A sede do Centro de Referência de Assistência Social II (Cras II – Vila América) recebeu centenas de moradores na manhã deste sábado (27), para uma roda de conversa com discussões em variados formatos, mas tratando de um tema em comum: a campanha do 18 de maio, voltada para o combate ao abuso e à violência contra crianças e adolescentes.
Entre os organizadores, além do Cras II, o Núcleo de Defesa de Crianças e Adolescentes (NDCA), órgão ligado à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), a ONG Sementes do Amanhã, sediada no Vila América, e vários outros parceiros.
O evento envolveu técnicos de referência do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), educadores, servidores em geral e voluntários. Enquanto a sede do Cras oferecia oficinas, apresentações artísticas, serviços de orientação jurídica e vacinação contra a influenza e a Covid-19, mães e crianças se reuniam na Comunidade Sagrada Família, uma igreja próxima, para participar do Cine-Pipoca, atividade em que voluntários exibiam vídeos e faziam alertas sobre como se prevenir contra possíveis abusos sexuais e casos de violência.
Gerente do Cras II, cujos serviços abrangem um território no qual vivem quase 6 mil famílias, Kelly Newton afirmou que o principal objetivo da campanha Faça Bonito no Vila América foi trazer conhecimento para as famílias referenciadas. “Estamos recebendo um público de todas as gerações, com idosos, crianças, adolescentes e responsáveis, para, com o ciclo de palestras, ações e oficinas, levar esse conhecimento para eles sobre o que é realmente o abuso contra crianças e adolescentes, e também como denunciar”, informou.
“O Núcleo programou essas ações, entre elas a de hoje, que resultou de um primeiro diálogo do NDCA com a ONG Sementes do Amanhã e o Cras II, e demais parceiros que já tinham realizado ações com o NDCA, para se integrarem nessa corrente tão importante de promoção dos direitos de crianças e adolescentes”, resumiu Luciana Prado, coordenadora do NDCA, que integra o Comitê Municipal de Gestão Colegiada da Rede de Cuidado e Proteção Social de Crianças e Adolescentes Vítimas ou Testemunhas de Violência (CMRPC), atual responsável por encabeçar as ações referentes ao 18 de maio.
‘Vontade de viver’
As discussões foram bem aproveitas, por exemplo, por Ana Carla Oliveira, 35 anos, da ONG Sementes do Amanhã. “Essa conscientização dá um suporte para todas as famílias, idosos e adolescentes”, avaliou a líder comunitária, cujas impressões foram semelhantes às da adolescente Luzia Cerqueira, de 13 anos.
Integrante do Núcleo de Cidadania Adolescente (Nuca) e frequentadora das aulas de violão e capoeira, oferecidas pelo Cras II, Luzia afirmou que as atividades proporcionadas pelo SCFV lhe fizeram superar uma série de problemas pessoais. “Isso é bom para aprender a viver. Antes, eu era depressiva, e hoje, graças a Deus, não sou mais. Estou mais alegre e com mais vontade de viver”, confidenciou a adolescente, que foi ao Cras II ao lado da mãe, do irmão e de alguns vizinhos.