A equipe de enfermagem da Vila do Ancião, em Teresina, participou de uma capacitação técnico-profissional para aprofundar o conhecimento sobre o funcionamento das Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI), discutir o papel da enfermagem na assistência integral à pessoa idosa institucionalizada e identificar desafios e boas práticas no cuidado de longo prazo. O treinamento contou com a presença da superintendente de Promoção de Direitos da Pessoa Idosa das Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (Sasc), Gilvana Gayoso, além da equipe multidisciplinar da instituição.
A capacitação foi realizada pela enfermeira Maria Tamires Alves Ferreira, da ILPI São José, em Parnaíba, que abordou temas como, o envelhecimento populacional, a Resolução da Diretoria Colegiada (RDC 502, de 27 de maio de 2021), a Resolução do COFEN 620/2019, que define as atribuições dos profissionais de enfermagem, e a importância do trabalho em equipe. Segundo ela, "liderar não é impor, mas sim despertar nos outros a vontade de fazer".
No segundo dia de capacitação, a palestrante iniciou as atividades com um estudo de caso: a história de Safira, uma idosa de 82 anos, mãe de quatro filhos. A partir desse relato, os participantes foram desafiados a identificar as principais Síndromes Geriátricas, conhecidas como os "7 Is": imobilidade; instabilidade postural; incapacidade cognitiva; insuficiência familiar; incontinências (urinária e fecal); iatrogenia (alterações patológicas causadas por práticas médicas inadequadas); e incapacidade comunicativa.
Outro ponto amplamente discutido foi a questão das quedas, um problema recorrente entre os idosos. "É essencial realizar uma avaliação geriátrica com medidas corretivas, como o uso racional de medicamentos, avaliação da acuidade visual, acompanhamento nutricional, prática de atividades físicas, bem como denúncia de suspeitas de maus-tratos e correção de fatores ambientais para evitar as quedas, como a retirada de tapetes", explicou Tamires.
A enfermeira também destacou a importância da avaliação funcional da pessoa idosa, que inclui atividades básicas do dia a dia, como alimentar-se, tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro e manter o controle sobre suas necessidades fisiológicas. Já que em casos de limitação dessas funções, a presença de um cuidador se torna essencial.
Outro tema enfatizado foi a depressão entre as pessoas idosas, um problema muitas vezes negligenciado. "É comum que pessoas próximas atribuam o isolamento e a tristeza do idoso ao próprio envelhecimento, mas é fundamental estar atento. Se houver diminuição do interesse ou prazer nas atividades diárias, isso deve ser investigado", alertou a enfermeira.
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