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Ceprama celebra 35 anos de tradição e criatividade no artesanato maranhense

Comemoração incluiu missa, ações social e cultural, além de atividades com jovens, reforçando a importância do artesanato para a identidade e econo...

22/10/2024 às 19h12
Por: Redação Fonte: Secom Maranhão
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Foto: Reprodução/Secom Maranhão
Foto: Reprodução/Secom Maranhão

O Ceprama, com sua rica história, continua sendo um elo vital entre passado e futuro, tradição e inovação, cultura e economia. Neste sábado (19), o Centro de Comercialização de Produtos Artesanais do Maranhão (Ceprama) comemorou 35 anos de existência, reunindo artesãos, grupos culturais e a comunidade da Madre Deus em uma celebração que reforça a importância do artesanato como expressão da identidade cultural do Maranhão.

O Ceprama, situado em um espaço que, no passado, foi uma fábrica de tecidos, consolidou-se ao longo das últimas três décadas como um ponto de encontro entre a tradição, a criatividade e a sustentabilidade.

Jorge Beckmam, diretor do Ceprama, destacou a trajetória histórica do local, que teve suas raízes como uma fábrica de tecidos fundada em 1891 e que, a partir da década de 1970, transformou-se em um espaço voltado para a arte e a cultura. “Comemoramos 35 anos relembrando a história que fomentou e sustentou a economia do Estado durante todo esse tempo. Hoje, o Ceprama é um Centro de produção artesanal, mas também de acolhimento de todos os ritmos, sabores, religiões e matrizes culturais”, afirmou Beckmam.

A celebração começou com uma missa de agradecimento. Em seguida, reuniu diversos grupos culturais e contou com a participação de artesãos que utilizam matérias-primas, como sementes de juçara, fibra de buriti, cerâmica, bordado e palha. “O Maranhão é um dos estados mais ricos em tipologias. Trabalhamos com todas as vertentes e isso é uma contribuição extremamente grande para a nossa cultura”, completou Beckmam, ressaltando a importância do artesanato como vetor econômico e cultural.

Além de valor simbólico, o Centro desempenha um papel econômico fundamental, gerando renda para inúmeros pequenos empreendedores. Para os artesãos, a “casa” é muito mais que um local de trabalho; é um espaço de acolhimento, onde a riqueza cultural do Estado é valorizada. “Eu sou foliã, então participo de tudo. Faço as indumentárias, brinco nos blocos e celebro a cultura maranhense com muito orgulho”, contou Maria do Espírito Santo, destacando o papel do Ceprama como palco das diversas manifestações culturais do Maranhão.

O evento de comemoração contou com apresentações musicais e culturais que exaltaram a diversidade das expressões artísticas do Estado. Artesãos, como Maria do Espírito Santo, que confecciona chapéus de vaqueiro para o Bumba Meu Boi, expressaram a satisfação de verem seus trabalhos divulgando a cultura maranhense mundo afora. “Eu me sinto honrada quando alguém acha as peças bonitas e as leva para outros estados. É uma forma de espalhar nossa cultura”, comentou Maria.

A celebração também foi um momento de reflexão sobre o futuro, com a valorização dos jovens como guardiões da cultura local. “É muito importante que a nova geração conheça e valorize a identidade cultural da nossa cidade, assim, os 35 anos de história do Ceprama foram celebrados com gratidão e orgulho, destacando sua importância como um espaço de negócios e de preservação cultural”, destacou a secretária de Estado do Turismo, Socorro Araújo.

Além das exposições de produtos artesanais, o evento foi marcado por duas importantes ações sociais. Uma delas foi voltada para a saúde, com a participação de estudantes de enfermagem da Faculdade Estácio, que realizaram a aferição de pressão e orientaram a população sobre a prevenção de doenças em apoio à campanha Outubro Rosa.

Bárbara Santos, estudante de enfermagem, falou sobre a atividade: “Estamos aqui realizando uma ação social chamada ‘aniversário da aferição de pressão e leucemia’, em prol do Outubro Rosa, conscientizando as mulheres sobre a importância do cuidado com a saúde”.

A outra ação envolveu cerca de 150 meninas, com idades entre 10 e 14 anos, atendidas por organizações como a Plan Internacional Brasil, Rede Amiga da Criança, Fundação Justiça e Paz se Abraçaram e o Projeto Meninas que Brilham. As atividades, em comemoração ao Dia da Menina, instituído pela Lei Estadual de 2020, promoveram a diversidade cultural e incentivaram as jovens a se conectarem com suas raízes.

“É muito importante juntar essa diversidade e discutir esses temas com as meninas da cidade. Através da cultura, mostramos a riqueza da nossa identidade”, destacou Adeilma Holanda, coordenadora do projeto da Plan Internacional Brasil.

Rayssa Sousa, estudante de 16 anos, participante do programa Rede Amiga da Criança, falou sobre a visita ao Ceprama: “É muito bom a gente, desde nova, conhecer a cultura do nosso estado, que estamos vendo aqui através do artesanato e das danças apresentadas”, afirmou.

O Ceprama, ao longo desses 35 anos, tornou-se uma verdadeira vitrine do artesanato maranhense, atraindo turistas de diversas partes do mundo. Para muitos, como Rosinete Batista, que há 28 anos trabalha no centro, o artesanato é mais do que uma profissão: “Eu era estilista, mas me tornei artesã e adoro o que faço. O artesanato transforma recursos do nosso bioma em arte, refletindo nosso cotidiano e nossa cultura”, afirmou.

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