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Edifício no centro de SP será revitalizado e receberá o nome de Tebas

Homenagem a Joaquim Pinto de Oliveira 1º arquiteto negro paulista

24/05/2025 às 18h58
Por: Redação Fonte: Agência Brasil
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© Cadu Pinotti/Agência Brasil
© Cadu Pinotti/Agência Brasil

A Prefeitura de São Paulo homenageia Joaquim Pinto de Oliveira (1721–1811), conhecido como Tebas, primeiro arquiteto negro paulista, dando o nome Tebas ao Edifício Misericórdia, localizado no centro da capital paulista.

Joaquim era um escravo que atuava em diversos projetos de construção nas últimas décadas do século 18, na cidade de São Paulo . Ele usava técnicas aprendidas com o seu dono, o mestre pedreiro português Bento de Oliveira Lima.

Na obra do Chafariz da Misericórdia, localizado no terreno do prédio que será revitalizado, Joaquim atuou como engenheiro hidráulico. Em decorrência desta obra recebeu o apelido de Tebas, que significa algo como "homem que tudo faz”, em kimbundu, língua africana.

Com o novo nome, o Edifício Tebas será destinado a moradias, com 43 apartamentos. A prefeitura arcará com o financiamento de 15% da obra, com uma das unidades destinada ao aluguel social.

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Além das moradias, o prédio também contará com um restaurante com foco em alimentos orgânicos e um espaço multiuso com deck aberto ao público, voltado para o calçadão do centro.

Apesar de sua importância, com décadas atuando em obras na capital, o reconhecimento oficial como arquiteto só veio mais de dois séculos depois, em 2018, após documentos localizados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) comprovarem a autoria de suas obras.

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Em 2020 a Prefeitura de São Paulo inaugurou uma escultura em sua homenagem na Praça Clóvis Bevilácqua, na região da Sé, parte de um programa de valorização e reconhecimento da presença negra na cidade.

Programa de revitalização

O programa municipal de retrofits tem hoje 23 projetos aprovados, totalizando 2.112 unidades habitacionais. Parte dos empreendimentos será destinada ao uso residencial, sendo um deles para habitação de interesse social) e quatro para uso comercial.

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Ao todo, cinco edifícios receberam certificado de Conclusão de Requalificação, documento que atesta a conclusão de obras de retrofits. Existem outros 33 processos em análise. A medida já foi alvo de críticas na Câmara Municipal por ser mais cara que outros projetos anteriores, como os de aluguel social.

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