O subtenente do Corpo de Bombeiros, Ivan Iwamoto, que também é mestre faixa preta 5º Dan em Taekwondo, está à frente de um projeto inovador que vem transformando a vida de crianças e adolescentes no Colégio Militar Dom Pedro II, em Rio Branco. O projeto utiliza o taekwondo como ferramenta para promover disciplina, autoconfiança e melhorar a saúde mental e física dos participantes.
“Esse projeto vem dando vários resultados positivos dentro do colégio, transformando para melhor a vida das crianças e dos adolescentes que participam. Estamos tirando-os da ociosidade, da depressão e do anonimato. Por meio do projeto Taekwondo, estamos dando uma identidade esportiva a essas crianças e jovens”, destacou o subtenente.
Com foco na inclusão e no desenvolvimento pessoal, o projeto atende dezenas de alunos, que têm encontrado no taekwondo não apenas uma prática esportiva, mas uma forma de se conectar com objetivos maiores, desenvolvendo disciplina e responsabilidade. Muitos deles já demonstram avanços tanto na vida escolar quanto pessoal, graças ao apoio do programa, como é o caso da aluna Rebeca Melo, de 17 anos.
“Eu não era uma aluna muito boa, era uma aluna que dava trabalho. Aí eu comecei a fazer o taekwondo, me inspirei e comecei a pensar melhor nos meus atos, ter mais disciplina. E eu comecei a melhorar bastante minhas notas, meu comportamento, minhas atitudes e tudo mais”, contou a aluna.
Nos dias 18 e 19 de outubro, 10 alunos do projeto participarão do Rondônia Open de Taekwondo, em Porto Velho (RO), uma competição de grande relevância que reunirá cerca de 700 atletas dos estados de Rondônia, Roraima, Amazonas e Acre. Este campeonato é uma oportunidade significativa, já que vale classificação para a Copa do Brasil, evento oficial da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD).
“Eu já participei do campeonato estadual aqui em Rio Branco, fui medalhista de ouro e foi muito gratificante. Eu aprendi bastante, porque quando a gente luta contra um adversário de outra academia a gente aprende as técnicas dele, a gente aprende novas formas de chutar, defesa, e como o nosso adversário pode saber mais também sobre a gente. Eu fiquei muito feliz porque eu ganhei o ouro. Eu e minhas colegas nos dedicamos bastante nos treinos para ter essa vitória, e foi muito especial. Estou me esforçando muito nos treinos, então, espero uma medalha de ouro, uma vitória. Se não for uma vitória é um bom aprendizado”, destaca a atleta Rebeca, que também irá participar da competição em Porto Velho.
A participação da equipe foi viabilizada com o total apoio do governo do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp/AC), que garantiu o transporte e a hospedagem dos atletas. Além disso, por meio do programa Acre pela Vida, que tem como objetivo prevenir crimes e violência por meio da integração das ações das instituições públicas com desenvolvimento de projetos sociais e estímulo de políticas públicas, os atletas receberam todo o material para participação nos treinos, como os uniformes e equipamentos.
A equipe do Colégio Militar Dom Pedro II já tem uma trajetória de sucesso em competições estaduais, acumulando diversos títulos e medalhas, o que aumenta as expectativas para o desempenho no Rondônia Open. A dedicação dos atletas e o trabalho incansável de Iwamoto como treinador têm feito do projeto um modelo de sucesso dentro e fora das quadras.
Além dos resultados esportivos, o impacto social do projeto é visível, proporcionando uma nova perspectiva de vida para os jovens envolvidos, que agora têm metas e desafios dentro do esporte.
A comunidade escolar também comemora as mudanças no comportamento e no desempenho acadêmico dos participantes, que passaram a se destacar como exemplos de disciplina e superação.
“Antes de eu começar o taekwondo eu estava acima do peso, era mais inseguro comigo mesmo. E não tinha muita autoestima, mas quando eu comecei a treinar o taekwondo eu emagreci e consegui ter mais confiança comigo mesmo, tive mais autoestima, consegui me socializar melhor também”, ressalta Samuel da Silva, 17 anos, medalhista nos jogos escolares desse ano.
O projeto liderado por Iwamoto atende 40 alunos, divididos em dois turnos na escola militar, mas é aberto a toda a comunidade do bairro Santo Afonso e adjacências que queiram participar dessa atividade que alia esporte e cidadania.
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