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Cultura Flica 2024

”Adaptar é trair por amor”, afirma Raphael Montes em discussão sobre história de livros para filmes e séries na FLICA.

Escritor de oito livros e roteirista de “Bom Dia, Verônica”, Raphael participou da mesa “Meu Livro dá um Filme” no espaço Geração FLICA.

20/10/2024 às 12h40
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Tatiane Freitas / @interativaviva
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Foto: Divulgação / Bárbara Lima
Foto: Divulgação / Bárbara Lima

Um dos nomes de maior destaque da 12ª edição da Feira Literária Internacional de Cachoeira (FLICA), o escritor de oito livros e roteirista da série “Bom Dia, Verônica”, da Netflix, Raphael Montes, defendeu que a adaptação de livros para filmes ou séries é uma das leituras possíveis da história original e que é necessário agregar novos elementos que não estão no livro para transmitir a essência da história para as telas devido às diferenças entres os formatos.

“Às vezes tem uma frase que eu adoro, que é adaptar é trair por amor. Quando você vai adaptar alguma coisa para o visual, você tem que trair aquela obra original, porque você gosta dela, então o exercício quase sempre é: o que nessa história me faz querer contá-la, , qual é a essência disso aqui? Por ser um livro de sucesso, o que as pessoas que leem essa história amam? Essas coisas que as pessoas amam têm que levar para a tela”, destacou Raphael.

O escritor realçou, no entanto, recorrer a outras perspectivas para conseguir contar a mesma história do livro. Para isso, usou como exemplo a forma como introduziu a personagem Verônica do livro para a série da Netflix. “Quando eu vim adaptar, eu pensei: se eu fizer a Verônica do livro para a série, as pessoas vão desligar. Eu tenho que fazer uma Verônica mais heróica. A Verônica do livro é muito anti-heroica, errada e torta, e, é claro, muito mais interessante. Eu acho mais interessante a do livro, mas a da série é mais heroica, mais tradicional, e, ao longo da série, vira a Verônica do livro”, disse, Raphael, ao explicar como conseguiu suavizar o arco evolutivo da personagem para não assustar o telespectador.

O escritor e roteirista destacou como outro aspecto positivo da adaptação a grande audiência de filmes e séries. “O audiovisual chega a muito mais gente. Ou seja, audiovisual impacta, chega a milhões de pessoas no mundo. Então, é um alcance que a literatura, infelizmente, não tem. Então, me interessa o audiovisual por isso, por essa força de chegar nos lugares”.

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Ao revelar que gosta de ver suas histórias adaptadas, Raphael disse encarar com muita tranquilidade as mudanças feitas para adequação ao novo formato. “Eu lido muito melhor do que a maioria das pessoas com a ideia de ter minha obra adaptada, no sentido de que, para mim, o livro é o único que tem uma coisa mágica que é só da literatura, porque, no livro, cada um de vocês junto comigo contam essa história, vocês imaginam essa história. Então, vocês que dão uma cara de personagem, vocês que me ajudam a apontar como é”, afirmou.

Ao encerrar a mesa, que também contou com a presença do escritor, roteirista, tradutor e jornalista Stefano Volp, autor de Homens Pretos (Não) Choram, Raphael comemorou a sala cheia do espaço Geração FLICA, repleta de jovens atentos, conhecedores dos seus livros e ávidos por fazer perguntas sobre nuances das suas obras. “Estou muito feliz de estar aqui, é realmente muito bom ver essa sala cheia, às vezes eu acho que isso é impossível acontecer, mas quando tem uma sala assim cheia eu vejo que tem um monte de gente que viaja nas mesmas coisas que eu”, concluiu Montes.

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FLICA - Na edição 2024 da FLICA, os principais espaços são a Tenda Paraguaçu, Fliquinha e Geração Flica, além da programação artística, dividida entre o Palco Raízes e o Palco dos Ritmos. Todos os espaços têm indicação etária livre e contam com acessibilidade, tradução em libras e audiodescrição. A curadoria da FLICA é formada por Calila das Mercês, Emília Nuñez, Deko Lipe e Linnoy Nonato. A Coordenação Geral é assinada por Vanessa Dantas, diretora executiva da Fundação Hansen Bahia.

A 12ª FLICA é uma realização da Fundação Hansen Bahia (FHB), em parceria com a Prefeitura de Cachoeira, LDM (livraria oficial do evento), CNA NET (internet oficial do evento) e conta com o apoio da Bracell, ACELEN, Bahiagás, Governo do Estado da Bahia, através da Bahia Literária, ação da Fundação Pedro Calmon/Secretaria de Cultura e da Secretaria de Educação, Caixa e Governo.

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FLICA 2024 / 12 edição
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Sobre Flica — Festa Literária Internacional de Cachoeira, acontece desde 2011, já se tornou tradição na cidade de Cachoeira e no Recôncavo Baiano. A Flica, é uma realização da Fundação Hansen Bahia (FHB), que nesta 12ª edição será de 17 a 20 de outubro de 2024, na cidade de Cachoeira. Com a coordenação geral de Vanessa Dantas, que também é Diretora Executiva da FHB.
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