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Fruticultores do Norte Pioneiro conquistam selo global e ganham mercado externo

Produtores de frutas associados à Cooperativa Agroindustrial de Carlópolis (COAC), no Norte Pioneiro do Estado, estão conquistando consumidores da ...

18/03/2022 às 11h05
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Secom Paraná
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Foto: IDR-PARANÁ
Foto: IDR-PARANÁ

Produtores de frutas associados à Cooperativa Agroindustrial de Carlópolis (COAC), no Norte Pioneiro do Estado, estão conquistando consumidores da Europa e do Oriente Médio. Para chegar a esses mercados, foi necessário provar que a fruticultura paranaense segue boas práticas agrícolas e tem baixo impacto ambiental. Em 2019 a goiaba produzida em Carlópolis obteve a certificação de Indicação Geográfica e o selo Global G.A.P. (Global Agricultural Practices).

Neste ano, os produtores associados à COAC incluíram carambola, abacate, pitaya, figo-da-índia e lichia na lista de frutas com o selo Global G.A.P. Para os produtores, além de novos mercados, o selo é um reconhecimento da qualidade e sustentabilidade da produção paranaense.

O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR Paraná) participou das ações voltadas à conquista do selo Global G.A.P. e da certificação de Indicação Geográfica. O esforço conjunto envolveu produtores, cooperativa, prefeitura, Sebrae, Senar-PR e Universidade Estadual Paulista, além do IDR-Paraná.

Durante o ano passado a COAC comercializou 2.998 quilos de carambola, 133.117 quilos de abacate, 2.084 quilos de figo-da-índia, 5.531 quilos de pitaya, 39.014 quilos de lichia e 50.340 quilos de goiaba. Portugal, Suíça, Inglaterra, Espanha e países do Oriente Médio foram os principais compradores.

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A expectativa da diretoria da cooperativa é que as exportações ajudem a sustentar o preço da goiaba no mercado interno, evitando quedas drásticas quando há superprodução. A previsão é que as exportações aumentem a partir de 2023, pois a geada do ano passado diminuiu a produção desta safra.

TREINAMENTOS– Durante os últimos anos os produtores passaram por diversos treinamentos para atender exigências da certificação internacional. As instituições levaram até eles cursos de aplicação de defensivos, manipulação de alimentos, Manejo Integrado de Pragas, primeiros socorros, entre outros. “O IDR-Paraná apoiou ajudando a elaborar o caderno de campo, no qual o produtor faz todas as suas anotações”, contou Luiza Rocha Ribeiro Calixto, engenheira agrônoma do IDR-Paraná.

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“Agora, com recursos do programa Coopera Paraná , desenvolvido pelo Governo do Estado, foi adquirido um software com o qual todos esses dados serão armazenados no celular do produtor, facilitando o trabalho”, explicou. Segundo ela, com o Sebrae, o IDR Paraná participou da auditoria que verifica a implantação do Sistema de Gestão de Qualidade que regula as propriedades participantes do processo de certificação internacional.

CONTROLE– Airton José Soares Capote tem 4,5 hectares cultivados com goiaba e nesta safra deve colher 80 toneladas da fruta. Para ele, a certificação melhora o mercado. "É importante porque abre a possibilidade de vender a fruta para outros países. Exportando a gente evita o excesso de oferta no mercado interno e melhora os preços. É uma baita alternativa para os produtores", afirmou. Ele informou que o mercado externo paga pela goiaba 50% mais que o preço praticado no Brasil.

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Segundo Capote, quando foi iniciada a aplicação das práticas exigidas pela certificação internacional, anos atrás, houve um estresse, mas hoje elas são feitas naturalmente. “Nos últimos anos melhoramos alguns pontos no processo produtivo como o uso de produtos recomendados, a observação do prazo de carência, questões ambientais, a qualidade da água para o consumo no pomar e nas residências, moradia e uso de Equipamentos de Proteção Individual”, observou.

O produtor disse, ainda, que a cada seis meses as frutas são analisadas para verificar se não há resíduos de produtos químicos. Além disso, são feitas análises da água consumida no pomar e nas residências da propriedade. Todo esse trabalho é exigido para manter o selo Global G.A.P.

MERCADO INTERNO– Os produtores de goiaba de Carlópolis adotaram tecnologias como o controle biológico e a técnica do ensacamento das frutas, entre 70 e 80 dias antes da colheita. Com isso foi possível reduzir os níveis de resíduos químicos a zero, já que a partir do ensacamento não é feita nenhuma aplicação de defensivos ou inseticidas nos pomares. A variedade tailandesa, de cor vermelha, domina os cultivos. Muitos produtores fazem o plantio consorciado da goiaba com o café. A fruta produz o ano inteiro, complementando a cafeicultura que tem um ciclo anual.

As frutas produzidas em Carlópolis também abastecem o mercado interno, sendo vendidas para São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso. A certificação também aumenta a confiança do consumidor na qualidade dos alimentos.

Inês Yumiko Sato Sasaki, gerente de Vendas da COAC, disse que o processo de certificação das cinco frutas neste ano foi tranquilo, já que a adequação das propriedades tinha sido feita para a goiaba. “A única mudança foi o acréscimo do caderno de campo para cada fruta, com anotações para conferir a rastreabilidade dos produtos. Com mais esse selo coletivo, todas as frutas comercializadas pela Cooperativa passam a contar com a certificação internacional” informou Inês. Ela acrescentou que os resultados conseguidos pela goiaba e a procura pelo mercado externo incentivaram os fruticultores a solicitar o selo para mais frutas. “Para nós é uma oportunidade de vender a preços melhores”, ressaltou Inês.

SELO– O Global G.A.P. (Good Agricultural Practices) conquistado pelos produtores de Carlópolis é um manual de boas práticas agrícolas que estabelece um conjunto de normas técnicas para diferenciar os produtos e beneficiar produtores e organizações preocupados com o impacto ambiental das atividades agrícolas. Os princípios da certificação baseiam-se nos conceitos de segurança alimentar, proteção do meio ambiente, condições de saúde, higiene e segurança dos trabalhadores e bem-estar animal. Leva em conta também a redução do uso de defensivos agrícolas, o não emprego de menores ou o trabalho escravo.

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