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Dia Nacional de Combate à Tuberculose: aplicativo contribui para evitar interrupção do tratamento

A conscientização sobre o combate à Tuberculose é lembrada neste domingo (17), com o objetivo de intensificar os esforços para erradicá-la e demons...

18/11/2024 às 15h52
Por: Redação Fonte: Secom Espírito Santo
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Foto: Reprodução/Secom Espírito Santo
Foto: Reprodução/Secom Espírito Santo

A conscientização sobre o combate à Tuberculose é lembrada neste domingo (17), com o objetivo de intensificar os esforços para erradicá-la e demonstrar as consequências da doença, que tem tratamento e cura. Trata-se de uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, mas pode afetar outros órgãos. 

Apesar de ser uma doença muito antiga, a tuberculose é um problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Segundo dados do Sistema de notificação e-SUS Vigilância em Saúde (e-SUS VS), o Espírito Santo registrou, em 2022, 1.637 novos casos de tuberculose. Em 2023, foram registrados 1.863 novos casos. Já em 2024, de janeiro a outubro, com dados preliminares, foram 1.511 novos casos registrados no Espírito Santo 

Para auxiliar no enfrentamento à doença, o aplicativo ANA foi desenvolvido pelo Observatório da Tuberculose no Espírito Santo (Observa TB) para predizer o risco de interrupção de tratamento por uma pessoa com o diagnóstico de tuberculose pulmonar. O projeto é realizado pelo Programa de Qualificação das Redes de Vigilância em Saúde (PQRVS), do Instituto Capixaba de Ensino, Pesquisa e Inovação em Saúde (ICEPi), em parceria com o Laboratório de Epidemiologia (LabEPI), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

“ANA é uma ferramenta de tecnologia que está em fase de teste, permitindo ao serviço de saúde classificar quais pessoas têm o risco elevado de interrupção do tratamento, possibilitando a redução de possíveis pioras no estado de saúde e propondo estratégias de adesão para reduzir as vulnerabilidades. Isso só foi possível por meio da parceria e da integração entre o Sistema Único de Saúde (SUS) e o Sistema Único da Assistência Social (SUAS)”, explicou a coordenadora do Observa TB, Carolina Sales. 

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Outra iniciativa do projeto é a orientação aos municípios da Região Metropolitana de Saúde para que cada um estabeleça um fluxo que integre o SUS e o SUAS, permitindo que o paciente com tuberculose seja atendido pela Saúde e também assistido pela Assistência Social. Os acometidos pela doença são, em sua maioria, pessoas em situação de vulnerabilidade social. 

Óbitos por tuberculose

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Quanto aos óbitos no Espírito Santo, segundo dados extraídos do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), foram registrados 114 óbitos por tuberculose em todo o ano de 2022, sendo que, no período de janeiro a agosto, foram 60 em pessoas do sexo masculino e 17 pessoas do sexo feminino. 

No ano de 2023, 132 óbitos foram registrados e, no período de janeiro a agosto, foram 72 óbitos de homens e 13 óbitos de mulheres.

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Já em 2024, de janeiro a agosto, 115 óbitos ocorreram no Espírito Santo por tuberculose. Desses, 87 foram em pessoas do sexo masculino e 24 pessoas do sexo feminino.

A tuberculose

É uma doença de transmissão aérea e se instala a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse das pessoas com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), que lançam no ar partículas em forma de aerossóis contendo bacilos. Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, um indivíduo que tenha baciloscopia positiva pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas.

Sintomas

Os sintomas da infecção por Tuberculose podem ser observados quando o indivíduo apresenta tosse há mais de três semanas, febre no fim do dia, suor noturno, falta de apetite, perda de peso, cansaço e dor no peito. Esses sinais são importantes indicadores, especialmente se combinados, pois a tuberculose pode progredir e se tornar grave sem o tratamento adequado.

Tratamento

A porta de entrada para o diagnóstico e o trato da doença é na Atenção Primária à Saúde (APS) e o cidadão pode se dirigir à Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima a sua moradia para a realização dos primeiros atendimentos e direcionamento ao tratamento, de acordo com a especificidade de cada caso, sempre com acompanhamento contínuo para garantir a adesão ao tratamento e evitar a propagação da doença.

Vacinação com BCG

A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no SUS, protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. É uma das vacinas mais antigas ainda em uso, implementada globalmente no século passado, especialmente em países com alta prevalência de tuberculose.

A tuberculose miliar ocorre quando a bactéria se dissemina pela corrente sanguínea, afetando múltiplos órgãos e tecidos. Os sintomas incluem febre persistente, fraqueza, perda de peso e sintomas relacionados aos órgãos afetados, como fígado, baço e pulmões. Essa forma pode evoluir rapidamente, levando à falência múltipla de órgãos e risco de vida.

A meningite tuberculosa, por outro lado, é uma infecção das meninges, as membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal. A doença apresenta sintomas como febre alta, dor de cabeça intensa, rigidez na nuca e alterações neurológicas, incluindo convulsões e perda de consciência. Essa condição pode causar sequelas graves, como danos neurológicos permanentes, que incluem comprometimentos motores, perda de audição, déficit cognitivo e, em casos mais extremos, paralisia e morte.

O diretor do Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (Lacen/ES), Rodrigo Ribeiro Rodrigues, explica que a vacina BCG, embora não previna todas as formas de tuberculose, tem um papel essencial em reduzir casos da doença e a mortalidade infantil associadas às formas graves. “Ela continua sendo uma importante medida de saúde pública, especialmente em regiões onde a tuberculose ainda é prevalente, protegendo populações vulneráveis e ajudando a reduzir o impacto dessa doença globalmente”, frisou.

A vacina está disponível nas salas de vacinação das Unidades Básicas de Saúde (UBS) e maternidades. Essa vacina deve ser dada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias.

Tratamento da Infecção Latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) ou Tratamento preventivo da Tuberculose (TPT)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que um terço da população mundial está infectada pelo Mycobacterium tuberculosis e em risco para desenvolver a doença. O tratamento para a chamada tuberculose latente (quando ainda não houve o desenvolvimento da doença) também está disponível no SUS. 

É uma importante estratégia de prevenção para evitar o desenvolvimento da tuberculose ativa, especialmente nos contatos domiciliares, nas crianças e nos indivíduos com condições especiais, como imunossupressão pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).

 

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