Fotos: Antonio Prado/ Fesporte
“O esporte me tirou da depressão e da baixa autoestima”. As palavras saíram da boca de Wenzo Rafael Salvador, 11 anos, aluno do 6º ano da Escola Municipal Annes Gualberto, de Braço do Norte, logo após ele sair do pódio com a medalha de ouro no peito. Wenzo acabara de conquistar a prova dos 60 metros em cadeira de rodas (classe T-54) dos Jogos Escolares Paradesportivos de Santa Catarina (Parajesc), nesta sexta-feira, 12, na pista de Itajaí.
As palavras de Wenzo têm um significado especial quando se percebe a importância do esporte como processo de inclusão social, de mudança de vidas. Cadeirante, o garoto nasceu com Mielomemingocele, uma falha no fechamento do tubo neural, que determinou uma má formação na espinha.
“Ano passado fui campeão e este ano também. Gosto dos Parajesc porque aqui me sinto desafiado”, diz. Ao seu lado a mãe, a manicure Adrieli Dias Alves, enfatiza que a partir do momento que seu filho começou a praticar esportes e a participar dos Parajesc a vida do garoto mudou.
“Antes ele era um menino bem fechado. Agora ele é mais comunicativo e na escola ele é celebrado pelos colegas. Hoje meu filho é outra pessoa devido ao esporte”, atesta a mãe.
Esporte como elemento de mudança
Assim como Wenzo, os Parajesc, evento organizado pelo Governo de Santa Catarina, por intermédio da Fesporte, reúnem até este sábado, 13, em Itajaí, cerca de 400 atletas com deficiência física, intelectual e visual disputando as modalidades de atletismo, basquete, bocha paralimpica, tênis de mesa e natação.
Da mesma forma que o esporte impactou a vida do atleta de Braço do Norte, ele também tem sido um elemento de mudança na vida Luana Maria Mota, 16 anos, aluna do 1º ano do ensino médio da Escola Estadual Conselheiro Astrogildo Odon Aguiar, de Barra Velha. Com movimentos limitados, por conta de uma paralisia cerebral de nascença, ela mal conseguia saltar na prova de salto em distância, Classe T- 36. Nem por isso deixava de estampar um sorriso de alegria no rosto, nem quando caiu.
“Estou nos Parajesc pela primeira vez e achei bem legal, porque aqui estou conhecendo novas pessoas e é uma competição que me dá a oportunidade de ganhar. Além disso, desde que comecei a praticar esporte, há pouco tempo, meu condicionamento físico melhorou e minha autoestima também”, constatou Luana.
Por fim, já no pódio, a medalha de ouro no peito da barra-velhense pelo primeiro lugar, era a personificação da junção da força de vontade, alegria de viver e vitória. Tríade que o esporte e os Parajesc proporcionam na vida de uma paratleta.
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