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PCR para HPV contribuiu com a prevenção do câncer de colo uterino

Debate durante o 54º CBPC/ML mostra a evolução dos testes laboratoriais para identificação dos tipos de HPV de maior risco para o câncer uterino, p...

19/10/2022 às 08h50
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Agência Dino
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Fotocongresso
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Rastreio do câncer de colo uterino por testes moleculares foi debatido durante o 54º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (CBPC/ML) demonstrando que os testes moleculares, como o PCR, são mais eficientes na prevenção do câncer do colo uterino que o tradicional Papanicolau, que é o exame citológico.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer do colo do útero é o quarto tipo mais comum entre as mulheres (exceto os casos de pele não melanoma), com aproximadamente 530 mil novos casos por ano em todo o mundo. É responsável por 265 mil óbitos por ano, sendo a quarta causa mais frequente de morte por câncer em mulheres. No Brasil, a mortalidade é de 6.385 por 100 mil mulheres por ano, especialmente na faixa estaria de 40 a 49 anos.

Melhorar a prevenção, rastreamento é sempre a forma mais eficaz de diminuição dos agravos causados pela doença. No entanto, no Brasil o exame mais usado para o diagnóstico ainda é o Papanicolau. “Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos, a pesquisa molecular de HPV de Alto Risco foi incluída nos protocolos de rastreio desde 2012, comenta a Dra. Leticia Katz, Diretora de Programa de Saúde Pública da Sociedade Brasileira de Citopatologia. “No Brasil, não só o exame utilizado, mas a jornada da paciente após um exame positivo, é uma grande preocupação, por conta da complexidade e o pouco acesso ao sistema de saúde brasileiro”, comenta.

A palestrante Katia Luz Torres, Diretora de Ensino e pesquisa da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas, compartilhou sua experiência em um trabalho de campo com o rastreamento de cerca de 400 mulheres ribeirinhas. Na amostra foram encontrados dois casos de câncer de colo de útero, considerada uma alta incidência, e que iniciativas dessa natureza poderiam ser um avanço na disseminação do avanço da doença em sua forma mais letal.

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José Eduardo Levi, pesquisador do Instituto de Medicina Tropical (Lab. de Virologia) da Universidade de São Paulo e P&D da Dasa, comentou que os testes moleculares são ideais para serem feitos em larga escala, pois são mais automatizados, diminuindo as chances de erro e melhorando rapidez do diagnóstico e confiabilidade do exame. “Como o rastreamento do câncer do HPV deveria ser feito em toda mulher na faixa etária recomendada, usar o exame molecular, que é um teste muito mais sensível, melhoraria a sensibilidade de diagnóstico”, argumenta. 

Para Neila Maria de Góis, Presidente da Comissão Nacional Especializada no Trato Genital Inferior da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), os médicos ginecologistas deveriam atentar ainda para a faixa etária de solicitação do exame, uma vez que solicitar ao adolescente, que frequentemente demonstra infecção pelo HPV rapidamente clareada pelo sistema imune, e que poderia ser um desperdício de esforços ao sistema e tratamentos desnecessários. “É preciso observar diretrizes e recomendações de rastreios”, segundo ela. 

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Para o patologista do Laboratório de Genética Molecular do Laboratório Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, Luiz Gustavo Cortes, comenta que “é necessária uma construção do paradigma para migrar para o PCR de HPV”, pois o Sistema de Saúde no Brasil ainda é baseado no Papanicolau, teste rudimentar e que depende muito da interação humana. 

Annelise Correa Wengerkievicz Lopes, médica patologista clínica e Diretora de marketing e comunicação da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e Gerente médica executiva da Dasa em Florianópolis comenta que ainda hoje existe um grande número de solicitações de captura hibrida, o primeiro teste molecular a ser disponibilizado no início dos anos 2000, mas que o PCR tem a vantagem de ser  diferenciar os subtipos de HPV 16 e 18, que são os mais oncogênicos, e conter controle interno de reação, que garante que havia material biológico e a reação transcorreu como deveria.  “Por isso, o PCR deveria ser considerado o método de predileção para rastreio populacional do HPV”, finaliza.

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