Myrian faz parte da Unidade Curricular Eletiva Jovem Empreendedor e, após cumprir os requisitos necessários, foi indicada pela Associação Junior Achievement (JA Ceará), que tem parceria com a Secretaria da Educação (Seduc), para participar da vivência.
“A experiência no Space Camp foi muito melhor e maior do que eu pensei que fosse. Além dos conhecimentos técnicos aprendidos nas atividades de produção de foguete, simulações de voo e missões espaciais, o que eu mais aprendi foi como trabalhar em equipe. Logo no começo fomos divididos em times, o meu foi o Integrity (integridade), e os outros 14 jovens que estiveram comigo nele foram muito especiais nesse processo. A equipe do Space Camp sabia que a cooperatividade era a chave para a nossa semana, por isso, eles nos conduziram para a ‘Area 51’, um lugar onde tivemos dinâmicas muito engraçadas que envolviam comunicação”, ressalta.
Para a estudante, ver as estruturas dos foguetes, aprender sobre a história de cada um e passar o dia naquele mundo foi “mágico”. Além disso, a programação do Space Camp, segundo a jovem, possibilitou acesso a palestras com pessoas experientes, que contaram sobre a própria trajetória e deram dicas de como “sair da zona de conforto” e lidar com desafios.
“Houve também uma simulação de missão espacial, em que eu particularmente estava nervosa, por ter a função de ‘Flight director’: teria que conduzir a nossa missão. A semana foi desafiadora, tanto por nunca ter vivido nada parecido com aquilo, quanto por ser algo que realmente exigiu muito de mim. Éramos jovens vendo um mundo novo, com coisas que gostávamos e estávamos interessados. Cada um veio de uma realidade diferente e estava tendo sua própria experiência, mas ainda conseguíamos compartilhar nossos dias uns com os outros. Aquela semana me fez ir além no conceito de sonhos e possibilidades, percebendo como o esforço e as oportunidades são importantes na vida”, observa
Além de viajar pela primeira vez para fora do país, a estudante cearense também acumulou na bagagem experiências como a baixa gravidade. “Nós também usamos o equipamento MAT, Multi-Axis Trainer, que simulava a desorientação que os astronautas poderiam sentir no espaço. Eu só conseguia ver meus amigos de cabeça pra baixo e o mundo girando naquilo, mas ri bastante das reações deles também”, rememora.
Myrian dividiu a vivência com estudantes brasileiros de outros estados, mas também interagiu constantemente com estrangeiros. Numa das atividades da agenda, que envolvia a construção, programação e lançamento de um foguete, a aluna de Carnaubal agiu em conjunto com jovens canadenses e um coreano.
“Eu, como brasileira, nunca tendo viajado para o exterior antes, senti a diferença na cultura, no modo de agir, na fala, e meus amigos me ajudaram a me sentir acolhida. Tínhamos que discutir e apresentar algum tema, e o nosso foi esportes. Quando os meninos falavam mandarim, meu colega Ernest falava que ia traduzir para mim. Eu só conseguia achar irônico e divertido, pois ele traduziria para o inglês. As brincadeiras no nosso grupo todo junto ainda estão vívidas na minha memória”, relembra.
Os critérios para a seleção eram ter entre 16 e 18 anos até a data do acampamento, fazer parte de algum projeto da Junior Achievement (no caso, Myrian atua no projeto Miniempresa), ter participado de olimpíada na área de STEAM (sigla para Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), ser proveniente de escola pública ou bolsista em escola particular, ter conhecimento da língua inglesa, além de fazer um vídeo falando em inglês explicando por que gostaria de participar da iniciativa.
“Senti-me honrada por ter vivido tudo aquilo, por ter conseguido fazer valer a pena todos os esforços conjuntos que me levaram até aquele momento. Sou especialmente grata a Deus, por ter me capacitado; à minha mãe e família, por terem me apoiado desde o começo a embarcar nessa aventura, às minhas amigas e amigos do Brasil, que me ajudaram e compartilharam da minha felicidade; ao meu professor Edson, que esteve desde o princípio apoiando; também ao meu diretor escolar Helton, por ter me encorajado; à Seduc, JA Brasil e JA Ceará, por terem auxiliado na questão que envolvia meus documentos. Cada um teve sua parcela para a minha vitória, porque me ajudaram na luta”, finaliza.
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