O Hospital Geral de Fortaleza (HGF), equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), é um dos pioneiros no tratamento de doenças neurológicas autoimunes no estado. Há 15 anos, a unidade mantém o Centro Interdisciplinar de Atendimento, Pesquisa e Ensino em Neuroimunologia (Ciapen). O espaço é referência no atendimento a doenças como a esclerose múltipla (EM) e a neuromielite óptica (NMO).
Em 2019, aos 25 anos, o estudante Sérgio Madeira recebeu um grande susto ao ser diagnosticado com EM após uma lesão medular. Embora estivesse sendo atendido no sistema de saúde privado, os médicos o orientaram a buscar tratamento no HGF. “Foi uma excelente recomendação, pois, felizmente, consegui estabilizar a doença. Hoje, com o apoio de toda a equipe, consigo levar uma vida normal”, relata.
De acordo com levantamento do Ministério da Saúde (MS) de 2022, cerca de 40 mil pessoas vivem com esclerose múltipla (EM) no Brasil, uma doença crônica, degenerativa, autoimune e inflamatória que afeta o sistema nervoso central.
O número crescente de casos da doença acendeu uma luz para a necessidade de um centro multidisciplinar no Ceará, explica o neurologista responsável pelo Ciapen do HGF, Artur D’Almeida. “Começamos com apenas dois neurologistas. Hoje, além de seis neurologistas responsáveis pelos atendimentos, o serviço conta com o trabalho de nutricionistas, fisioterapeutas, neuropsicólogos, terapeutas e enfermeiros, visando sempre o bem-estar e a evolução do tratamento dos pacientes”, afirma o médico.
Conforme o diagnóstico, o paciente recebe um tratamento específico com a equipe multidisciplinar
Karen Zanotelli, 54, vem sendo acompanhada pelo serviço do HGF desde a sua fundação, em 2009. A aposentada descobriu a doença há 20 anos. “No início eu senti uma dormência na mão que foi se agravando, pensei até que era algo ligado ao coração, mas fui diagnosticada com a EM”, lembra.
Desde então, Karen iniciou uma batalha contra a doença. O encaminhamento para o HGF, afirma, foi um “grande alívio”. “Aqui recebo auxílio não só dos neurologistas, mas de outras especialidades”, explica. “Também observo que todos buscam se atualizar dos melhores tratamentos e repassar o melhor para a gente. Isso nos ajuda muito”, completa.
Além da esclerose múltipla, o HGF atende, ainda, doenças raras, como mielina oligodendrócito glicoproteína (Moglad), doença de Behcet, neurosarcoidose, além de doenças autoimunes reumatológicas que apresentam sintomas no sistema nervoso central.
Nos dias 6 e 7 de dezembro, o HGF realizará um evento em comemoração aos 15 anos de atuação do Ciapen. Toda a programação visa celebrar as conquistas e os avanços ao longo dos anos. No primeiro dia, as atividades serão voltadas para pacientes. As ações incluirão sessões de yoga, terapias corporais, além de outras atividades focadas no bem-estar e alívio dos sintomas dessas doenças.
Já no segundo dia, o evento promoverá um simpósio destinado a profissionais de saúde com foco no aprendizado contínuo e na disseminação de novas práticas no tratamento de doenças neurológicas autoimunes.
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