O país se comoveu na semana passada com o assassinato da soldado da Polícia Militar de São Paulo, Sabrina Franklin, de 30 anos, ocorrido na zona sul da cidade. O crime aumenta a estatística dos homicídios que atingem esses profissionais.
Levantamento do Instituto Monte Castelo aponta que em 2023, 142 policiais morreram em confrontos com bandidos no Brasil. O número representa um aumento de 4,4% com relação ao ano anterior. A título de comparação, no mesmo período, no Reino Unido, nenhum policial britânico teve a vida ceifada por marginais. No Chile, país da América do Sul, vizinho do Brasil, 3 policiais tombaram em confronto.
“O Brasil deveria tratar com mais respeito aqueles que protegem seus cidadãos, oferecer melhores condições de trabalho, remunerar adequadamente e, acima de tudo, dar aos policiais a dignidade e carinho que merecem por exercer uma das mais difíceis e vitais profissões”, defende o delegado licenciado e especialista em segurança, Jorge Lordello.
“O policial, num ato de abnegação e por voto de profissão, se propõe a arriscar sua vida para salvar a de outra pessoa; quais outras profissões assumem esse risco?”, continua Lordello.
Esse nível de estresse, potencializado pelo atendimento de ocorrências que vão além do confronto com bandidos, faz com que a taxa de suicídios entre policiais seja 8 vezes maior do que a da população em geral, segundo dados do 16º Anuário de Segurança Pública. O levantamento, de 2022, aponta que no período, 101 policiais tiraram a própria vida.
“Por outro lado, uma reflexão merece atenção”, pondera Jorge Lordello. “Quem se importa, verdadeiramente, com a morte de um policial?”, indaga. O especialista recorda que nunca há manifestação de protesto pelo assassinato de um policial em serviço, por exemplo. "O nível de estresse, a cobrança dos superiores e os baixos salários, levam à conclusão que os policiais arriscam suas vidas apenas pelo amor à profissão", conclui Lordello.
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