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UNESCO aponta as águas subterrâneas como a chave para as crises hídricas

Na busca por soluções para a escassez hídrica global, os poços artesianos podem ser uma medida eficaz para alcançar os aquíferos subterrâneos que, ...

26/02/2024 às 12h30
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Agência Dino
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Um relatório recente da UNESCO, divulgado no Dia Mundial da Água, em 22 de março de 2022, destaca as águas subterrâneas como um recurso vital e subutilizado para enfrentar a crise hídrica global. 

O relatório ainda traz que as águas subterrâneas muitas vezes são exploradas de forma incorreta e subvalorizadas, resultando em práticas inadequadas de gestão que ameaçam a sustentabilidade hídrica do planeta.

Por representarem 99% da água doce líquida do planeta, essas reservas se tornaram protagonistas na oferta de soluções sustentáveis, respondendo por metade do volume destinado ao consumo doméstico e aproximadamente 25% da água utilizada na irrigação em todo o mundo, como apontam estudos do Estado dos Recursos Hídricos Globais, publicado pela OMM.

Segundo dados da Agência Nacional das Águas (ANA), a demanda por água no Brasil está projetada para aumentar em 24% até 2030, acendendo um alerta para a necessidade urgente de medidas preventivas. 

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Pesquisadores, empresas e órgãos públicos estão unindo esforços na busca por soluções para evitar crises hídricas no futuro, abrangendo, principalmente, o aproveitamento da água da chuva, a despoluição de recursos hídricos e a captação de águas subterrâneas. 

O tema foi discutido durante o 8º Fórum Mundial da Água, em Brasília, propondo a adoção de soluções baseadas na natureza (SbN), as quais empregam ou replicam processos naturais como alternativas na administração global da água.

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Essas medidas se tornaram alarmantes em meados de 2014, quando a cidade de São Paulo enfrentou a sua pior crise hídrica em mais de 80 anos, impactando severamente a capital e outros municípios. O Sistema Cantareira foi duramente afetado, com o reservatório atingindo o nível histórico de -22,4%, o mais baixo desde sua criação em 1974.

No ápice da crise, a metrópole esteve diante de uma séria escassez de água, desencadeando respostas emergenciais para preservar o abastecimento. Racionamento e rodízios foram impostos como medidas cruciais para enfrentar a oferta reduzida e garantir a distribuição entre os habitantes.

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Os níveis de seca foram um fator determinante, comprometendo as fontes de água e afetando diretamente as atividades essenciais da região, desde a produção industrial até o fornecimento doméstico. 

Em 2022, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a situação se agravou novamente, com o mesmo sistema operando a 38% de seu volume útil. Em comparação a 2009, ano considerado padrão, o Sistema Cantareira estava com 80,8% do seu volume total.

Segundo dados do Banco Mundial, até 2050, mais de um bilhão de pessoas viverão em cidades sem água suficiente. Por esse motivo, torna-se ainda mais importante a busca por soluções para o uso da água.

Diversos estados brasileiros já começaram a enxergar os poços artesianos como os maiores aliados na garantia do acesso à água. Minas Gerais, por exemplo, investiu na construção de cem poços artesianos em municípios com baixas taxas de água potável, como aponta a reportagem da Agência de Minas

Essas estruturas conseguem captar o recurso dentre rochas impermeáveis e representam uma solução autossustentável para minimizar a dependência de fontes superficiais.

Comunidades e produtores rurais são os mais beneficiados nessa situação. Dados da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) apontam que 70% da água consumida no Brasil é destinada para atividades agrícolas. 

Não apenas as áreas rurais, mas também as indústrias, centros comerciais, condomínios e residências nos centros urbanos podem aproveitar os benefícios proporcionados pelos poços artesianos. 

Afonso Smirdele, Diretor da AVS Poços Artesianos, traz sua visão sobre a utilização sustentável dos poços artesianos para os brasileiros. Segundo ele, o poço artesiano permite o acesso direto à água subterrânea, reduzindo a dependência de sistemas de abastecimento de água municipais. 

“Ao contrário do sistema de distribuição municipal, onde há perdas significativas de água devido a vazamentos e outros problemas técnicos, um poço artesiano tem um sistema fechado que vai diretamente do ponto de extração ao ponto de uso”, pontua o Diretor. 

Quando perguntado sobre o custo-benefício da implantação dos poços artesianos, Afonso traz que “a instalação de um poço artesiano exige um investimento inicial, mas os custos operacionais a longo prazo são mais baixos. A manutenção regular e o custo da energia elétrica para operar a bomba são as únicas despesas recorrentes, mas não chegam ao valor das contas de água municipais”.

Ainda de acordo com Afonso, essas estruturas são uma opção altamente acessível para brasileiros e empresas na busca por soluções sustentáveis de abastecimento de água. Apesar do investimento inicial, a economia a longo prazo se destaca, especialmente para consumidores de água em larga escala. 

Para mais informações, basta acessar: @avs_pocos

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