o uso da Inteligência Artificial e Robótica na Indústria Aeroespacial e de Defesa no mundo e os riscos da Superinteligência Artificial e a necessidade de sua regulação para evitar sua maléficas consequências. O termo “Inteligência Artificial” compreende todas as técnicas que permitem que os computadores imitem a inteligência humana. No século 20, o desenvolvimento da Inteligência Artificial teve avanços significativos com o surgimento da era digital e dos primeiros sistemas computadorizados. A Inteligência Artificial tornou-se uma área dominante de pesquisa e desenvolvimento com o surgimento de computadores com alta capacidade de processamento e armazenamento de dados. Atualmente, a Inteligência Artificial tem um impacto significativo em muitos setores da sociedade, desde saúde, educação, finanças, industrial e aeroespacial, entre outros.
A Inteligência Artificial também pode ser realizada por meio de Machine Learning (ML) ou Aprendizado de Máquina. Machine Learning possibilita que as máquinas se tornem autônomas e aprendam por si mesmas. Machine Learning é uma forma de fazer com que um algoritmo se torne mais complexo. Para isso ser possível, enormes quantidades de dados são inseridos no algoritmo, que vai se ajustando e aprimorando com o tempo. Quanto mais tempo e mais dados o algoritmo recolhe mais inteligente ele se torna e assim as máquinas processam informações de maneira semelhante aos humanos, desenvolvendo redes neurais artificiais denominada Deep Learning (DL) ou Aprendizagem Profunda. A Aprendizagem Profunda (DL) é uma técnica especializada de Machine Learning, em que a máquina se treina executando tarefas complexas utilizando várias camadas de redes neurais. Uma rede neural de um sistema de Inteligência Artificial é capaz de analisar mais de um bilhão de dados em poucos segundos, sendo uma ferramenta incrível para apoiar um tomador de decisões dentro de uma organização pública ou privada, garantindo, assim, a melhor opção dentre as possíveis.
O aprendizado de máquina (Machine Learning) é um campo de ciência da computação que dá aos computadores a capacidade de aprender sem serem explicitamente programados. O aprendizado de máquina está intimamente relacionado com as estatísticas computacionais, que também se concentra na criação de previsão através do uso de computadores. Tem fortes laços com a otimização matemática, que fornece métodos, teoria e domínios de aplicação ao campo. Na análise de dados, o aprendizado de máquina é um método usado para conceber modelos e algoritmos complexos que se prestam à predição. Em uso comercial, isso é conhecido como análise preditiva. Esses modelos analíticos permitem que pesquisadores, cientistas de dados, engenheiros e analistas "produzam decisões e resultados confiáveis e repetíveis" e descobrem "insights ocultos" através da aprendizagem de relacionamentos históricos e tendências nos dados.
As aplicações de Inteligência Artificial (IA) mais promissoras para a Indústria Espacial são as seguintes:
1) Operações de satélite: IA é utilizada em particular para auxiliar a operação de grandes constelações de satélites e minimizar o erro humano e custos de operação com pessoal. Agências espaciais como a NASA e ESA têm desenvolvido novos procedimentos de automatização baseados em IA para reduzir a carga de trabalho dos operadores. A automação dos segmentos terrestre e espacial reduzirá a necessidade de intervenção humana, especialmente para grandes constelações e viagens interplanetárias como, por exemplo, os sistemas de manobras automatizadas para prevenir colisões.
2) Processamento de dados de Observação da Terra: os satélites de observação da Terra, hoje em dia, têm a capacidade de capturar um volume alto de dados. No entanto, este fator aumenta a demanda nos sistemas de gestão, armazenamento e processamento de dados. O processo de downlinking (sinal de telecomunicações ou a informação que ele transmite) de dados de satélite para as estações terrestres até certo ponto ainda enfrenta limitações, que variam desde os limites fundamentais do número de vezes que um satélite pode sobrevoar um local específico, a cobertura de estações terrestres e até limitações de interoperabilidade entre sistemas de segmentos terrestres e aplicativos de utilizador final. O que tem sido muito comum hoje em dia, é o treinamento de modelos de IA para detectar nuvens e corrigir imagens por elas cobertas. Além disso, esses modelos também são treinados para facilmente analisar um número alto de dados e identificar objetos.
3) Viagens interplanetárias: Os rovers lançados mais recentemente para explorar Marte têm os computadores de bordo equipados com IA que os possibilita a serem autônomos para navegar e conseguirem tomar decisões caso não tenham comunicação ou comandos de humanos por algum tempo.
Missões robóticas da NASA e de outras agências espaciais já usam a Inteligência Artificial para obter maior eficiência e resultados de melhor qualidade em suas pesquisas. Como exemplo, podem ser citados os rovers (com capacidade de locomoção, para analisar uma área maior de um planeta ou lua) e landers (que pousam sobre um planeta ou lua para analisá-lo in loco) que examinam as crateras marcianas e as sondas e telescópios espaciais que se dedicam à descoberta e análise de exoplanetas (mundos existentes em outros sistemas estelares). Já presente em diversas missões de exploração espacial, a Inteligência Artificial pode tornar possível a vida humana em outros planetas. Para que os seres humanos consigam viver e, principalmente, sobreviver em qualquer lugar fora da Terra, é preciso que o mundo escolhido proporcione condições iguais ou, pelo menos, semelhantes às do nosso planeta (como atmosfera, temperatura, topografia etc.). Marte, no entanto, e qualquer outro planeta do Sistema Solar não é nem de longe parecido com a Terra, motivo pelo qual, para tornar possível sua colonização, é necessário “terraformá-lo”, ou seja, reproduzir naquele lugar um ambiente que ofereça as premissas mínimas de sobrevivência da espécie humana.
A terraformação será um dos avanços da nova era da exploração espacial, com participação fundamental da Inteligência Artificial. A terraformação (adaptação da atmosfera, da temperatura, da topografia e da ecologia de um planeta ou um satélite natural para deixá-lo em condições de sustentar um ecossistema com seres da Terra) é apenas um dos avanços esperados para a nova era da exploração espacial, além do incremento de novos materiais e da produção de complexos foguetes de propulsão de ponta. A Inteligência Artificial está presente em todas as cadeias da indústria espacial. Sem ela é impossível avançar. É preciso observar que a Inteligência Artificial na exploração espacial impulsiona a evolução e aproveitamento de diferentes tecnologias na Terra. A exploração espacial está promovendo um acentuado avanço na ciência, particularmente na pesquisa de novos materiais e processos. A Inteligência Artificial é utilizada em todas as cadeias da indústria espacial. Sem ela é impossível seguir adiante.
A Inteligência Artificial poderá contribuir decisivamente para o avanço científico e tecnológico visando dotar a humanidade dos recursos necessários para os seres humanos desenvolverem tecnologias capazes de levá-los para novos habitats no sistema solar e fora dele em busca de sua sobrevivência no enfrentamento de eventos catastróficos como as ameaças de erupção de vulcões que possa levar à extinção da vida no planeta Terra como já ocorreu no passado, esfriamento do núcleo da Terra com o comprometimento do campo magnético terrestre que nos protege de ameaças vindas do espaço, colisão de asteroides, cometas, planetas do sistema solar e de planetas órfãos com o planeta Terra, emissão de raios gama com a explosão de estrelas supernovas que possa levar à extinção da vida na Terra como já ocorreu no passado, o contínuo afastamento da Lua em relação à Terra e suas catastróficas consequências sobre o clima da Terra, a morte do Sol, a colisão entre as galáxias Andrômeda e Via Láctea e o fim do Universo. Com máquinas mais inteligentes do que os humanos ocorrerá a Superinteligência Artificial. A humanidade poderá se utilizar da Superinteligência Artificial para solucionar problemas científicos e tecnológicos que assegurem a sobrevivência da espécie humana até mesmo com o fim do Universo em que vivemos ao abrir caminho para universos paralelos.
Inteligência Artificial e Robótica têm sua aplicação no Mercado Mundial da Indústria Aeroespacial e de Defesa. O maior faturamento ocorre mais amplamente com sua aplicação para fins militares, seguido da aviação comercial e, em menor nível, no setor espacial. Isto significa dizer que as maiores aplicações da inteligência artificial e robótica ocorrem para fins militares. O mercado de Inteligência artificial e robótica no setor aeroespacial e de defesa está prestes a registrar uma taxa de retorno necessária para um investimento crescer, de mais de 8% durante o período de previsão, 2022 – 2027. É provável que os cérebros artificiais superarão a inteligência dos cérebros humanos em 2050 com o advento da Superinteligência Artificial, quando esta nova superinteligência pode se tornar muito poderosa. O destino da humanidade se tornaria, portanto, dependente das ações destas máquinas superinteligentes. Mesmo que a Superinteligência Artificial produza benefícios para a humanidade, há o risco de que ela seja mais utilizada para o mal e não para o bem da humanidade com a tendência de sua maior aplicação para fins militares, isto é, para a guerra cibernética na corrida armamentista no mundo.
Com a Superinteligência Artificial, uma ampla gama de consequências poderá ocorrer, incluindo consequências extremamente boas e consequências tão ruins quanto a extinção da espécie humana se ela se voltar contra os seres humanos. A Superinteligência Artificial pode representar a extinção da raça humana, segundo o cientista Stephen Hawking que publicou artigo abordando esta questão em 1º de maio de 2014 no jornal The Independent. Hawking afirmou que as tecnologias se desenvolvem em um ritmo tão vertiginoso que elas se tornarão incontroláveis ao ponto de colocar a humanidade em perigo. Centenas dos principais cientistas e pesquisadores de inteligência artificial alertaram que a tecnologia representa um risco de extinção para a humanidade, e várias figuras proeminentes, incluindo o presidente da Microsoft, Brad Smith, e o CEO da OpenAI, Sam Altman, pediram maior regulamentação.
Durante muito tempo relegado aos registros da ficção científica, o medo da inteligência artificial está enraizado há alguns anos no debate público, associado tanto à automatização maciça do setor produtivo e ao desemprego em massa quanto à perspectiva de contribuir para a produção de armas cada vez mais mortíferas e a não menos aterrorizante produção de robôs assassinos. Esta situação impõe a necessidade de que sejam desenvolvidos mecanismos de controle da Superinteligência Artificial e dos sistemas inteligentes em geral. É preciso que, no desenvolvimento da Superinteligência Artificial, seja incorporado o Princípio do Bem Comum em todos os projetos de Inteligência Artificial de longo prazo. Esta é uma tecnologia única que precisa ser desenvolvida exclusivamente para o bem comum da humanidade. Recentemente, a União Europeia deu um grande passo ao estabelecer regras – as primeiras do mundo – sobre como as empresas podem usar a Inteligência Artificial. É um movimento que abre caminho para padrões globais de uma tecnologia usada em tudo. Que regulamentação similar seja adotada em todo o mundo.
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* Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.