Uma audiência pública realizada na Câmara Municipal de Quixadá, na manhã desta quarta-feira (19), deu início às atividades – que prosseguem até quinta (20) – do Geodia, que reuniu 16 instituições que compõem o Grupo de Trabalho (GT) para criação do Geoparque Sertão Monumental (GSM). Presentes, a titular da Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Ceará (Sema), Vilma Freire; a titular da Secretaria de Turismo (SETUR), Yrwana Albuquerque; o prefeito Ricardo Silveira, de Quixadá; Sandra Santiago, da Autarquia do Meio Ambiente de Quixeramobim, representando o prefeito daquele município, Cirilo Pimenta. Também presentes, o presidente da Câmara Municipal de Quixadá, Luiz Neto, que conduziu os trabalhos; vereadores e vereadoras; promotores do Ministério Público; técnicos do Serviço Geológico Brasileiro; Clébio Viriato, Presidente da Fundação Cultural; Mara Lopes, superintendente da AMMA, além de representantes da UECE, UFC, IFCE e Agentes Jovens Ambientais (AJAs).
A apresentação do projeto foi realizada pelo professor Felipe Monteiro (IFCE). Ele explicou que os Geoparques são patrimônios naturais certificados pela Unesco. “Nosso papel agora é preparar o terreno para a vistoria da UNESCO. A Chapada do Araripe é hoje o único Geoparque do Ceará. Quixadá e Quixeramobim possuem paisagens unificadas de grande beleza cênica, numa área geográfica, geológica e ecológica de relevância internacional, com área preservada pelo MONA Os Monólitos de Quixadá e mais quatro Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). Temos um cenário ideal”. Ele adiantou que a área de 5.345 km² está dentro dos critérios da Unesco de geoconservação, geoeducação e geoturismo, com 20 sítios e geossítios de valor arqueológico, paleontológicos, histórico e cultural, sendo dois de relevância internacional e 12 de relevância nacional.
O professor Rubson Maia (UFC), na sequência, afirmou que existe uma série de estudos científicos sobre a área. “E é fundamental que as prefeituras de Quixadá e Quixeramobim comprem a ideia e trabalhem unidas para tornar este projeto realidade, de forma a desenvolver a região em todos os seus aspectos”. Yrwana Albuquerque lembrou que 1,5 milhão de turistas visitam Machu Pichu, no Peru. “Aqui, não deixamos a desejar em qualquer aspecto. Temos tudo para sermos o 2º geoparque do Ceará e o 4º do Brasil. Até 2024, espero divulgar esta boa nova”.
Em sua fala, Vilma Freire agradeceu a presença dos AJAs e conclamou a união de todos. “Vamos trabalhar juntos: poder público – Estado, prefeituras e câmaras municipais – academia, Ministério Público, sociedade civil. O que se quer é a chancela da Unesco para dar visibilidade mundial a esta imensa riqueza. A MONA existe há mais de 20 anos e estes estudos devem provocar celeridade na decisão. É isso que queremos: o Ceará sempre à frente, expondo a beleza da caatinga e do nosso sertão”. Ricardo Silveira, por sua vez, afirmou que “o Geoparque será um equipamento fundamental para nossa região e que deve ser conquistado o quanto antes”.
No final da manhã, houve, em Quixeramobim, visita das secretárias Vilma Freire e Yrwana Albuquerque ao Museu Oficina Antônio Rabelo, de joias artesanais desenvolvidas a partir das pedras e objetos naturais da região. Elas foram recepcionadas pelo próprio Rabelo e pelo prefeito Cirilo Pimenta.
Após o almoço, houve a primeira reunião do GT do GSM 2023, na Casa de Saberes Cego Aderaldo, em Quixadá, também com a presença das duas secretárias, além de representantes das demais entidades. Vilma e Irwana realizaram uma visita guiada pelas exposições realizadas na Casa.
Na quinta, a equipe técnica fará visitas à Pedra do Cruzeiro, ao Complexo Geossítio Pedra da Galinha – açude Cedro, em Quixadá, e à tarde, aos geossítios Pedra da Baleia, Fazenda Salva vidas, Fazenda Canhotinho e Museu de Joias Artesanais Antônio Rabelo, em Quixeramobim.
Os geoparques são áreas geográficas únicas. Para a Unesco, são territórios de interesse geológico e geomorfológico e com uma estratégia de desenvolvimento responsável tanto social quanto ambientalmente. São geridos com um conceito holístico de proteção, educação e desenvolvimento sustentável. O GSM possui uma biodiversidade única, um patrimônio natural sem igual, além de um espaço de força da cultura nordestina. A famosa Pedra da Galinha, por si só, já é um ícone do Estado. O Ceará tem monólitos concentrados em mais de 50 elevações e protegidos por uma Unidade de Conservação (UC) estadual, o Monumento Natural (MONA) Os Monólitos de Quixadá, criada em 2002.
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