O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Cultura da Paraíba (Secult-PB), iniciou nesta sexta-feira (17) o que promete ser uma série de reuniões com representantes de países africanos para propor parcerias visando a nova edição do Arte na Bagagem , programa que colabora financeiramente com a circulação de artistas para fora da Paraíba e que em 2025 chega a sua terceira edição. O objetivo, a partir daí, é ter um olhar mais sensível para o Sul Global.
As duas primeiras reuniões, ambas ocorridas de forma online, aconteceram com a embaixadora do Brasil em Camarões, Patrícia Maria Oliveira Lima, e depois com a professora Artemisa Odila Monteiro, que é natural de Guiné-Bissau e que atualmente atua como pró-reitora de Relações Institucionais e Internacionais da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab).
Articulados com a colaboração da professora Ana Berenice, da Agência de Cooperação Internacional da Universidade Federal da Paraíba, os encontros têm como objetivo firmar uma agenda com esses países ainda para este ano.
Pedro Santos, que é secretário de Estado da Cultura da Paraíba, explicou que o Arte na Bagagem já é considerado um sucesso, pelas possibilidades que permite de levar paraibanos a se apresentar em outros palcos, para outras plateias, mas o gestor pondera que as viagens internacionais promovidas pelo programa nos dois primeiros anos tiveram uma prevalência de destinos na América do Sul e na Europa. E que, para 2025, a ideia é equacionar melhor esses destinos, descentralizando-os e abrindo novas possibilidades de interação.
“Neste novo momento do Arte na Bagagem, pretendemos incentivar a circulação de artistas paraibanos no Sul Global. Porque achamos que um maior diálogo com a África é mais do que necessário”, destacou.
Pedro explica que o Arte na Bagagem vai continuar tendo a possibilidade de os artistas indicarem para onde pretendem ir, mas ao mesmo tempo a ideia é que a partir de 2025 haja uma reserva de vagas para destinos que a Secult-PB classifique como historicamente prioritários.
Embaixadora do Brasil em Camarões, Patrícia Maria Oliveira Lima se disse empolgada com essa possibilidade de diálogos e já indicou ao menos duas possibilidades, nas áreas de música e de cinema, em que essa circulação artística com Camarões pode prosperar. “Existe uma similaridade cultural muito grande entre Brasil e Camarões”, pontuou.
Já a professora Artemisa Odila Monteiro, de Guiné-Bissau, parabenizou o olhar sensível da Secult-PB em se voltar para os países africanos. E, como no caso de Guiné-Bissau, aos países lusófonos. “Quando a maioria das pessoas e dos governos se volta para a Europa, vocês fazem um movimento de grande importância histórica em direção à África”, comemorou.
Ficou acordado que, em ambos os casos, as eventuais parcerias vão ser definidas a partir de curadorias conjuntas. Para além disso, tanto Patrícia como Odila se comprometeram a iniciar diálogos com representantes governamentais dos respectivos países, Camarões e Guiné-Bissau, para uma nova rodada de diálogos com a Secult-PB, desta vez já de olho mais específico nos eventos culturais que tenham o interesse de receber as apresentações dos artistas paraibanos.
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