Os números de internos do sistema prisional do Piauí matriculados em programas de educação básica são expressivos: 772 estão inseridos em programas de alfabetização, 316 cursam o ensino fundamental, e 108 frequentam o ensino médio. Essa presença em sala de aula representa uma chance concreta de superação de barreiras educacionais, oferecendo aos detentos a oportunidade de retomarem seus estudos, muitos dos quais foram interrompidos antes mesmo do ingresso no sistema prisional.
Por conta disso, a Secretaria da Justiça do Piauí tem se destacado na promoção da educação dentro do sistema prisional, uma iniciativa que vai ao encontro do que é previsto pela Lei de Execuções Penais, a qual garante aos internos o direito à educação. Esse esforço visa tanto o desenvolvimento pessoal quanto a reintegração social dos internos, oferecendo oportunidades de transformação por meio do conhecimento e da qualificação profissional.
Além da educação formal, a participação em exames nacionais tem ganhado força no estado. Este ano, 3.084 internos se inscreveram no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA), que possibilita a conclusão dos ensinos fundamental e médio, aumentando as chances de reintegração social e profissional. Outro marco importante é a participação de 53 internos na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), uma iniciativa que desperta o interesse pelo conhecimento matemático e estimula o desenvolvimento do raciocínio lógico entre os participantes.
A leitura também ocupa um papel central nas ações educativas no sistema prisional. Neste ano, 8.670 internos participaram do projeto de Leitura Livre, um aumento significativo em relação ao ano anterior, quando 2.915 pessoas participaram. A leitura é vista como uma ferramenta poderosa para a transformação pessoal, proporcionando aos internos novos horizontes, reflexões e perspectivas. O crescimento desse projeto reflete o interesse cada vez maior dos apenados em buscar novas formas de conhecimento.
A qualificação profissional, por sua vez, é outro eixo fundamental para a ressocialização. No último período, foram oferecidos 18 cursos profissionalizantes, abrangendo áreas como mecânica, panificação, eletricidade, entre outras. Como resultado dessas iniciativas, 514 internos foram certificados, o que representa um avanço considerável na preparação para o mercado de trabalho. Além disso, a Sejus ofereceu uma ampla gama de cursos online e presenciais, culminando na certificação de 1.242 internos, um marco importante no processo de qualificação.
Paralelamente à educação, o trabalho tem sido uma ferramenta eficaz dentro do sistema prisional piauiense. Atualmente, 1.046 internos estão envolvidos em atividades laborais, que vão desde a produção de itens dentro das unidades prisionais até a prestação de serviços para a comunidade. Essas ações não só contribuem para o aprendizado de novas habilidades, mas também permitem que os internos contribuam com a sociedade de forma produtiva e significativa.
A Secretaria da Justiça do Piauí tem mostrado que é possível transformar vidas por meio de uma educação inclusiva e de oportunidades de trabalho. Ao investir na formação intelectual e profissional dos internos, o estado contribui para a redução da reincidência criminal e promove a construção de uma sociedade mais segura e justa. Essas ações não apenas humanizam o sistema prisional, mas também criam um ambiente de esperança e transformação, mostrando que o futuro pode ser diferente para aqueles que escolhem trilhar um novo caminho.
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