O cumprimento da promessa do presidente Lula de “colocar o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda” avançou em mais uma etapa com a aprovação, pelo Senado Federal, na quarta-feira (29), da proposta do governo que prevê a tributação ou elevação de alíquotas incidentes sobre os fundos exclusivos, usados pelos super-ricos, e de aplicações em offshores – empresas de pessoas residentes no Brasil com sede fiscal no exterior. A proposta segue para sanção do presidente.
O Projeto de Lei PL 4173/2023, aprovado inicialmente na Câmara dos Deputados, foi apresentado pelo governo com o objetivo de promover justiça tributária, já que os brasileiros mais pobres, proporcionalmente, pagam mais impostos do que os ricos.
O pequeno grupo de 2,5 mil investidores que aplicam nos fundos exclusivos, por exemplo, só pagam Imposto de Renda no momento do resgate e com a tabela regressiva, ou seja, quanto mais tempo de aplicação, menor a tributação. Ao mesmo tempo, a maioria dos trabalhadores são obrigados a comprometer parte de seus salários com o pagamento de impostos.
Cada fundo exclusivo pertence a apenas um cotista e exige pelo menos R$ 10 milhões de entrada e taxa anual de manutenção de R$ 150 mil. Ao todo, esses investimentos acumulam patrimônio de R$ 756,8 bilhões e respondem por 12,3% da indústria de fundos no país. Com o projeto, o governo pretende igualar essas aplicações aos demais fundos de investimento, com cobrança semestral de IR conhecida como come-cotas.
O texto aprovado pelo Senado prevê alíquota de 8% para quem antecipar, tanto nos fundos exclusivos quanto nas offshores, a atualização do valor dos rendimentos acumulados até 2023. Além disso, foi fixada alíquota linear – para os dois tipos de investimento – de 15% sobre os rendimentos.
Por meio do projeto, o governo prevê que poderá arrecadar, no próximo ano, cerca de R$ 20 bilhões, que poderão reforçar os recursos federais destinados às políticas públicas e a investimentos que gerem emprego e renda.
A presidenta do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), considerou a aprovação no Senado uma “grande vitória para o país” e destacou que, como ocorre com outros projetos que buscam melhoras na vida do povo, a extrema-direita votou contra. “Mais um compromisso que o presidente Lula cumpre. Só a turma do Bolsonaro registrou voto contra. Cobrar imposto de rico não é com eles. Sabem mesmo é esfolar o povo”, afirmou, nas redes sociais.
Também o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, comemorou mais esse avanço do governo Lula. “Faz o L: Presidente Lula está fazendo justiça tributária no Brasil. Quem é rico e nunca pagou imposto em fundos exclusivos e offshores agora vai pagar para que quem ganha até 2 salários mínimos fique isento. Isso é governar para o povo”, destacou, nas redes sociais.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), foi outro a falar da importância da aprovação da proposta do governo. “Imposto para ricos. Aprovamos no Senado Federal uma iniciativa inédita: a cobrança de imposto das camadas mais abastadas da população”, disse o parlamentar, nas redes sociais. “Com essa aprovação, o governo Lula cumpre etapa importante para que o país tenha justiça tributária, já que os recursos arrecadados serão usados para garantir a isenção de IR de quem ganha até 2 salários mínimos”, acrescentou.
Segundo ele, será dado “aos ricos o mesmo tratamento dado ao cidadão comum que tem pequenos investimentos no Brasil e já paga imposto sobre eles. Grande dia!”.
As iniciativas do governo para promover justiça na cobrança de impostos no país incluem também a proposta de reforma tributária, aprovada no início de novembro pelo Senado e que foi encaminhada para a Câmara dos Deputados.
Um dos principais pontos da reforma é a reversão do caráter regressivo do sistema tributário brasileiro, que faz os mais pobres, proporcionalmente, pagarem mais impostos do que os ricos. Isso acontece porque, atualmente, o país adota uma elevada tributação sobre o consumo.
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Outro benefício constante da proposta é a definição de alíquota zero para a Cesta Básica de Alimentos, que pretende garantir comida na mesa de todos os brasileiros.
Já para colocar o pobre no orçamento, o governo Lula tem adotado uma série de ações nesse sentido, como o fortalecimento dos programas de transferência de renda, entre os quais o Bolsa Famíla; o Minha Casa, Minha Vida, o reajuste per capita do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), a valorização do salário mínimo, a retomada do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), o Plano Safra da Agricultura Familiar, dentre outras.
Da Redação.
Super-ricos: Lula cumpre promessa de colocar pobre no orçamento e rico no Imposto de Renda | Partido dos Trabalhadores (pt.org.br)
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