O dia 13 de maio de 1888 marca, formalmente, a abolição da escravidão no Brasil, no entanto, há que se pensar em quais condições isso se deu e qual o real efeito desta abolição na vida da população negra nos dias atuais. Pensando nisso, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), por meio da Coordenação de Promoção da Igualdade Racial (Copir), realizou na sexta-feira (13), no auditório do Centro de Convivência do Idoso, o projeto Memória e Resistência, com a palestra “134 anos de abolição da escravatura e a luta pela reparação social: um novo formato de escravização”, proferida pelo técnico da Copir e historiador, Afonso Silvestre.
A Copir entende que a questão racial, vista sob a ótica da garantia constitucional de direitos humanos, deve ser intensamente e permanentemente discutida e estudada, para que espaços de formação coletiva sejam formados e multiplicados e, consequentemente, seja possível pensar estratégias de atuação, do ponto de vista das políticas públicas, para que os direitos já garantidos legalmente sejam efetivamente praticados.
Durante o evento, a diretora de Assistência Social, Clea Malta, ressaltou a necessidade do povo negra se levantar e da necessidade do poder público e da sociedade civil ouvirem suas demandas.
A coordenadora da Copir, Olinda Pereira, afirmou a importância de lembrar do 13 de Maio como dia de luta. “A gente sabe que esta data não tem nada para se comemorar, por isso, temos o entendimento de que nestes 188 houve mais dor do que reparação, por isso estamos fazendo este momento de resistência e visibilidade do nosso povo”, ressaltou Olinda.
O evento contou com a participação do grupo de capoeira Memória de Bimba, que apresentou roda de samba, capoeira e maculelê. “Eu me sinto muito à vontade neste espaço, e também provocado, porque o dia 13 de maio oferece muito pouco para nosso povo preto. Hoje estamos aqui para mostrar nossa história e que a nossa cultura resiste”, ressaltou o mestre Sandro da Silva Jesus.
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