O computador é a maior invenção da humanidade porque a rede mundial de computadores possibilitou o uso da Internet como a tecnologia que mais mudou o mundo com o advento da sociedade da informação. Há quem diga que foi Charles Babbage quem criou no século XIX, uma máquina analítica que, a grosso modo, é comparada com o computador atual com memória e programas. A IBM desenvolveu o computador mainframe a partir de 1952, com o primeiro computador baseado em tubos de vácuo, logo substituído pela série 7000, que já utilizava transistores. Na década de 1970, o domínio dos mainframes começou a ser desafiado pelo surgimento dos microprocessadores. As inovações facilitaram enormemente a tarefa de desenvolver e fabricar computadores de menor porte - chamados então de minicomputadores. Em 1976, houve o lançamento do microprocessador Intel 8080, que deu origem aos primeiros microcomputadores. Os custos de um sistema baseado em microcomputadores representavam apenas uma fração dos praticados por fabricantes de mainframes e minicomputadores, A existência do computador propiciou as condições para o advento da Internet que é, sem dúvida, uma das maiores invenções do século XX, cujo desenvolvimento ocorreu em 1965, quando Lawrence G. Roberts, em Massachusetts, e Thomas Merril, na Califórnia, conectaram um computador por uma linha telefônica comutada de baixa velocidade.
Um dos impactos mais significativos do surgimento da Internet foi a popularização do comércio eletrônico. No início do século XXI, surgiu a computação em nuvem que simboliza a tendência de colocar toda a infraestrutura e informação disponível de forma digital na Internet. Uma das principais características da sociedade contemporânea é o uso em larga escala da tecnologia da informação. A revolução informacional ou da tecnologia da informação se alastrou a partir dos anos 1970 e 1980, ganhando intensidade na década de 1990 com a propagação da Internet, ou seja, da comunicação em rede por meio do computador. O computador, ícone da tecnologia da informação, ligado em rede está alterando a relação das pessoas com o tempo e com o espaço. As redes informacionais permitem ampliar a capacidade de pensar de modo inimaginável. A nova revolução tecnológica ampliou a inteligência humana. Estamos falando de uma tecnologia que permite aumentar o armazenamento, o processamento e a análise de informações, realizar bilhões de relações entre milhares de dados por segundo: o computador. Os computadores atuais são eletrônicos porque são constituídos de transistores empregados nos chips eletrônicos. Isto faz com que ele apresente limitações haja vista que haverá um momento em que não será mais possível diminuir o tamanho de um dos menores e mais importantes componentes dos processadores, o transistor.
Ao lidarmos com escalas muito diminutas, a Física deixa de ser tão previsível como é nos sistemas macroscópicos, passando a comportar-se randomicamente, de forma probabilística, sujeitando-se às propriedades da Física Quântica. Isto significa dizer que uma das alternativas do futuro é o computador quântico que funciona com uma lógica bastante diferente daquela presente nos computadores eletrônicos. Os bits quânticos podem apresentar, simultaneamente,
A empresa canadense D-Wave afirma ter produzido o primeiro computador quântico comercial. Com um computador clássico convencional, se fosse preciso realizar 100 cálculos diferentes, teria que processá-los um de cada vez, enquanto com um computador quântico, poderia executá-los todos de uma vez. Existem campos em que os computadores quânticos têm grande vantagem sobre os computadores clássicos como, por exemplo, nas áreas de química e biotecnologia. As reações dos materiais, em princípio, envolvem efeitos quânticos. Um computador quântico que usasse os próprios fenômenos quânticos permitiria cálculos que poderiam facilmente incorporar efeitos quânticos e seria muito eficaz no desenvolvimento de materiais como catalisadores e polímeros. Isso pode levar ao desenvolvimento de novos medicamentos antes inviáveis, contribuindo assim para a melhoria da saúde das pessoas. Adicionalmente, na área de finanças, por exemplo, como as fórmulas para negociação de opções são semelhantes àquelas para fenômenos quânticos, espera-se que os cálculos possam ser executados de forma eficiente em computadores quânticos. Além do computador quântico, a Inteligência Artificial (IA) pode reinventar os computadores.
Com a inteligência artificial, a primeira mudança diz respeito a como os computadores, e os chips que os controlam, são feitos. Os modelos de deep learning (aprendizado profundo) que fazem os aplicativos de IA atuais funcionarem exigem, contudo, uma abordagem diferente porque eles precisam que um grande número de cálculos menos precisos seja executado ao mesmo tempo. Isso significa dizer que um novo tipo de chip é necessário que possa movimentar os dados o mais rápido possível, garantindo que estes estejam disponíveis sempre que necessário. A segunda mudança diz respeito a como os computadores são programados sobre o que fazer. Nos últimos 40 anos, os computadores foram programados e, nos próximos 40, eles serão treinados. A terceira mudança diz respeito ao fato de que um computador não precisa mais de um teclado ou tela para que os humanos interajam com elas. Qualquer coisa pode se tornar um computador. Na verdade, a maioria dos produtos domésticos, de escovas de dente a interruptores de luz e campainhas, já possuem uma versão inteligente. À medida que eles se proliferam, contudo, aumenta também a nossa vontade de querer perder menos tempo dizendo a eles o que fazer. É como se eles devessem ser capazes de descobrir o que precisamos sem nossa interferência. Esta é a mudança da análise de números para a tomada de decisões como determinante dessa nova era da computação que idealiza computadores que digam aos humanos aquilo que precisamos saber e quando precisamos saber e que auxiliam os humanos quando precisa deles. Agora, as máquinas estão interagindo com as pessoas e se integrando cada vez mais às nossas vidas. Os computadores já estão fora de suas caixas.
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* Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.