Entram na fase final as obras da Sanepar de instalação da Barragem Miringuava, em São José dos Pinhais, empreendimento que faz parte do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba e Região Metropolitana (SAIC). A barragem deverá armazenar quase 40 bilhões de litros de água. Para explicar como se dará a última etapa antes do início enchimento do reservatório e dar informações e orientações específicas, a Companhia de Saneamento do Paraná realizou, nesta segunda-feira (13), uma reunião com moradores lindeiros e de regiões próximas.
O encontro foi uma das muitas iniciativas que estão no cronograma de atividades socioambientais da Sanepar na área da barragem e uma das condições que a empresa cumpre junto aos órgãos de licenciamento ambiental. Além de moradores, participaram representantes da Prefeitura de São José dos Pinhais (secretarias da Educação, da Agricultura e do Turismo), da Polícia Militar Ambiental e de empresários da região.
Pela Sanepar, participaram o diretor de Meio Ambiente e Ação Social da empresa, Julio Gonchorosky, biólogos, engenheiros civil, florestal e ambiental, gestores socioambientais, profissionais da Coordenação de Licenciamento e Outorga da Companhia.
Julio resume como funciona o trabalho que antecede o enchimento da barragem. “Esta última etapa é chamada de Preparação Ambiental. É quando iniciamos a supressão e recuperação da flora e o resgate, avaliação e realocação da fauna do local. Será necessário suprimir 260 hectares de vegetação e transferir animais que habitam esse espaço”, disse.
RISCOS E SEGURANÇA– O biólogo Sérgio Morato, coordenador técnico de Resgate de Fauna da Barragem, da empresa Jardiplan, vencedora da licitação dos serviços ambientais que serão realizados na região de mata do Miringuava, explicou aos participantes que, durante a supressão de vegetação, resgate de animais e o início do enchimento do reservatório, é imprescindível que a população fique atenta e se afaste dos locais onde o trabalho será executado.
“As pessoas não devem se aproximar das equipes e máquinas e evitar circular nas áreas onde estiver sendo feita a remoção de vegetação e de animais. Há risco de acidentes devido à movimentação de máquinas e equipamentos pesados, ao manejo de animais peçonhentos e ao rolamento de toras e troncos de árvores. Pedimos todo cuidado e atenção da população”, destacou.
O biólogo reforçou que todos os profissionais envolvidos contam com a compreensão e a colaboração das pessoas. “Isso é essencial para a segurança de todos e o bom andamento das atividades.”
PRESERVAÇÃO E SUPORTE– Para mitigar os efeitos da instalação da Barragem Miringuava, a Sanepar desenvolve, desde 2011, trabalhos socioambientais junto às comunidades lindeiras e ações de minimização dos impactos no ambiente natural local.
“É um projeto complexo planejado já há bastante tempo. Toda a área no entorno da barragem já foi recuperada e, até o final deste trabalho, teremos recuperado 700 hectares de mata. Ou seja, apesar de haver um grande impacto, a Sanepar terá trazido preservação ambiental da Serra do Mar e dos corredores de biodiversidade da região”, ressalta Gonchorosky.
A coordenadora de Licença e Outorga da Sanepar, Katia Cristina Nakandakare, comenta que o processo de supressão segue um cronograma rígido e de acordo com as legislações ambientais.
“Temos obrigação de fazer resgate da fauna e da flora que ocorrem na área do reservatório e dos futuros acessos do entorno da barragem. O resgate de flora é para garantir a biodiversidade das espécies nativas e que são exclusivas da área do Miringuava, e fazer o plantio delas nas áreas de preservação. Com os animais, primeiro fazemos o afugentamento seguro, para que se desloquem naturalmente até as áreas preservadas ou sejam resgatados”, enfatiza Katia.
CENTRO DE TRIAGEM– Na última semana, a Companhia apresentou a técnicos do Instituto Água e Terra (IAT) o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), onde serão recebidos, alimentados e avaliados os animais retirados da área de alagamento. No Centro de Triagem atuarão, permanentemente, dois médicos veterinários, um biólogo e uma equipe técnica que estará, na maior parte do tempo, fazendo resgate de animais em campo.
“Animais com alguma enfermidade ou ferimento, ou que necessitem de atenção veterinária específica ou de contenção, serão atendidos antes de serem liberados para soltura nas áreas preservadas”, destaca a coordenadora.
Para garantir a preservação da flora, desde janeiro de 2022 a Sanepar trabalha no preparo e na adubação de solo para recomposição da mata degradada. Foram feitos plantio e replantio de 214 mil mudas de 60 espécies arbóreas nativas provenientes de um viveiro de espécies já resgatadas. Objtivo é preservar o material genético e fazer o plantio na própria Área de Proteção Permanente (APP) do entorno do reservatório.
INFORMAÇÕES– Além da reunião realizada nesta segunda-feira, equipes da Sanepar farão ações contínuas de orientação ao longo de toda a última etapa de implantação da Barragem Miringuava, mantendo a comunidade informada sobre o progresso do trabalho e os cuidados necessários. Em caso de dúvidas e para mais informações sobre este trabalho, os clientes da Sanepar podem entrar em contato com a equipe técnica responsável pelo telefone (41) 3797-0247.
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