Com o tema “De janeiro a janeiro: prevenção o ano inteiro”, o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), deu início, quinta-feira (23), à campanha Janeiro Roxo. A abertura aconteceu durante o seminário estadual "Conexões pela saúde: Maranhão na luta contra a hanseníase de janeiro a janeiro”, no auditório do Centro Universitário Dom Bosco (UNDB), no bairro Renascença, em São Luís (MA).
Durante o seminário, o secretário de Estado da Saúde, Tiago Fernandes fez o lançamento do Painel Digital de Indicadores Estratégicos da Hanseníase no Maranhão. A iniciativa funciona como acesso à informação para todos os gestores municipais, inclusive para a imprensa e a população.
"O Janeiro Roxo é a campanha em que enfatizamos a importância da sensibilização, do diagnóstico e tratamento da hanseníase em parceria com os 217 municípios. Só neste mês de janeiro de 2025, o estado fez a busca ativa em 2.500 crianças para diagnóstico precoce, isso mostra a importância de trabalhar em parceria com os municípios para que a gente elabore ferramentas e instrumentos necessários de cuidado para população", afirmou o secretário Tiago Fernandes.
Para este ano a proposta é chamar a atenção para o diagnóstico precoce da hanseníase, orientando a população sobre o tratamento completo disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo, ainda, a busca ativa de novos casos, o enfrentamento dos estigmas associados à doença, bem como a sensibilização e mobilização dos profissionais de saúde através da adesão dos 217 municípios maranhenses.
O seminário abordou os eixos "Hanseníase em perspectiva: Integração das ações para a eliminação", "Prevenção em destaque: A trilha do Maranhão para a detecção precoce da hanseníase", "Estratégias em foco: Vigilância e monitoramento da hanseníase", "Transformando desafios em soluções: Acessibilidade e tecnologias" e "Cuidado sem fronteiras: Descentralização e seu impacto regional".
Presente na abertura da campanha e programação do seminário, o coordenador geral de Vigilância da Hanseníase e Doenças em Eliminação do Ministério da Saúde, Ciro Martins Gomes, destacou que ao passo em que o Ministério apoia o Estado, também aprende com a capacidade técnica de seus servidores para alcançar todos os públicos prioritários.
"Estamos muito felizes com essa parceria e de como o estado tem dado prioridade para a população pediátrica, que na hanseníase abordamos, principalmente, os pacientes menores de 15 anos. O estado do Maranhão tem observado esse grupo, assim como os demais, pois sabemos que se a doença acometer uma criança tão nova, ela pode ter muito mais sequelas do que se fosse em um adulto. Por isso consideramos, sim, que o trabalho com as crianças é prioritário, porque vai evitar a transmissão da doença e também incapacidades. Não há dúvidas que todos os esforços estão sendo tomados para alcançar essa melhora do diagnóstico e maior atenção para a população acometida", afirmou Ciro Martins Gomes.
A responsável técnica pelo Programa de Controle de Hanseníase do Município de São Luís, Delma Brito, comentou sobre o impacto de fortalecer a campanha durante os 12 meses do ano. "A primeira coisa que a gente se organizou para fazer e que vem fazendo desde o ano passado são os mutirões, tanto de aplicação de questionário para casos suspeito nas Unidades Básicas de Saúde, como também indo nas escolas, através do Programa Saúde na Escola, promover treinamento e palestras com os professores e escolares. O seminário, por sua vez, é uma troca de saberes, uma aprendizagem muito grande".
Participando do seminário, a secretária de Saúde de Santa Rita, Aglaia Carvalho, enfatizou a importância de trazer a temática para o centro da discussão, em especial no diálogo com os gestores que estão em início de mandato. "Eu estou no início de mandato na secretaria e nós queremos continuar com essa parceria e busca ativa frequente. Estamos solícitos e abertos para qualquer tipo de parceria. Um evento como esse é de grande importância não só para a gente, mas para a equipe, para que se conscientizem".
Também estiveram presentes no lançamento da campanha Janeiro Roxo 2025 a secretária adjunta da Política de Atenção Primária e Vigilância em Saúde da SES, Deborah Campos; o superintendente da Atenção Primária da SES, Willian Ferreira; a chefe do Departamento de Epidemiologia da SES, Monique Maia; o coordenador estadual do Programa Saúde na Escola (PSE), Jadilson Neto; a consultora técnica da Coordenação Geral de Vigilância da Hanseníase e doenças em eliminação do Ministério da Saúde, Marcela de Carvalho Campos; e a secretária Municipal de Saúde de Passagem Franca, Geane Cardoso Menezes, que na oportunidade representou o Conselho de Secretários Municipais de Saúde do Maranhão (COSEMS) na mesa de abertura do evento.
Dados
De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), o Maranhão é o primeiro estado da região nordeste e o segundo estado com maior número de casos da doença no Brasil. Em 2023, foram notificados 2.381 casos novos da doença, perfazendo uma taxa de detecção de 33,3 casos por 100.000 habitantes.
Dos casos novos notificados ainda neste ano, 1.780 casos são da população geral e 171 casos em menores de 15 anos. No ranking estadual, os cinco municípios maranhenses com maior número de casos confirmados de hanseníase, em 2023, foram: Luís (312), Codó (112), Imperatriz (108), São José de Ribamar (95) e Timon (78).
"O nosso objetivo é o aumento da detecção dos casos novos para que a gente conheça o cenário epidemiológico da doença no nosso estado. Depois da pandemia, tivemos um declínio em relação a essa taxa de detecção e por isso chamamos todos os secretários, coordenadores de Vigilância Epidemiológica e de Atenção Primária porque é na Atenção Primária que se faz a detecção dos casos no intuito de alcançarmos um número maior e também quebrar essa cadeia de transmissão da doença", pontuou a superintende de Epidemiologia da SES, Dalila Santos.
A hanseníase é uma doença que atinge pele e nervos periféricos, podendo levar a sérias incapacidades físicas. Os principais sintomas são manchas avermelhadas, esbranquiçadas ou amarronzadas no corpo, com diminuição ou perda de sensibilidade ao calor, ao tato e à dor; caroços avermelhados, às vezes doloridos; sensação de choque com fisgadas ao longo dos braços e pernas; áreas com diminuição de pelos e suor; e o engrossamento do nervo que passa pelo cotovelo, levando a uma perda da força do quinto dedo da mão.
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