O projeto encontra-se na etapa de mapeamento e instalação de três trilhas interpretativas
Ampliar e aprofundar o conhecimento sobre as Unidades de Conservação (UCs) do Amazonas, caracterizadas por serem áreas já regidas pelo desenvolvimento sustentável, mas que ainda carecem de alternativas viáveis de exploração de seus recursos, é o objetivo de projeto apoiado pelo Governo do Estado, por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Amparado pelo Programa Biodiversa/Fapeam, e coordenado pelo pesquisador Jochen Schongart, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o projeto “Pesquisas para fortalecer a conservação e desenvolvimento de ecoturismo comunitário em áreas úmidas do Estado do Amazonas”, contemplado pelo edital n° 007/2021, tem como foco a análise das áreas úmidas da Amazônia, conhecidas pela pobreza de nutrientes, como, por exemplo, os igapós e as campinaranas.
O pesquisador explica que os igapós são áreas alagáveis ao longo dos rios de água-preta, enquanto as campinaranas são um tipo de vegetação caracterizada por apresentar solos predominantemente arenosos, fortemente lixiviados, de baixíssima fertilidade.
“As características e peculiaridades de igapós e campinaranas são um grande desafio para a ciência e educação” disse o pesquisador.
E destacou, também, que é preciso desenvolver políticas públicas eficientes, que busquem equilíbrio entre o potencial econômico do uso sustentável dos recursos naturais e o desenvolvimento de biotecnologias e bioeconomias, uma vez que mudanças do clima e uso de terra se tornam agentes crescentes de distúrbios nesses ecossistemas vulneráveis.
Ele falou ainda sobre a meta da pesquisa de unir o conhecimento ecológico-científico com o tradicional e transformá-lo na forma de diálogo, que gere um estreitamento da interação homem – natureza. “Isso serve para estimular um ecoturismo comunitário e a educação socioambiental das jovens gerações das comunidades e dos municípios da RDS do Uatumã (Presidente Figueiredo, São Sebastião do Uatumã e Itapiranga)”, avaliou.
O projeto, em andamento, foi dividido em três áreas temáticas com foco nas campinaras e igapós, de acordo com os resultados alcançados: modelagem ecológica de espécies características de plantas superiores; classificação e mapeamento de macrohabitats na RDS do Uatumã; e, por fim, turismo ecológico comunitário nesses ambientes.
Atual mente, o estudo encontra-se na etapa de mapeamento e instalação de três trilhas interpretativas: a primeira é a Trilha da Cachoeira do Padre (1,5 Km); a segunda é composta por ecossistemas de terra firme e campinaranas na região da comunidade Maracarana (6 Km); a terceira é uma trilha aquática no igarapé Abacatinho, localizada no afluente do Rio Abacate da bacia do Rio Uatumã (6 Km).
O projeto conta com parcerias do grupo de pesquisa Maua, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e cooperação da Secretaria do Estado de Meio Ambiente (Sema) e dos moradores da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã.
O Programa Biodiversa/Fapeam tem o objetivo de apoiar propostas de pesquisa científica, tecnológica e/ou de inovação, ou de transferência tecnológica, coordenadas por pesquisadores residentes no estado do Amazonas, vinculados às instituições de pesquisa voltadas para caracterização, conservação, restauração, uso sustentável do meio ambiente e exploração sustentável da diversidade amazônica.
Tais propostas visam à produção de conhecimentos, que contribuam para o enfrentamento dos problemas ambientais amazônicos; e subsidiem a formulação de políticas públicas de conservação ambiental no Amazonas.
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