Primeira paciente é atendida pelo Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE) no Ceará

Claudiene Martins é a primeira paciente a ser atendida pelo Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE) no Ceará

Em processo de investigação de um câncer de mama, Claudiene Martins, 45, demorou pouco mais de uma semana para ter sua consulta com o mastologista. A paciente é a primeira a ser atendida pelo Programa Mais Acesso a Especialistas (PMAE) no Ceará. Em parceria com a Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), a iniciativa no estado tem o objetivo de ampliar o acesso a consultas com especialistas e exames, em cinco especialidades médicas. O Ceará foi um dos pioneiros no país a aderir ao programa, com a participação de 100% dos municípios.

Com o PMAE, o paciente passa a receber uma Oferta de Cuidados Integrados (OCI) — conjunto de serviços que inclui consultas especializadas, exames e diagnóstico — e, em seguida, é encaminhado para o tratamento. Tudo isso em uma fila única. O objetivo é reduzir o tempo entre a consulta na Atenção Primária e o início do tratamento, principalmente em casos oncológicos.

Claudiene Martins, que reside em Barreira, município da região do Maciço de Baturité distante 80 km de Fortaleza, foi até o posto de saúde da sua cidade no dia 13 de fevereiro. O médico generalista, ao examiná-la, solicitou, não apenas uma consulta com o mastologista, mas também a mamografia para investigar um possível diagnóstico de câncer de mama.

A paciente realizou tanto a consulta com o especialista, como o exame de imagem nesta terça-feira (25) no Instituto de Prevenção do Câncer (IPC), unidade da Rede Sesa, por meio do Programa, e já saiu com a data do retorno ao mastologista, no dia 20 de março.

A paciente realizou tanto a consulta com o especialista, como o exame de imagem nesta terça-feira (25) no Instituto de Prevenção do Câncer (IPC)

“Estou feliz com a rapidez da consulta porque quanto antes a gente souber do resultado, melhor, para poder tratar. Fiquei até surpresa com a ligação rápida. Demorou só oito dias entre eu entregar o papel na secretaria e ser atendida, para fazer o exame”, relata.

Adesão

O Ceará foi um dos estados pioneiros tanto na adesão dos municípios, como na programação dos atendimentos do PMAE. “Tivemos uma adesão de 100% dos municípios e também demos um passo além na programação, a partir da criação de cinco planos de ação regionais, no qual os estabelecimentos farão a execução e a operacionalização do programa”, destaca coordenadora das Redes de Atenção à Saúde da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Rianna Nobre.

Com a adesão de todos os municípios cearenses, o PMAE busca qualificar o cuidado e o acesso às consultas e exames especializados, a partir do encaminhamento das equipes de Atenção Primária. Inicialmente, o programa irá atender cinco especialidades: oncologia, cardiologia, ortopedia, oftalmologia e otorrinolaringologia.

Integração entre Atenção Primária e Especializada

O objetivo principal do programa, segundo Rianna Nobre, é dar celeridade ao processo de diagnóstico e início de tratamento com acompanhamento especializado, tendo em vista que o paciente não terá apenas a consulta, mas exames e retorno agendados. “Esse novo modelo irá facilitar o acesso aos diagnósticos”, diz.

Para a gestora, o novo modelo impacta especialmente na integração entre as redes de assistência. “O principal diferencial é a integração entre os níveis de atenção, em que temos a atenção ambulatorial especializada dialogando com a atenção primária e vice-versa. Nesse novo modelo, o usuário do posto de saúde terá seu cuidado compartilhado com a atenção especializada e depois voltará ao médico da família”.

A médica ginecologista do IPC, Christiana Teófilo, acredita que a implantação do PMAE no Ceará poderá contribuir com o aperfeiçoamento dos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS). “Por esse programa dar acesso mais rápido às especialidades medicas, isso vai ter um impacto grande no futuro, porque vai prevenir doenças. Com acesso mais rápido aos especialistas e exames feitos de forma mais precoce, poderemos evitar alguns tipos de câncer no futuro. Participar desse programa é muito importante para aperfeiçoar os serviços do SUS e trazer uma adequação melhor dos fluxos”, finaliza.