Quarta, 08 de Janeiro de 2025
27°

Tempo nublado

Salvador, BA

Geral Paraíba

39ª edição do Salão do Artesanato Paraibano homenageia sete artesãos e a criatividade que transforma papel em obra de arte

A 39ª edição do Salão do Artesanato Paraibano, que será realizada pelo Governo da Paraíba e Sebrae a partir desta sexta-feira (10), na orla marítim...

07/01/2025 às 14h17
Por: Redação Fonte: Secom Paraíba
Compartilhe:
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba

A 39ª edição do Salão do Artesanato Paraibano, que será realizada pelo Governo da Paraíba e Sebrae a partir desta sexta-feira (10), na orla marítima de João Pessoa (no estacionamento do Hotel Tambaú), vai homenagear sete artesãos que trabalham com o papel. Por meio das técnicas da papietagem e do papel machê, eles produzem obras de arte que encantam a alma e fazem muito bem ao meio ambiente. É que toda essa matéria-prima iria parar no lixo se não fosse utilizada na confecção das peças.

Com experiências de vida únicas, Adriano Oliveira, Babá Santana, Carlos Apolônio, Dadá Venceslau, Ednaldo Farias, Geolagens Oliveira e Socorro Souza vão se unir em torno da seguinte reflexão: "Qual o seu papel?", o tema desta edição do Salão do Artesanato Paraibano. Conhecer um pouco a trajetória de cada um desses homenageados certamente irá ajudar na busca de cada um de nós por essa resposta.

Adriano Oliveira— Nascido em João Pessoa, Adriano Oliveira, de 42 anos, teve o primeiro contato com o artesanato na adolescência, ofício que aprendeu, como ele faz questão de ressaltar, com o mestre Babá Santana.

No pequeno atelier, localizado no Bairro de Mangabeira, na Capital, são criados pelas mãos criativas de Adriano animais, principalmente domésticos, sua grande fonte de inspiração. "Para mim, o artesanato é a oportunidade de fazer, refazer e reciclar", revela.

Continua após a publicidade

Que espera do futuro? Qual o seu papel no artesanato? A essas perguntas, respostas firmes e dadas com expressivo orgulho nos olhos:

"Espero cada vez mais evoluir no artesanato, nessa arte que abracei. Já quanto o meu papel no artesanato, tenho a missão de mostrar um pouco da arte paraibana, da arte nordestina."

Continua após a publicidade

Babá Santana— Manoel Iremar Santana, tão logo entrou para o artesanato, não teve dúvidas: tudo que viria a produzir a partir daquele momento teria o papel como matéria-prima, o sopro de vida de suas criações.

No atelier onde trabalha pela madrugada adentro, Babá, apelido carinhoso dado pela irmã e que se tornaria seu nome artístico, confessa: "Meu mundo é isso aqui. Eu não preciso de mais nada", ao apontar para o espaço, repleto de personagens do mundo do circo, todos já encomendados.

Continua após a publicidade

O gosto pela confecção de palhaços tem um motivo nobre: levar alegria ao coração das pessoas. "O meu papel no artesanato é, através das minhas obras, mostrar que simplicidade deve ser a nossa maior fonte de felicidade", completa Babá, nascido em Santa Luzia, Sertão paraibano.

Carlos Apollo— Carlos Antônio Apolônio da Silva tem 38 anos dedicados ao artesanato dos 58 que tem de vida. Nascido em Esperança, município do Agreste paraibano, o filho de agricultores, já falecidos, entrou em contato com o artesanato quando começou a trabalhar com adereços e cenografia para o teatro, em São Paulo.

Carlos Apollo, nome artístico que Carlos Apolônio adotou, aprendeu o fazer artesanal praticamente sozinho. "Aprendi com minha própria imaginação", conta, sem esquecer de agradecer a tantas pessoas que lhe deram dicas preciosas.

Quando perguntado qual o seu papel no artesanato, responde sem titubear: "É ativar a imaginação com criatividade em obras de decoração e utilidades, gerando renda com consciência ecológica".

Dadá Venceslau— Nascido em pleno domingo de Carnaval, Venceslau de Souza Justino, de 63 anos, logo ganhou um apelido carinhoso e que remete à alegria da época em que nasceu: Dadá, filho de um pai sapateiro e de uma mãe professora.

A relação com o artesanato começou ainda na infância, sendo fortalecida na adolescência, quando passou a viver das peças que produzia. "Em Patos, onde nasci, comecei a trabalhar com pedras, fazendo bonecos e palhaços, tudo que faço hoje, só que com outra tipologia, que é o papel, papelão e muito material reciclado", conta.

Quando perguntado qual o seu papel no artesanato, a resposta vem no modo serelepe, assim como o personagem: "Eu ressignifico os materiais, minha missão é ressignificar — eu tenho certeza de que o meu papel como artesão é este: recolher o lixo e transformá-lo em arte, que eu costumo chamar de o luxo do lixo", afirma.

O contato com o público se dá principalmente pela participação de Dadá nos Salões de Artesanato e em outras feiras País afora. Mesmo tendo múltiplas habilidades, inclusive a da interpretação — Dadá também é ator — ele define o artesanato como seu maior ofício.

O que o sertanejo de Patos espera para o futuro? "Não parar de evoluir, de melhorar como artesão e como pessoa cada vez mais."

Ednaldo Farias—Transformar o que iria para o lixo e, assim, contribuir com um mundo melhor — esse é o papel que Ednaldo Farias Ferreira acredita ser o dele. Aos 42 anos e nascido em Alagoa Grande, no Agreste paraibano, o filho de um casal de agricultores viu no artesanato, lá nos idos de 2011, a oportunidade de mudar um pouco a sua história.

Quando perguntado sobre o que espera do futuro, Ednaldo é enfático: "Tenho procurado me qualificar e melhorar a cada dia, para que eu possa atingir o realismo de cada escultura e, dessa forma, agradar cada vez mais o público. Eu sou apaixonado pelo que faço."

Para Ednaldo, o artesanato tem sido uma companhia inseparável, resultado de pelo menos dez anos de uma relação diária. O olhar atento no trabalho de tantos mestres foi o grande impulso que teve para o fazer artesanal.

Geo Oliveira— Nascido em São Mamede, no Sertão paraibano, Geolagens Oliveira aprendeu a olhar em sua volta o potencial que tem a cultura popular — observações que, mais tarde, virariam fonte de inspiração. Hoje, o que mais compensa é ele ver o impacto que sua obra provoca no espectador — daí o motivo por já ter presenteado tanta gente.

Do bordado, passando pela Arte Naïf, até chegar ao papel e dar vida a maracatus, folguedos e a personagens do universo sertanejo, como as moças velhas.

"Eu não sei fazer outra coisa a não ser estes personagens imaginários dos folguedos: Birico, Catirina, Mateus... E hoje eu uso o papel para dar vida a esses personagens, que para mim são universais", revela o artesão psicólogo.

Que espera do futuro e qual o seu papel no artesanato? "Espero continuar brincando, pois utilizar o papel para dar vida a essas personagens é, antes de tudo, uma brincadeira muito divertida, no qual reafirmo minhas raízes", externa. "Eu acredito que o meu papel no artesanato é contribuir para fortalecer a cultura popular, para me aproximar cada vez mais dessas raízes", completa.

Socorro Souza— Nascida em João Pessoa, Socorro Souza conheceu as múltiplas possibilidades do artesanato ainda na infância — a menina muito pobre enxergou no fazer artesanal a chance real de atenuar as graves dificuldades financeiras que enfrentava.

Mas, além das dificuldades financeiras, impossível seria se ela não se apaixonasse pelo artesanato, prova disso é que não o abandonou, mesmo tendo conseguido formação superior de enfermagem pela UFPB — os conselhos da mãe e do pai comerciantes para a menina pobre apostar na educação surtiram efeito.

Quando perguntada qual o seu papel no artesanato, a enfermeira artesã é enfática: "É buscar a maior perfeição possível em cada peça que faço. Sempre me coloco no lugar do cliente e me esforço para ele voltar. E sei que, desta maneira, confeccionando minhas peças, estou também contribuindo para um mundo melhor."

Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
Foto: Reprodução/Secom Paraíba
* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários