O Grupo Especial de Atenção às Suspeitas de Enfermidades Emergências (Gease), coordenado pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), reuniu-se nesta quarta-feira (01) para reforçar a sintonia entre entidades e avivar o alerta em relação à influenza aviária. Participaram, além da Adapar, representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária, Secretaria da Saúde, Universidade Federal do Paraná (UFPR), Defesa Civil, Polícia Rodoviária Estadual, Polícia Ambiental e Federação da Agricultura do Paraná (Faep).
O protocolo internacional determina que, caso o vírus atinja granjas comerciais, o país tem as exportações de frangos e ovos suspensas. Na noite desta terça-feira (28), a Argentina tomou essa decisão ao confirmar a doença no circuito comercial, depois de outros 24 casos em aves silvestres e domésticas.
O Paraná é o maior produtor de proteínas animais do Brasil, com cerca de 6,2 milhões de toneladas de aves, suínos e bovinos ao ano, dos quais os frangos representam 4,8 milhões de toneladas. O Estado é responsável por quase 37% da produção brasileira de aves e por aproximadamente 40% das exportações.
“Se essa doença entrar no Brasil, seria um desastre”, acentuou o presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins. Ele reafirmou que até agora não foi confirmado nenhum caso de gripe aviária no País, mas que algum foco em granja comercial em qualquer local afetará o Paraná. “Estamos em alerta total com o nosso pessoal, no sentido de ter claramente todas as informações”, disse.
Técnicos da Adapar têm realizado eventos pelo Estado com vistas à orientação dos produtores, particularmente em relação aos cuidados com a manutenção das telas e portas dos aviários para não deixar frestas, e não permitir a entrada de pessoas estranhas à produção.
O superintendente do Ministério da Agricultura e da Pecuária no Paraná, Cleverson Freitas, disse que a entidade tem feito bastante campanha educativa. “Estamos com muita atenção no Brasil todo”, afirmou. “A nossa economia está muito focada na avicultura e a entrada da influenza aviária em granja comercial causaria impacto muito grande, com problemas socioeconômicos se alastrando em toda a cadeia, pequenas empresas quebrando, pequenos produtores quebrando e causando dificuldade no setor econômico, principalmente no Paraná e região Sul”.
A coordenadora do Programa de Sanidade Avícola da Adapar, Pauline Sperka de Souza, ressaltou que as reuniões têm como objetivo traçar o plano de ação de cada uma das entidades no caso de haver uma situação de emergência. O trabalho dos fiscais está focado, no momento, a atender notificações ou na busca ativa por presença de eventual vírus em aves caseiras. “Temos de trabalhar com eficácia e eficiência nessas aves para que, se houver detecção, não se passe para as comerciais”, frisou.
Por isso, a Adapar pede que sejam comunicados pelos canais que estão no site da Adapar ou nas unidades regionais e locais da entidade casos em que aves apresentem sinais clínicos respiratórios, coriza, tosse, diarreias, excessivo lacrimejamento e taxas elevadas de mortalidade. “Não são sinais que ocorrem apenas nos quadros clínicos de influenza aviária, mas precisam ser investigados”, ponderou Pauline.
EVENTOS – O Governo do Estado, por meio da Adapar, suspendeu a presença de quaisquer espécies de ave em eventos agropecuários, feiras, exposições, agremiações e atividades afins no Estado do Paraná por 90 dias , como medida preventiva à gripe aviária.
ALERTA– O alerta já existe em todo o Estado, visto que há muitos voos internacionais para o Brasil, 118 espécies diferentes conhecidas de aves migratórias e pelo menos 138 focos confirmados na América do Sul até segunda-feira (27), com cinco em granjas comerciais no Peru, um no Equador e um na Argentina
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