Os professores de 13 escolas da rede estadual de ensino do Amazonas estão na semifinal do Prêmio Nacional Liga Steam 2024, que valoriza a aplicação de conhecimentos sobre Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática, na elaboração de projetos voltados para resolução de questões sociais, econômicas ou climáticas. Nesta edição, com o tema “Pensar agora nos limites do planeta é bom para o mundo”, 150 projetos foram selecionados em todo o Brasil. Dos 18 trabalhos selecionados no Amazonas, 13 são da rede estadual de ensino.
Entre os trabalhos selecionados está o projeto Feiras Verdes e Mudanças Climáticas, dos alunos do 3º ano do Ensino Fundamental, do Colégio Nossa Senhora do Carmo, em Parintins (a 369 quilômetros de Manaus). Segundo a professora e orientadora dos alunos, Mary Sônia de Alencar, o projeto tem como objetivo identificar como as mudanças climáticas afetam a produção e a disponibilidade de alimentos nas feiras verdes do município, descrevendo as ações sustentáveis praticadas pelos feirantes.
“A seleção para este prêmio é um reconhecimento do esforço e da criatividade de nossas crianças. Elas não apenas aprendem sobre os desafios ambientais que enfrentamos, mas também se tornam agentes de mudança em suas comunidades”, declarou a educadora.
Para a aluna Maria Eduarda Brito, de oito anos, o projeto é uma oportunidade para que ela e os colegas de turma compreendam a rotina dos feirantes e como o ambiente e o clima podem afetar o trabalho de cada um deles.
“Eu me sinto uma pessoa importante, mesmo sendo apenas uma menina de oito anos, no 3º ano. É fantástico a gente pesquisar, entrevistar, ir às feiras e observar de perto a vida deles e como eles estão fazendo para enfrentar as mudanças climáticas”, afirmou a Maria Eduarda.
Na capital do estado, mais projetos foram aprovados e poderão chegar à final do concurso. Um deles está sendo produzido pelos estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental, na Escola Estadual de Tempo Integral (EETI) Bilíngue Professor Djalma da Cunha Batista.
Conforme a orientadora do projeto, a professora Carolina Leitão, a ideia foi criar um robô capaz de chegar a áreas de difícil acesso, para fazer a coleta de resíduos sólidos. Segundo a educadora, os discentes demonstraram interesse desde o início, trabalhando em conjunto e estimulando o processo criativo.
“Eu fico extremamente orgulhosa de ver a atuação deles, diretamente, no desenvolvimento desse projeto. Eles abraçaram a causa e a proposta. Vejo esse reconhecimento deles com muita alegria. É um reconhecimento deles de perceber que é possível fazer alguma coisa, lutar por uma boa educação”, comentou a professora.
No Ensino Médio, alunos da 2ª série da Escola Estadual (EE) Antônio Lucena Bittencourt estão empenhados no projeto de captação, tratamento e reaproveitamento de água cinza. Como explicou o professor orientador dos estudantes, Márcio Batista, as águas cinzas são águas vindas das pias do banheiro, da cozinha, da área de serviço, do chuveiro, da máquina de lavar e das chuvas.
“O projeto propõe captar essa água, tratá-la – retirando gordura, sabão, odores e desinfecção -, e reutilizá-la única e exclusivamente no vaso sanitário. Dessa forma, utilizaremos de forma mais eficaz a água potável para consumo, e o que iria direto para o esgoto agora será tratado e reutilizado no vaso sanitário”, esclareceu Batista.
Neste ano, os projetos vencedores receberão um total de R$ 120 mil em dinheiro. Os finalistas serão divulgados em novembro e os primeiros colocados de cada uma das três categorias (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio) receberão R$ 25 mil, dos quais R$ 10 mil para os professores responsáveis, R$ 10 mil para a compra de equipamentos e/ou benfeitorias para as escolas e R$ 5 mil revertidos para a premiação dos estudantes da turma que realizaram o projeto vencedor.
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