A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) apresentou nesta quinta-feira (26/12), em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri, o balanço das investigações sobre o acidente na BR-116 na madrugada do último sábado (21/12).
Nesta manhã, uma equipe de peritos criminais, especializada na apuração de acidentes de trânsito, compareceu à região para a realização de levantamentos com o scanner 3D, equipamento que permite coletar imagens e posteriormente criar modelos de simulação.
Conforme adiantou o chefe do 15º Departamento de Polícia Civil em Teófilo Otoni, delegado Amaury Tomaz Tenório de Albuquerque, as providências tomadas pela PCMG, no mesmo dia do acidente, incluíram a perícia do local, além da realização de exames periciais e coleta de vestígios importantes para a condução dos trabalhos policiais.
Além disso, foi realizada, na ocasião, a remoção de todos os corpos das vítimas, que passaram por necropsia em Teófilo Otoni, e outros, que apresentavam mais carbonização, para o Instituto Médico Legal (IML) em Belo Horizonte. Quarenta e um corpos deram entrada na unidade na capital.
“Estamos concentrados agora em determinar qual foi exatamente a dinâmica e as circunstâncias desse grave e trágico acidente para que, assim, possamos apresentar ao Ministério Público meios de apontar com a responsabilização sobre o que ocorreu”, ressaltou.
Identificação
O perito criminal Felipe Dapieve, da Superintendência de Polícia Técnico-Científica da PCMG, esclareceu que dos 16 corpos identificados até o momento, 14 já foram retirados pelos familiares no IML, sendo 13 por papiloscopia (exame das digitais) e três por odontologia legal (comparação de exames da arcada dentária).
Dapieve salienta que as vítimas foram removidas, em sua maioria, carbonizadas, o que impediu o reconhecimento do restante dos corpos pelos mesmos meios.
“Já coletamos o material genético dos familiares dessas vítimas remanescentes, que passaram por confronto de DNA pela equipe especializada do Instituto de Criminalística em Belo Horizonte”, adiantou.
O perito ressaltou ainda: “não é necessário que os parentes dessas vítimas compareçam a Minas Gerais para ceder o material biológico, a coleta pode ser feita na Polícia Civil dos estados de origem e por meio do Banco Nacional de Perfis Genéticos, procederemos ao confronto”.
De acordo com Dapieve, a liberação dos corpos no IML de Belo Horizonte não depende do comparecimento presencial do parente, bastando uma procuração para que sejam removidos.
Investigação
Durante coletiva de imprensa, o delegado Amaury Tomaz reafirmou o compromisso da Polícia Civil com o esclarecimento de todos os fatos que envolvem o acidente e que, até o momento, nenhuma linha investigativa foi descartada.
“Ouvimos os motoristas envolvidos nos fatos, aguardamos a análise pericial dos vestígios encontrados, incluindo imagens recolhidas de câmeras de gravação da rodovia – que serão melhoradas no Instituto de Criminalística –, exames toxicológicos e recolhimento de tacógrafo. Além disso, estamos refazendo todo o trajeto dos veículos envolvidos”, revelou.
“Queremos saber exatamente quando cada um dos motoristas parou, por quanto tempo, as condições de manutenção dos veículos, dos pneus, da carga transportada pelo caminhão, enfim, tudo o que pudermos combinar entre provas testemunhais e técnicas em um trabalho minucioso”, detalhou.
Acolhimento
A Polícia Civil disponibilizou um telefone para oferecer acolhimento e instruções aos familiares sobre o processo de identificação: (31) 3379-5059.
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