Meio Ambiente Minas Gerais
Parque Estadual do Rio Preto atrai visitantes de todo o estado 
Recanto preservado com mirantes, cachoeiras e espécies do Cerrado, Unidade de Conservação fica no Alto Jequitinhonha, próximo a Diamantina
26/05/2023 09h00
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Secom Minas Gerais
Evandro Rodney

“A origem do nome do parque é a existência de rio homônimo, que atravessa o seu interior”, explica o gerente da unidade, Antônio Augusto de Almeida. Em 1991, o Rio Preto foi declarado “Rio de Preservação Permanente” pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF) , concretizando pedido da comunidade de São Gonçalo do Rio Preto. Dois anos depois, foi sancionada a lei que autorizou a criação do Parque Estadual do Rio Preto, com o objetivo principal de proteger as nascentes do rio.

O parque conta com quatro roteiros temáticos, com atrativos e trilhas próprios. No roteiro Convivência com a Fauna e a Flora está a Trilha do Cerrado, com 4,6 quilômetros de extensão. 

Esse roteiro permite visualização e convivência com o ambiente e a fauna do bioma Cerrado, e é formado por conjunto de trilhas que se inicia próximo ao córrego das Boleiras. A partir daí, segue em direção ao Poço do Veado, avança pelo Poço de Pedra e Vau Bravo, terminando no Vau das Éguas e retornando todo o trajeto.

“Apesar da distância, a caminhada compensa por sua bela paisagem e pelos excelentes locais para banho que o Rio Preto proporciona”, observa Antônio Augusto Tonhão.

Infatil 

Já a Trilha das Crianças possui 550 metros de extensão, com sinalização interpretativa voltada para crianças. Começa próximo ao restaurante do parque, passa por trecho de mata fechada até o vestiário da área de camping e chega à prainha, local para banho. É a trilha mais visitada por localizar-se próxima às estruturas do parque.

Praias de rios e cachoeiras

O trajeto para a Trilha da Cachoeira do Crioulo tem 6,5 quilômetros de extensão. Possui uma queda de 30 metros, poço para banho e pequena praia com areia branca. O passeio não pode ser feito em dias de chuva e aconselha-se que seja iniciado antes das 11 horas. O grau de dificuldade é de médio a alto.

A trilha da Cachoeira das Sempre-vivas possui 4,5 quilômetros de extensão. É possível ver sempre-vivas no percurso até chegar à cachoeira, que leva o nome da planta e possui uma queda d’água de 15 metros. 

Também é recomendado que a trilha seja iniciada antes das 11 horas. O grau de dificuldade é de médio a alto.

Já a trilha das Corredeiras possui 5,2 quilômetros de extensão, mas a distância total a ser percorrida, desde a sede, é de 10,4 quilômetros. O percurso abrange o poço de Areia, com formações rochosas em tons de branco, rosa e laranja, semelhantes ao mármore. O trajeto não pode ser feito em dias de chuva devido às pedras escorregadias. O grau de dificuldade é de médio a alto.

Menos dificuldade 

Com grau de dificuldade baixo, a trilha da Forquilha tem 2,2 quilômetros de extensão. O local é sinalizado e de fácil acesso. Tem esse nome por ser o encontro do córrego das Éguas com o Rio Preto, formando uma grande piscina natural.

A trilha do Poço de Areia possui 2 quilômetros de extensão. No percurso, é possível observar fauna e flora locais, assim como um poço formado pelas águas do Rio Preto e que se transforma em uma piscina natural. O grau de dificuldade é baixo. 

Mirantes

O caráter geomorfológico do parque é um importante fator paisagístico e se transforma em um importante atrativo ecoturístico da unidade. 

Os diversos mirantes existentes no parque são pontos mais altos que permitem visões privilegiadas de diferentes paisagens. São de fácil acesso e alguns deles se localizam em trilhas de outros roteiros.

O mirante da Estrada Real é onde está localizado o marco da Estrada Real. Ele propicia vista panorâmica para o pico Dois Irmãos e para trechos do Rio Preto. Em seu entorno encontram-se afloramentos rochosos e vegetação de campo rupestre. Está situado a 2,1 quilômetros da sede do Parque e a 92 metros da estrada principal do parque. O grau de dificuldade é baixo.

O mirante do Lajeado propicia vista panorâmica para grande parte da bacia do córrego das Éguas, com piscinas naturais, lajeados e vegetação de Cerrado e mata ciliar. 

Pode-se observar também o morro do Alecrim, parte do pico Dois Irmãos, o limite Leste do parque com o município de Felício dos Santos, e ao fundo, a serra da Pedra Menina. A trilha de acesso possui 3,4 quilômetros e está no mesmo caminho para a trilha das cachoeiras. O grau de dificuldade é médio.

O mirante da Lapa propicia vista panorâmica para a porção Norte do parque, voltada para a portaria. Está situado a 113 metros a partir da estrada principal do parque, com grau de dificuldade baixo. 

O mirante do Monjolo proporciona vista panorâmica para o vale do Ribeirão das Éguas e do Rio Preto, bem como do pico Dois Irmãos e Serra do Jambreiro. A trilha de acesso possui 2,6 quilômetros e também está no mesmo caminho para a trilhas das cachoeiras. O grau de dificuldade é médio.

Também com grau de dificuldade médio, o Mirante da Pedra está localizado no caminho da trilha das cachoeiras e possui 2,8 quilômetros de extensão. Propicia vista panorâmica para o vale do Ribeirão das Éguas e para o Rio Preto.

Pinturas rupestres

Já foram identificados no Parque Estadual do Rio Preto 32 sítios de interesse arqueológico, sejam possuidores de testemunhas pré-coloniais ou de interesse histórico. 

As pinturas são atrações de fácil acesso, mas as visitações são restritas. A Lapa das Piabas abriga um sítio arqueológico que preserva figuras rupestres ainda não estudadas, com formas semelhantes a peixes. A trilha de acesso possui 1,4 quilômetros a partir da estrada principal do parque e o grau de dificuldade é baixo.

Na Lapa do Tatu está um sítio arqueológico localizado na estrada interna do parque. É formado por um bloco de rocha com dois pequenos abrigos: um deles com uma figura rupestre de um quadrúpede, semelhante a um tatu, de onde se origina o nome. Está situada a 1,3 quilômetros da entrada do parque com grau de dificuldade baixo.

Já a Lapa do Tropeiro tem 30 metros e possui um sítio arqueológico que já foi parada de tropeiros que transitavam pela Estrada Real, de São Gonçalo do Rio Preto a Diamantina, transportando mantimentos, pedras e metais preciosos. 

A trilha de acesso possui 1 quilômetro a partir da estrada principal do Parque, com grau de dificuldade baixo. Por fim, o moinho de Fubá está localizado a 790 metros da estrada principal, saindo do heliporto em sentido às pinturas rupestres. O grau de dificuldade é baixo.

Rio Preto

O Rio Preto é um afluente da margem esquerda do Rio Araçuaí que, por sua vez, o é do Jequitinhonha. A área do parque abrange todas as suas nascentes, até o início do curso médio, a partir do vilarejo de Santo Antônio. Ao longo do percurso, no interior do parque, o rio proporciona várias configurações da paisagem, que definem os locais para a visitação pública.

O parque está inserido no complexo da Serra do Espinhaço, região alta do Vale do Jequitinhonha, e suas formações geológicas são características deste sistema, com presença de diversos afloramentos rochosos.

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