Em um ano, o setor industrial e o de serviços do Acre tiveram crescimento nos números de empregos. A análise dos dados contempla pessoas ocupadas por grupamento de atividades do trabalho principal. Foram dois mil empregos gerados na indústria e oito mil no setor de serviços. O Acre fechou o terceiro trimestre de 2023 com a menor taxa de desemprego do país. O índice registrado no período foi de 6,2%. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua.
Analisando os números do Produto Interno Bruto (PIB) que colocam o estado com o quinto maior crescimento em 2021 e sétimo estado brasileiro nos últimos 20 anos com melhor desempenho de suas riquezas, o titular da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), Assurbanípal Mesquita, afirma que nessa composição fica evidente o avanço das atividades econômicas, principalmente nos setores do agronegócio e da indústria, reduzindo a participação do Estado na geração de emprego e renda.
“Os indicadores mostram que estamos no caminho certo. O aquecimento da economia demanda novos serviços, levando o Acre a ser destaque também nesse segmento, com uma taxa de 6,6% para o mês de outubro e 10,2% na variação anual”, observa.
Mesquita lembra o esforço de todos os setores do governo para as conquistas relacionadas à economia. “As estratégias de Estado são transversais”, acrescentou. Ao falar de sua pasta, destaca a criação de um ambiente favorável à atração de novos investidores, grandes empresas e pequenos empreendedores que geram postos de trabalho. “Essa é a missão dada pelo governador Gladson Cameli, de fazer a roda da economia girar, melhorando a vida das pessoas e garantindo qualidade de vida, emprego e renda”, acrescenta.
O titular da Seict destaca, ainda, a saída de mais de 50 mil pessoas dos quadros de extrema pobreza e pobreza entre 2021 e 2022. Para o gestor, isso é resultado de políticas públicas que têm influenciado diretamente na redução das desigualdades sociais. De acordo o IBGE, a proporção de pessoas em extrema pobreza no Acre caiu de 17,6% para 14,0%, de 2021 para 2022. Já o percentual de pessoas em situação de pobreza caiu de 54,1% em 2021 para 51% no mesmo período. “O fator mercado de trabalho está por trás desses índices favoráveis”, analisa Mesquita.
O governo do Acre tem implementado políticas públicas que vêm influenciando diretamente o aumento da empregabilidade. É o caso do Comprac, programa de compras governamentais que investiu R$ 32,1 milhões, beneficiando 108 empresas acreanas em 2023. Como mecanismo de incentivo econômico ao desenvolvimento regional, o programa fomenta a geração de emprego e renda.
Nos últimos dois anos, o Comprac transferiu à indústria de confecção de Cruzeiro do Sul mais de R$ 14 milhões. São 75 empregos diretos gerados pelas malharias da região. As empresárias Arivania Paiva e Arizete Correia fizeram questão de agradecer pelos investimentos feitos no setor de confecções da região do Juruá. “O Comprac ajuda a gerar emprego e renda, levando dignidade a muitas famílias”, disse Arivania.
Assurbanípal Mesquita explica que, em todo o estado, somente nos contratos firmados com o setor de confecção, foram investidos R$ 16,8 milhões esse ano, o que “representa a garantia da manutenção de 400 postos de trabalho, em mais de 44 CNPJs [Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica] cadastrados. Outro setor, o de marcenaria, foi incentivado com contratos em 2023 demandados para mais de 24 empresas”, informou o titular da Seict.
O programa de revitalização e recuperação dos parques industriais investiu mais de R$ 4 milhões no melhoramento de vias, iluminação pública e segurança. O Distrito Industrial de Rio Branco e o Parque Industrial de Acrelândia foram beneficiados.
O Parque Industrial de Cruzeiro do Sul foi ampliado, recebendo 40 novos lotes para concessão. A desapropriação da área, serviços de topografia, levantamento planialtimétrico e projeto urbanístico estão entre os investimentos realizados para expansão da indústria regional.
Por meio dos incentivos fiscais destinados pelo governo para a indústria, a Cooperativa dos Produtores de Barcos e Canoas do Juruá – Bajolas foi beneficiada com a concessão de quatro galpões, totalizando mais de 1,3 mil m² no Polo Naval de Cruzeiro do Sul. A aprovação foi com base na lei 1.359/00 e na lei 3.391/18. O incentivo vai ajudar cerca de 21 cooperados.
O Polo Moveleiro de Brasileia é o primeiro do estado a ser regularizado ambientalmente. Por meio do Programa de Incentivos aos Marceneiros, desenvolvido pela Seict, em parceria com o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), todos os empreendedores receberam licenças ambientais este ano.
A ação representou um sonho para empreendedores que sofreram sem o licenciamento ambiental. Marcos Clemente Rodrigues aguardou por mais de dez anos pela licença: “Agora poderemos fazer financiamentos nos bancos e ampliar o nosso negócio, gerar mais emprego e renda. Esses documentos representam um sonho de todos nós”.
Gerar emprego e renda a partir de sistemas agrícolas diversificados. Essa também foi uma missão da Seict, que em 2023 aplicou recursos na construção de agroindústrias que fortaleceram setores da agricultura familiar. A Casa de Embalagem para Bananas, inaugurada pelo governo do Acre em Acrelândia, beneficiou 150 famílias de produtores no Ramal Campo Novo. O valor investido na agroindústria foi de mais de R$ 1,1 milhão, provenientes de recursos próprios do Estado e do Programa de Saneamento Ambiental e Inclusão Socioeconômica (Proser).
“Este é um dia histórico para a nossa comunidade, pois agora agregamos valor ao nosso produto. São diversas famílias que trabalham neste local e que agora vão entregar um produto com maior qualidade ao consumidor final”, relatou Gerci Souza, presidente da cooperativa local de produtores.
Outro marco de apoio à agricultura familiar foi a inauguração do Entreposto de Frutas, que beneficiou 150 famílias de produtores da Vila Pia, em Senador Guiomard. O projeto-piloto que leva tecnologia, ferramentas de gestão, práticas de produção e beneficiamento de frutas vai ser replicado nas regionais do estado. Foram investidos R$ 494 mil.
“A gente tinha um sonho de deixar de armazenar as frutas em nossas geladeiras. Agora temos um local adequado para armazenar os produtos. Só temos que agradecer ao governador Gladson Cameli”, disse a conselheira da Cooperacre, empreendedora Maria de Fátima Nascimento.
Outros dados positivos comemorados pela Seict são os números da balança comercial do Acre, que registraram superávit de US$ 38,3 milhões nos primeiros 11 meses de 2023. As exportações somaram US$ 43,1 milhões e as importações US$ 4,8 milhões.
O produto que o Acre mais vende para o exterior é a carne suína, com aumento de 250% do montante financeiro negociado, e 185% a mais de toneladas exportadas, sendo mais 1,16 mil toneladas enviadas ao exterior em 2023.
Assurbanípal Mesquita ressalta que o momento ímpar vivido pela indústria acreana quando o assunto é exportação ocorre graças à gestão feita pelo governo no agronegócio desde 2019. Entre os grupos de atividades econômicas com crescimento apontado no PIB 2021, a agropecuária apresentou o maior avanço, com crescimento de 34%. A participação dessa atividade no total do valor adicionado bruto do estado foi de 18,9%, o que representou um acréscimo de 12,2 pontos percentuais na comparação com o ano anterior.
Dados da balança comercial deste ano consolidam esse aumento demonstrado no PIB. A soja é o segundo produto mais vendido para o exterior, com aumento de 20% no montante financeiro comercializado, e 44% de volume exportado no período analisado. O milho foi o segundo grão de maior volume comercializado em 2023.
O corredor interoceânico Amazonia Ocidental (BR-317), via Assis Brasil, foi o segundo modal mais utilizado para o transporte de produtos exportados do Acre em 2023. Passaram pela rota 11,8 milhões de toneladas. A quase totalidade das exportações da carne suína foi realizada pela alfândega de Assis Brasil (94%), situada na Estrada do Pacífico, que liga o Acre a todo o território do país vizinho.
O Acre fecha 2023 com o anúncio de novos produtos que serão enviados para fora do estado e do país. Empresários peruanos confirmaram a exportação de 160 toneladas de ração para trutas salmonadas produzidas nas regiões norte e sul do Lago Titicaca, em Puno, no Peru. Outras 60 toneladas prospectadas poderão fortalecer ainda mais a relação bilateral entre Acre e Peru.
Yanete Chere Galindo, produtora do Distrito de Pomata, do Departamento de Puno, disse que os negócios com alimentos balanceados para peixes interessam a mais de 500 produtores da província de Chucuíto: “Vamos adquirir muito alimento, nossas trutas precisam de 500 toneladas de ração ao mês. Essa visita foi muito importante”.
Oscar Cutino Huanca, presidente da Federação de Produtores de Trutas da região sul do Lago Titicaca, explicou que, para produzir 3,5 mil toneladas de pescados, precisa de 5 mil toneladas de ração por mês. “É frutífero estar neste país; vamos fazer intercâmbio comercial, levando alimentos balanceados e trazendo nossa truta e o peje rey”, afirmou.
Ruan Mamani de Hochoque, da Federação de Produtores do Norte da Região de Puno-Pen, destacou que as novas negociações entre o Acre e o Peru têm possibilitado o retorno de produtores ao manejo de trutas. “É um dia histórico, vimos toda tecnologia que existe no Brasil e isto nos incentiva a produzir. Após essa visita, cerca de 2.500 famílias serão beneficiadas diretamente”, analisou.
No intercâmbio comercial, foram dados os primeiros passos para a importação de trutas salmonadas e peje rey andino. Uma degustação dos pescados foi realizada na Escola de Gastronomia do Estado.
A presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) no Acre, Patrícia Parente, afirmou que o intercâmbio possibilitou a aprovação da qualidade de pescados que podem produzir diversos pratos na culinária acreana. “A gastronomia está feliz por esse passo, o início de uma caminhada que pode atrair outros produtos, como os crustáceos e os legumes. O Peru é muito rico em produtos que podem ser importados”, acrescentou Patrícia.
Outra indústria do setor de alimentos que anunciou inserção no mercado internacional é a de café. Após participar, em novembro deste ano, da Feira Internacional de Cafés Especiais em Puno, no Peru, a empresária Luciana Moreto anunciou a entrada do café acreano no mercado andino.
Não faltam boas notícias para a indústria de alimentos. O café acreano também foi aprovado na maior feira da América Latina, na 10ª Semana Internacional do Café, realizada em Belo Horizonte (MG) de 8 a 10 de novembro. A produtora Elizelda Caffer teve a qualidade do seu produto reconhecida como melhor café regional.
Vem de Arequipa a primeira carga de alho importada do Peru para o comércio local. Produtores da região desértica da Cordilheira dos Andes trabalham na seleção do produto, que será transportado pela rota interoceânica até Rio Branco.
O Peru é o maior exportador de alho fresco da América Latina. A demanda de consumo pelo mercado acreano ajuda a colocar o país entre os maiores exportadores de alho para o Brasil, ao lado da Argentina e da China. Vários agricultores voltaram a produzir para as associações que trabalham em sistema de cooperativismo.
Segundo Alejandro Salinas, diretor comercial da Perbra Holding, empresa que faz o intercâmbio comercial, devido às condições negociadas, a tendência é que o produto chegue ao consumidor acreano a um preço mais acessível. “Além da qualidade do alho chinês cultivado no Vale Sagrado, o preço é um dos atrativos de mercado. O produto será vendido tanto no atacado quanto no varejo”, garantiu Alejandro.
Quando o governador Gladson Cameli sancionou a lei nº 4132/2023, na sede da Secretaria de Estado de Indústria, Ciência e Tecnologia (Seict), em julho, possibilitou a implementação de políticas eficazes de estímulo à inovação tecnológica. Estava criado o ecossistema de inovação, uma estrutura de governança compartilhada com instituições do setor tecnológico para troca de informações e experiências.
Marco para o setor industrial, ponte entre instituições de ensino e empresas, a Lei da Inovação atrela a participação das Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) ao processo inovador e busca aumentar o número de registros de patentes, de invenções tanto por parte de empresas quanto de inventores independentes.
“Esse documento foi construído a muitas mãos, dialogou com mais de cem instituições. Cabe ressaltar a visão futurista do governador na promoção de desenvolvimento com o que existe de mais moderno na gestão pública. O trabalho agora consiste em criar ambientes propícios a parcerias público-privadas no desenvolvimento de soluções e, ainda, no estímulo à saída do conhecimento acadêmico para o mundo corporativo”, analisou o secretário Assurbanípal Mesquita.
Mesquita acrescentou que outra meta no campo de inovação tecnológica é a modernização dos ambientes industriais, a redução dos obstáculos legais e burocráticos, de modo a conferir maior flexibilidade às instituições atuantes nesse sistema, com foco na geração de emprego e renda.
Com o objetivo de oferecer as melhores oportunidades para empresas de bioeconomia de todo o país, que atuam ou desejam atuar na Amazônia Legal de maneira sustentável, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae/AC), em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Acre (Fapac), lançou o edital Inova Amazônia, Módulo Tração.
As empresas contempladas receberão uma bolsa de sócio empreendedor no valor de R$ 6,5 mil por mês, totalizando R$ 39 mil para cada negócio, e contarão com um aporte financeiro do Sebrae e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Acre (Fapac).
O Acre foi o primeiro colocado no ranking de bom desempenho em variação nominal no Índice de Oferta de Serviços Digitais, oferecido pela Associação Brasileira de Entidades Estaduais e Públicas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Abep-TIC). A instituição premia quem leva tecnologia da informação e comunicação para a pauta de discussão pública de desenvolvimento do país. Em 2022 – ano referência para a premiação – foram investidos R$ 18 milhões no setor de tecnologia da informação.
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