Geral Baianas de acarajé.
Marta cobra prefeitura de Salvador sobre tombamento do ofício das baianas de acarajé: “Vetou projeto e nada fez”
Segundo a vereadora do PT, a prefeitura vetou a proposição de Silvio Humberto sob justificativa de que a questão caberia ao órgão de patrimônio da capital, no entanto, não apresentou plano de salvaguarda nem registro em livro: 'deveria seguir o exemplo do IPAC', disse.
03/11/2023 00h09
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Da assessoria
Foto: Reprodução internet / aconreceunovale.com.br

Presidente da Comissão de Direitos Humanos e de Defesa da Democracia, a vereadora Marta Rodrigues (PT) disse, nesta terça-feira (31), esperar que a prefeitura de Salvador atenda ao pleito das baianas de acarajé, e, assim como faz o Governo da Bahia, atue pela preservação da cultura e da tradição do ofício dessas mulheres tornando-o patrimônio cultural e material. 

“Preservar o ofício das baianas, ter um plano de salvaguarda, impedir que descaracterizem a essência do acarajé, com bolinhos de jesus, dentre outros absurdos,  é também uma forma de combater o racismo”, disse. 

Marta destaca que o Instituto do Patrimônio Artístico  e Cultural (IPAC), através do decreto estadual 14.191/2012, tornou  patrimônio cultural imaterial da Bahia o ofício das baianas e com isso também o acarajé. “O Estado da Bahia registrou  em 2012 no livro de patrimônio o acarajé e todos os itens que compõem o ofício das baianas, desde as indumentárias, adereços, tabuleiro, os alimentos e as tradições relacionadas. Não há como alienar o acarajé do ofício das baianas”, disse Marta. 

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A vereadora acrescenta que foi aprovado na Câmara Municipal   um projeto para tornar o ofício das baianas patrimônio em Salvador, mas vetado  pelo então prefeito ACM Neto.  “Foi vetado porque disseram que tinha que passar pelo Conselho de Patrimônio, conselho este que passou a existir somente em 2015. Então, onde está o tombamento do ofício das baianas na capital? Por que não fez até agora?”, questiona Rodrigues. “A prefeitura precisa ajustar a situação, apresentar um plano de salvaguarda à população e às baianas como já fez o IPAC”, acrescenta. 

Segundo a petista, a prefeitura também age de forma capciosa ao tentar se desvencilhar da polêmica em torno da patrimonialização do acarajé no Rio de Janeiro. “A prefeitura, nas redes sociais, afirma que o acarajé é patrimônio cultural na cidade sob a lei 6138/2002 mas não explicou como se dá essa proteção, uma  vez que  no ano em que a lei foi sancionada não existia órgão do patrimônio na capital baiana, que passou a existir em 2015. Tem registro no livro de patrimônio do município? Tem plano de salvaguarda? Passou pelo conselho de patrimônio? Queremos saber disso. Como se dá essa proteção?”. 

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Para Marta, tornar o ofício das baianas patrimônio em Salvador, assim como já acontece no Estado,  é uma forma de manutenção da cultura afro-brasileira e da ancestralidade africana. “Preservar o ofício das baianas, ter um plano de salvaguarda, impedir que descaracterizem a essência do acarajé, é também uma forma de combater o racismo. E é o que as baianas querem: não ver mais acarajés de jesus, cor de rosa, com bacalhau, ketchup, dentre outros absurdos”, diz.

 

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