As estrelas como o Sol e o Universo em que vivemos chegarão ao fim devido à entropia porque evoluirão com o tempo para um estado de desordem. A entropia é comumente associada ao grau de desordem de um sistema. Quanto maior a desordem de um sistema termodinâmico, maior a sua entropia. A entropia é uma grandeza termodinâmica associada à irreversibilidade dos estados de um sistema físico. Na Natureza, pode existir três tipos de sistemas: 1) sistema aberto, onde se verificam trocas de energia e de matéria com o meio envolvente; 2) sistema fechado, onde ocorre troca de energia com o ambiente, mas não troca de matéria, de modo que esta se mantém constante e, 3) sistema isolado, em que não há permutas de energia nem de matéria. Os seres vivos são exemplos de sistema aberto porque são capazes de realizar trocas de energia e de matéria com o meio externo (planeta Terra). O planeta Terra e o Sol são exemplos de sistemas fechados, pois estabelecem trocas de energia com o meio envolvente, mas o intercâmbio de matéria não é significativo. Nosso Universo é um exemplo de sistema isolado porque não realiza troca de matéria nem de energia com universos paralelos se eles existirem.
O corpo humano pode ser
O conceito de entropia é de extrema importância quando estudamos a desordem crescente que tem havido no planeta Terra, em razão do aumento da exploração de seus recursos, desmatamento, poluição, entre outras fontes de degradação. Quanto maior for essa degradação, maior será a entropia do planeta, que poderá chegar a um estágio tão elevado que a vida na Terra não será mais possível. A entropia nos mostra que a ordem que encontramos na natureza é fruto da ação de forças fundamentais que, ao interagirem com a matéria, permitem que esta se organize. Desde a formação do nosso planeta, há cerca de cinco bilhões de anos, a vida somente conseguiu se desenvolver às custas de transformar a energia recebida pelo Sol em uma forma útil, ou seja, capaz de manter a organização. Para tal, pagamos um preço alto: grande parte dessa energia é perdida, principalmente na forma de calor. Dessa forma, para que existamos, pagamos o preço de aumentar a desorganização do nosso planeta. Quando o Sol não puder mais fornecer essa energia, dentro de mais cinco bilhões de anos, não existirá mais vida na Terra.
A morte do Sol ocorrerá quando se encontrar numa fase avançada da sua vida. Conforme seu combustível seja consumido, a temperatura vai aumentando e o Sol sofre expansão. Nessa fase, o Sol é chamado de gigante vermelha. Após esse estágio, a força gravitacional passa a prevalecer e a estrela começa a encolher. Quando isso acontecer, o sistema solar virará um caos e o Sol perderá uma tremenda quantidade de massa. Enquanto cresce, o Sol perde massa e morre levando ao fim o sistema solar. A morte térmica do Universo será consequência do fluxo temporal da entropia com esta continuamente crescendo. Em outras palavras, com bastante tempo, a energia irá ser distribuída de forma igual por todo o Universo, passando a inexistir fontes quentes e fontes frias para a realização de trabalho, porque tudo terá a mesma temperatura. Quando o Universo alcançar seu estado de máxima entropia - estado de equilíbrio termodinâmico - nenhum trabalho será possível de ser realizado e toda a energia disponível será convertida em energia indisponível. Apenas a escuridão irá reinar no Universo, marcando sua "morte". Esse seria o provável fim do nosso Universo.
Pelo exposto, todos os seres vivos, todos os planetas, todas as estrelas e o Universo, que se constituem em sistemas termodinâmicos, chegarão ao fim quando suas respectivas entropias alcançarem o valor máximo. Para evitar o fim dos seres humanos como espécie, que ocorrerá com o aumento de sua entropia, é preciso realizar avanços científicos e tecnológicos em medicina que proporcionem as condições para o aumento da longevidade humana. Para evitar o fim dos seres humanos como espécie, que poderá ocorrer com o aumento da entropia do planeta Terra, do Sol e do Universo é preciso superar os desafios descritos a seguir: 1) Produção de foguetes que alcancem velocidades próximas à da luz para viajar pelo Universo; 2) Produção de tecnologias capazes de proteger os seres humanos em viagens espaciais; 3) Identificação de outros mundos similares à Terra capazes de serem habitáveis pelos seres humanos; e, 4) Capacitação do ser humano para sobreviver no espaço e em locais habitáveis fora da Terra. Na atualidade, há esforços para colonizar o planeta Marte. No entanto, do que se conhece de Marte, este planeta não apresenta as condições necessárias para os seres humanos nele habitarem porque não possui campo magnético nem atmosfera e biosfera similares aos da Terra, bem como apresenta uma aceleração gravitacional média em cerca de 38% à da Terra que é prejudicial à vida humana. A tentativa de colonização do planeta Marte pode significar o início do processo de desenvolvimento de colônias espaciais para uso pelos seres humanos fora da Terra. Os desafios para colonizar Marte precisam ser superados para tornar este planeta uma alternativa mais imediata de fuga para a humanidade quando for necessário.
Para evitar o fim dos seres humanos como espécie, que poderá ocorrer com o aumento da entropia e o fim do Universo, é preciso pesquisar sobre a existência ou não de multiverso ou universos paralelos, que é uma importante questão a estudar porque a existência ou não de multiverso ou universos paralelos abre a possibilidade de os seres humanos sobreviverem ao fim de nosso Universo se dirigindo para outros universos paralelos. Multiverso é um termo usado para descrever o conjunto hipotético de universos possíveis, isto é, universos paralelos, incluindo o Universo em que vivemos. Juntos, esses universos compreendem tudo o que existe: a totalidade do espaço, do tempo, da matéria, da energia e das leis e constantes físicas que os descrevem. O conceito de Multiverso tem suas raízes em extrapolações, até o momento não científicas, da moderna Cosmologia e da Física Quântica, e engloba também várias ideias oriundas da Teoria da Relatividade de modo a configurar um cenário em que pode ser possível a existência de inúmeros universos onde, em escala global, todas as probabilidades e combinações ocorrem em algum dos universos. Simplesmente por haver espaço suficiente para acoplar outros universos numa estrutura dimensional maior: o chamado Multiverso.
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* Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.