia Leão, terapeuta ocupacional da CCC.
Os grupos são ministrados pela equipe multidisciplinar da CCC
A equipe também lançou o grupo “Letras e Sentimentos” cujo objetivo é estimular a própria expressão dos sentimentos a partir da letra da música executada. “A música ajuda a relaxar, estimula a criatividade, auxilia na insônia e alivia o estresse”, acrescenta a profissional.
Há também um grupo voltado exclusivamente para os pacientes em ventilação mecânica. O “Papo Ventilado” tem o objetivo de promover rodas de conversa com pacientes e cuidadores sobre ventilação mecânica e tirar todas as dúvidas. Toda essa capacitação tem o intuito de preparar o cuidador para continuar o tratamento com o paciente após a alta.
Os cuidadores também possuem um grupo exclusivo para eles. O “Bem Cuidado” promove momentos de escuta e acolhimento aos cuidadores do equipamento de saúde, em que são trabalhadas técnicas para o controle do estresse e aumento do autocuidado. A cuidadora Flávia Helena da Silva, 49, participou pela primeira vez do grupo e gostou tanto da experiência, que pretende repetir. “A gente relaxa. Gostei demais. Eu posso afirmar que saí mais leve”, comenta.
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