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Economia Negócios

ABIMAQ participa de seminário sobre cadeias global de valor

Evento promovido na Câmara dos Deputados reuniu líderes e especialistas dos setores produtivos, que apresentaram os principais desafios e possibili...

04/12/2023 às 17h09
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Agência Dino
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No contexto da desglobalização, o Brasil está atento às mudanças nas Cadeias Globais de Valor (CGV) e às oportunidades de reposicionamento estratégico. Nesse sentido, a realização do evento conjunto entre as Comissões de Desenvolvimento Econômico e de Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados, proposto pelo Deputado Federal Vitor Lippi, no último dia 29 de novembro, teve como objetivo iniciar uma discussão importante sobre as oportunidades e perspectivas setoriais para o Brasil em meio à reconfiguração das cadeias globais de valor.

Desde 1990, as CGVs têm sido fundamentais no comércio internacional. No entanto, eventos como a guerra comercial entre EUA e China, a pandemia e conflitos geopolíticos têm levado a uma reavaliação dessas estratégias por parte dos países, criando um ambiente propício para o reposicionamento, onde muitos países estão pautando uma agenda de reindustrialização, com o conceito Reshoring.

Apesar das oportunidades que são surgidas, o Brasil enfrenta desafios consideráveis. Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta a fragilidade do país nas CGVs, com falta de relevância em inovação, controle e com exportações cada vez mais concentradas em bens intensivos em recursos naturais, além de problemas como o Custo Brasil, que também se destaca como um entrave a ser superado.

"Nós temos o Custo Brasil. Ele é formado por alguns parâmetros que tiram nossa competitividade. Destacam-se custo de capital elevadíssimo, alto custo de insumos e muita tributação sobre produção e consumo. Em média, os insumos para fabricar uma máquina ou equipamento no Brasil são 50% mais caros do que nos países que concorrem com o Brasil. A aprovação da Reforma Tributaria já será um passo importantíssimo. A PEC 45 foi bastante desfigurada e infelizmente a reforma não será a perfeição que nós gostaríamos, mas é um passo importantíssimo. Sem uma agenda de competitividade o Brasil não chegará a tão perseguida reindustrialização", destacou José Velloso, presidente-executivo da ABIMAQ,

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Para Velloso, embora o Brasil tenha vantagens comparativas na geração de energia limpa e bom relacionamento com os melhores mercados, temos enormes desafios internos, como a baixa taxa de investimentos. Reformas estruturais, aprimoramento da infraestrutura e acordos comerciais são fundamentais para atrair investimentos e levar o Brasil a participar ativamente das mudanças nas CGVs.

Nesse sentido, o setor de máquinas e equipamentos emerge como um potencial beneficiário desse reposicionamento. Diversificação de mercados, inovação tecnológica, participação na transição energética e parcerias estratégicas são identificadas como oportunidades para fortalecer a competitividade das empresas brasileiras.

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"Temos que trabalhar pela digitalização, indústria 4.0, e as novas tecnologias habilitadoras. Sem isso nós não vamos ser competitivos e sem ser competitivos nós não

vamos aproveitar o nearshoring, o powersoring ou ainda o friendshoring. Assim, o Brasil precisa ter uma estratégia de melhoria do ambiente de negócios, de competitividade e uma estratégia de comércio exterior. No Brasil é difícil você exportar, nosso setor exporta 14 bi de dólares por ano e o Brasil precisa continuar melhorando esse custo de fazer comércio exterior."

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Na visão de Velloso, é necessário que o país tenha uma agenda de acordos comerciais, porque sem acordos comerciais com os países desenvolvidos, o Brasil não conseguirá exportar com competitividade os produtos de alto valor agregado e não irá se inserir nas cadeias globais de valor.

Segundo o Deputado Federal Vitor Lippi, a conjuntura internacional atual apresenta uma oportunidade única para o Brasil. O ressurgimento da política de reindustrialização nos EUA, conhecida como "reshoring", sinaliza uma mudança de paradigma, e o Brasil pode desempenhar um papel estratégico como um destino alternativo e seguro para investimentos que anteriormente estavam concentrados na China.

O conceito de "friendshoring" e "nearshoring" torna-se crucial nesse contexto. Com a retomada do "reshoring" nos EUA, surge a necessidade de novos parceiros, e o Brasil, geograficamente favorável e livre de conflitos geopolíticos, destaca-se como uma opção viável para investidores internacionais em busca de diversificação em suas bases de produção.

De acordo com Lippi, o país é um grande importador de manufaturados e pode em pouco tempo se transformar em uma plataforma de exportação global para alguns setores, como na área de semicondutores, eletroeletrônica, componentes, autopeças, e metal-mecânica. "Isso tem muito interesse econômico social e pode ajudar a promover a reindustrialização e atrair novos e grandes investimentos de empresas multinacionais no país".

Estamos fazendo uma Reforma Tributária que vai ser fundamental para isso e todo mundo vê o esforço dessa Casa para que a gente possa diminuir esse Custo Brasil e esse grave problema que o país tem de competitividade internacional. Mas superado isso, nós vamos ter uma grande janela de oportunidade", concluiu o Deputado.

O seminário completo pode ser conferido através do link do YouTube https://www.youtube.com/watch?v=UvfLCxQl8_I&list=TLGGc5pPm-d8QNwzMDExMjAyMw

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