Em abril deste ano, a enfermeira Valéria da Rosa, de 60 anos, viu sua vida tomar um rumo inesperado ao ser diagnosticada com câncer de mama. Com um histórico familiar que incluía a luta de sua mãe contra a mesma doença, a profissional da saúde enfrentou essa fase difícil com coragem e esperança. Em cerca de quatro meses, entre a descoberta do problema e a cura, Valéria fez todo seu tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Sob os cuidados da equipe do Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) e acesso aos exames pelo município de Nova Iguaçu, ela passou por mamografias e biópsia, que resultaram no tratamento de retirada total da mama esquerda, acometida pelo tumor.
“Quando recebi o resultado positivo para o câncer, eu chorei, gritei, mas não reclamei. Pelo contrário, agradeci por ter descoberto precocemente e poder ser tratada”, conta ela. “Eu sei que é dolorido, mas me inspirei muito na minha mãe, uma mulher guerreira, que soube lutar contra essa doença. A prevenção é o melhor caminho”.
E o alerta sobre a prevenção do câncer de mama é o objetivo da campanha Outubro Rosa. Especialistas recomendam que mulheres a partir dos 40 anos façam a mamografia anualmente como forma de rastreamento do câncer. Aquelas com casos da doença na família devem iniciar essa investigação aos 35. Em Nova Iguaçu, não há fila de espera para a realização do exame. O município conta com oncologistas para orientar cada paciente. O objetivo é que histórias de superação, como a de Valéria, se tornem cada vez mais comuns.
O ambulatório de mastologia do HGNI atendeu 891 pacientes entre janeiro e agosto de 2024, realizando de duas a três cirurgias semanais para remoção de tumores mamários. O tratamento pode incluir também quimioterapia e radioterapia, conforme orientação médica. O mastologista Wandir Ramos, de 71 anos, destaca a importância do diagnóstico precoce e do autoexame mensal, que deve ser realizado fora do período menstrual, para que qualquer alteração seja investigada rapidamente.
“É fundamental que todas as mulheres se conscientizem de que a mamografia pode salvar vidas. Com a detecção precoce, a taxa de cura pode chegar a 95%. Isso é essencial para o tratamento do câncer de mama”, afirma o médico.
Atualmente, Valéria continua a exercer sua profissão, cuidando da saúde dos pacientes e da sua própria. Ela faz consultas médicas de rotina e garante que está bem de saúde. Como parte da equipe do Programa Melhor em Casa, da Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS) de Nova Iguaçu, ela se sente realizada.
“Olha eu aqui, firme e forte! Se a gente descobre o câncer e para, deixa ele nos vencer. Hoje, sou uma vencedora, graças a Deus, a essa equipe maravilhosa e ao doutor Wandir. Então, eu digo a você, mulher: se você descobrir, não desista! Continue a lutar, porque lá no fundo tem uma vida esperando por você”, afirma ela, com entusiasmo.
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