A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) recebeu, nos dias 29 e 31 de outubro, a equipe do Projeto DIACHO-Fiocruz (Diagnóstico de Chagas Oral/Fundação Oswaldo Cruz), para reuniões e oficinas voltadas à capacitação de profissionais de saúde no Pará que atuarão no projeto. A troca de conhecimentos visa aprimorar os profissionais em boas práticas clínicas e laboratoriais para manejo e coleta adequados de amostras, em apoio ao projeto de pesquisa.
Os treinamentos práticos incluíram coletas de amostras e armazenamento adequado“O governo estadual, por meio da secretária de Saúde Ivete Vaz e do governador Helder Barbalho, reconhece a importância de implementar novas metodologias diagnósticas adaptadas à realidade amazônica, considerando os desafios como território e clima. O objetivo principal da Sespa é contribuir com resultados que beneficiem a população. O Departamento de Vigilância em Saúde vem fortalecendo as parcerias com setores de pesquisas para elevar a discussão sobre a temática”, informou Adriana Tapajós, diretora de Endemias da Sespa.
“O estudo, financiado pela Fundação Fiocruz, busca aprimorar o diagnóstico da doença de Chagas na região Norte do Brasil. Foca no uso de diagnóstico molecular para identificar o DNA doTrypanosoma cruzi(parasita que causa a doença), facilitando o transporte de amostras, aumentando a precisão dos diagnósticos e prevenindo a progressão para a fase crônica da doença”, disse Otacílio Moreira, pesquisador em Saúde Pública da Fiocruz.
Estratégias- Na terça-feira (29), os representantes do Projeto DIACHO se reuniram com representantes das diretorias da Sespa, para alinhar as estratégias e os objetivos do projeto. Na quarta-feira (30), a programação contou com uma oficina e apresentação do estudo e plano de monitoramento, além de esclarecimentos de dúvidas. Os participantes puderam aprofundar temas, como a coleta de dados e o uso de formulários do estudo.
Nesta quinta-feira (31), houve treinamentos práticos, incluindo coletas de amostras e armazenamento adequado e farmacovigilância. Os participantes também receberam um manual do estudo e certificados ao final das atividades.
Participação essencial- Ao integrar esforços com o Projeto DIACHO-Fiocruz, a Sespa demonstrou o comprometimento com a melhoria contínua da saúde pública no estado, reforçando a importância da formação e atualização dos profissionais de saúde.
Dolireia Pantoja, fiscal sanitária e nutricionista da Vigilância Sanitária da Sespa, explicou que “o evento é vital para o Sespa, pois introduz o exame em tempo real para diagnosticar a doença de Chagas, agilizando o processo. A mesma técnica será usada para analisar alimentos, especialmente o açaí, ligados aos surtos. A equipe treinada buscará amostras de pacientes e do alimento para confirmar a presença do Trypanosoma cruzi, essencial para validar as investigações epidemiológicas e confirmar a contaminação”.
Lurdes Garcez, professora da UEPA, destacou a participação da universidade no estudo sobre a doença de Chagas. Segundo a docente, a UEPA liderará a pesquisa no Pará com uma equipe treinada que atuará em municípios com surtos frequentes. O objetivo é recrutar participantes e coletar amostras para melhorar o diagnóstico da doença, utilizando métodos moleculares que possam identificar casos não revelados pelos diagnósticos atuais.
Essa capacitação não apenas enriqueceu o conhecimento técnico dos envolvidos, mas também proporcionou um espaço para a construção de redes de colaboração entre diferentes áreas da saúde pública.
Texto: Jamille Leão – Ascom/Sespa
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