Economia Negócios
Mais de 35% dos móveis brasileiros são vendidos para os EUA
Segundo representante do setor, o país é o principal consumidor dos móveis fabricados no país, especialmente os que têm madeira em sua composição. ...
17/10/2023 20h21
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Agência Dino

Dados da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimovel) indicam que os Estados Unidos são o principal comprador de móveis brasileiros, especialmente os fabricados em madeira. O último relatório do setor indica que, em 2021, o país norte-americano foi o destino de 35,7% dos produtos exportados por empresas brasileiras do ramo. No total, as exportações nacionais de móveis e colchões atingiram US$ 937,9 milhões naquele ano.

No ranking da produção mundial de móveis, o Brasil aparece como 6º maior produtor. Segundo a Abimóvel, o país foi um dos destaques da edição 2023 da International Contemporary Furniture Fair, considerada a maior feira de mobiliário contemporâneo da América do Norte, que ocorreu em maio deste ano.  Além dos Estados Unidos, o país vende para outros 167 destinos, entre eles Chile (11,6% das exportações), Reino Unido (7,2%), Uruguai (6,8%) e Peru (5,7%).

Além de móveis, os Estados Unidos é um dos países que mais compram madeira processada mecanicamente do Brasil. Segundo informações da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), o país norte-americano é o principal comprador de molduras e pisos em madeira. Atualmente, esse mercado representa 5,8% das exportações do país, movimentando cerca de US$ 3,6 bilhões.

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Com 11 anos de experiência na área de exportação de móveis e madeira, a advogada e consultora jurídica Dayane Marta Seminotti explica que o primeiro passo que uma empresa deve tomar ao iniciar o planejamento de exportação de produtos desses setores é observar a legislação sanitária exigida pela Animal and Plant Health Inspection Service (APHIS), ligada ao United States Department of Agriculture (USDA), responsável pela supervisão de processos de importação de madeira pelos Estados Unidos.

“Essa organização regulamenta diversos aspectos do processo, como exemplo a exigência de tratamentos específicos na madeira, como a secagem em estufa ou a utilização de produtos químicos”, comenta.

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Ela explica ainda que existem outras regras e outras permissões que precisam ser obtidas pelo vendedor para que a exportação seja autorizada pelo governo americano. Entretanto, as regras podem mudar de acordo com a legislação de cada estado daquele país.

“Antes de programar a exportação, é preciso estar atento às regras do estado do destinatário com quem está negociando. Quanto ao limite de peso de cada contêiner, a regra é determinada considerando o porto de desembarque da mercadoria em virtude do limite máximo de peso permitido nas rodovias de cada estado”, acrescenta.

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Número de portos colocam os Estados Unidos como destino preferencial dos móveis e madeira brasileiros

Segundo a advogada Dayane Marta Seminotti, entre os documentos exigidos para quem quer vender móveis e madeira aos Estados Unidos estão o Commercial Invoice, Packing List, Bill of Landing e o Arrival Notice, este referente ao momento em que o produto chega no porto americano.

Ela ressalta que para além da parte técnica necessária para se conseguir exportar para aquele país, uma das vantagens desse destino é seu grande número de portos. “Esse é um fator favorável na hora de se determinar a forma em que a madeira será enviada ao consumidor/parceiro de negócio. A isso se soma o fato de que o Brasil possui uma vasta extensão territorial e, por consequência, diversas regiões destinadas ao reflorestamento de pinus”, diz.

Seminotti destaca ainda ser preciso que as empresas que atuam nesse segmento invistam em instrumentos capazes de lhes garantir uma posição de destaque no cenário internacional. “Certificações como as oferecidas pelo Forest Stewardship Council, por exemplo, são um diferencial quando se fala em exportação de madeira, pois atestam o manejo florestal, a cadeia de custódia e a rastreabilidade da origem do produto. Para além disso, é preciso ainda o investimento em profissionais capacitados, no sentido técnico e jurídico, para garantir a competitividade de empresas que atuam nesse segmento”, conclui.