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Alexei Bueno, poeta e crítico, comenta participação no FliParaíba e dedicação a Augusto dos Anjos

A uma semana do início do 1º Festival Literário Internacional da Paraíba (FliParaíba), que acontece em João Pessoa de 28 a 30 de novembro, o poeta,...

21/11/2024 às 23h36
Por: Redação Fonte: Secom Paraíba
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Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba

A uma semana do início do 1º Festival Literário Internacional da Paraíba (FliParaíba), que acontece em João Pessoa de 28 a 30 de novembro, o poeta, crítico, tradutor e editor carioca Alexei Bueno fala sobre o retorno à Paraíba, a expectativa para a participação na primeira edição do Festival e como dedicou boa parte da sua vida a Augusto dos Anjos.

Na programação do evento, que tem como tema “Camões 500 anos - uma nova cidadania da língua”, Bueno fará parte da primeira mesa de discussão “Identidade e reconhecimento: Camões, o estrangeiro”, que acontecerá na sexta-feira (29), às 10h, no Centro Cultural São Francisco, centro histórico da Capital, onde o evento ocorrerá. Explorando o “Território da Identidade”, esta mesa se debruça sobre o reconhecimento das múltiplas facetas identitárias como pilar fundamental para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. A italiana Maria Bochicchio e o professor paraibano Milton Marques Júnior também farão parte da mesa.

Sobre a mesa, Alexei Bueno afirma que “estrangeiros todos somos, bem mais estrangeiros do que naturais, é óbvio. No caso de Camões — uma paixão de toda a vida —, o que me fascina é a universalidade deste que foi uma das grandes figuras da Renascença, que é um dos grandes representantes da Humanidade, assim como a sua impressionante contemporaneidade, que aí está, intocada, após mais de quatro séculos e meio. Ao falar de Camões, todo o resto vem de acréscimo”.

Sobre como o tema dialoga com sua experiência enquanto escritor, ele conta que lê Camões desde os seis anos de idade: “de início os sonetos e outras partes da lírica, em seguida, com entusiasmo perene, Os Lusíadas. Poucos dias da minha vida não me veio à mente algum verso camoniano, como comentário exato do que eu via ou vivia. Posso ficar horas, provavelmente, recitando-o de cor, e o homem me fascina tanto quanto o artista. É outra coisa impressionante, a sua biografia é tão lacunar, tão cheia de dúvidas, e, no entanto, o homem nos é conhecido a fundo, surge claramente da obra, está ao nosso lado, mais vivo do que nossos contemporâneos, mais vivo do que nós mesmos. Por motivos mais ou menos óbvios, não há nenhuma influência direta de Camões no que escrevo, a sua presença é superior a qualquer simples influência”.

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Alexei Bueno é poeta, ensaísta, crítico, tradutor e editor carioca. Publicou vinte livros de poemas, além de numerosos títulos de crítica literária, bem como sobre arquitetura, artes plásticas, cinema e história, com edições no Brasil e no exterior. Recebeu prêmios como o Jabuti, duas vezes, Associação Paulista de Críticos de Arte, Fernando Pessoa, Academia Brasileira de Letras, Biblioteca Nacional, duas vezes, Candango de Literatura, entre outros.

Relação com Augusto dos Anjos – Não é a primeira vez que Bueno vem à Paraíba, ele diz já ter perdido a conta de quantas vezes esteve na terra do escritor Augusto dos Anjos, motivo de sua ligação com o estado. “Minha ligação primordial se deve a Augusto dos Anjos, outra paixão de vida inteira, gênio sem paralelo, poeta único, que fez, sozinho, uma espantosa passagem do Simbolismo a um Expressionismo sui generis, e autor pessimamente compreendido e pior editado. A exaustiva edição crítica da sua Obra completa, que publiquei em 1994, com o texto minuciosamente estabelecido e um gigantesco aparato crítico, e que está sendo reeditada, finalmente reverteu isso. Como nunca parei de trabalhar na obra, posso dizer que dediquei boa parte da minha vida a Augusto dos Anjos”.

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FliParaíba - Com o tema “Camões 500 anos - uma nova cidadania para a língua”, o Festival tem o objetivo de promover a literatura paraibana, o intercâmbio entre escritores do Brasil com outros de países lusófonos, além de estimular nos jovens o hábito da leitura e da produção literária. Para a realização do Festival foi formalizada a parceria com a Associação Portugal Brasil 200 anos (APBRA).

A programação conta com a participação de escritores e pesquisadores de destaque regional, nacional e internacional, além de apresentações culturais, exposições, e estandes de diversas livrarias e editoras, com lançamentos de livros. As informações estão disponíveis no site https://fliparaiba.org/

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A iniciativa do Governo da Paraíba ocorre por meio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Secretaria de Comunicação Institucional (Secom), Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), Fundação Espaço Cultural (Funesc), Secretaria de Estado de Administração (Sead), Fundação de Apoio aos Deficientes (Funad) e Companhia de Processamentos de Dados (Codata), em parceria com a Associação Portugal Brasil 200 anos (APBRA).

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