Nascidos prematuros com apenas 26 semanas de gestação e pouco mais de 600g de peso, os gêmeos Gael e Rael precisam de cuidados especiais para se desenvolverem. Os bebês nasceram no Hospital Regional Norte (HRN), unidade da Secretaria da Saúde (Sesa), em Sobral, e estão internados na Unidade de Terapia Intensiva (Utin) do hospital há pouco mais de um mês. Assim como os gêmeos, 55% dos bebês que chegam ao serviço de Neonatologia do HRN são prematuros, nascidos antes das 37 semanas de gestação.
Mãe dos gêmeos Gael e Rael, a dona de casa Andrine de Paula, 27, acompanha os bebês na UTI Neonatal
Para reforçar a conscientização da população para a prevenção da prematuridade e os cuidados com os bebês prematuros, o HRN promove anualmente a campanha Novembro Roxo. Neste ano, além de momentos de cuidados para as mães e uma mesa-redonda sobre os cuidados com o recém-nascido prematuro, a programação contará com um desfile dos prematuros na quinta-feira (14). Participarão crianças que já tiveram alta do serviço.
O prematuro precisa de uma série de cuidados especiais porque o desenvolvimento não foi completado no útero, explica a coordenadora de enfermagem da Neonatologia do HRN, Lorena Kelle Miranda. “O bebê vai se desenvolver em sua totalidade fora do útero e para que isso ocorra de forma correta, ele precisará ser estimulado por um trabalho diário da equipe multiprofissional”, ressalta.
A médica residente em neonatologia, Beatriz Freitas, lembra a importância da equipe multiprofissional para o atendimento a esses bebês. “Os prematuros são bebês que têm suas particularidades e precisam de uma atenção especial desde a sala de parto até a alta”, explica. A equipe multiprofissional conta com médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, nutricionistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, psicólogos, assistentes sociais, além do apoio do Serviço de Banco de Leite.
Programação do Novembro Roxo contou com mesa redonda sobre os cuidados com o recém-nascido prematuro
O serviço de Obstetrícia do HRN é de alto risco e as pacientes são reguladas ou vinculadas ao hospital pelo pré-natal de alto risco da Policlínica e do Centro de Especialidades Médicas (CEM). Entre as principais causas de prematuridade estão doenças maternas como as infecções urinárias recorrentes, a pré-eclâmpsia, a hipertensão arterial e a ruptura precoce de bolsa, além de condições dos bebês como a restrição de crescimento, diagnosticadas ainda no pré-natal.
A mãe dos gêmeos Gael e Rael, a dona de casa Andrine de Paula, 27, lembra que as crianças tiveram restrição de crescimento e, por isso, foi necessário que o parto fosse antecipado. Mãe pela segunda vez, Andrine conta os desafios de gerar prematuros. “Cada dia é uma pequena vitória. Tem dias que melhoram, tem dias que pioram. Tudo é sempre uma novidade”, garante.
Como parte da programação do Novembro Roxo, as mães de bebês internados na Neonatologia e a equipe do HRN participaram de uma oficina na qual confeccionaram mensagens de acolhimento umas para as outras. A babá Francisca Patrícia Oliveira, 35, está há quatro dias internada com o filho. Ela disse ter se emocionado com o cartão que recebeu. “Eu gostei. Aqueceu meu coração. A outra mãe me disse na cartinha que eu tenha muita fé que assim como o bebê dela saiu, o meu também vai se recuperar e vai para casa”, disse esperançosa.
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