Na manhã desta quarta-feira, 24, o Comitê Municipal de Gestão Colegiada da Rede de Cuidado e Proteção Social das Crianças e dos Adolescentes Vítimas ou Testemunhas de Violência (CMRPC) realizou a palestra “Proteção dos direitos da criança e do adolescente no mundo digital”, ministrada pelo psicólogo e Rodrigo Nejm, doutor em psicologia, que atua há 16 anos na proteção on-line de crianças e adolescentes e na educação digital com foco em bem-estar e segurança. O evento fez parte da programação da campanha “Faça Bonito: Escutar é proteger” pelo fim do abuso e exploração sexual de crianças e adolescestes.
Durante o evento, que aconteceu no auditório Lúcia Dória (Cemae), Rodrigo buscou responder todas as perguntas sobre o acesso seguro de crianças e adolescentes, e foi bastante enfático: “Entendam a internet como o local onde as crianças tem contato com o mundo inteiro, se a criança não tem idade para estar sozinha na rua, na praça, significa que ela também não tem idade para estar sozinha na internet, porque elas podem saber apertar botões, mas não sabem noções de perigo, como se proteger, elas dependem de você, pai, de você, mãe, da avó, tia, e também dos professores para falar deste tema na sala de aula”.
Rodrigo apresentou elementos para o acesso à internet de crianças e adolescentes de forma segura, como a utilização de ferramentas de segurança da própria plataforma, que possuem canais para denúncia de forma sigilosa de crimes como estupro virtual e extorsão. “Lembrando que a denúncia também pode ser feita diretamente na delegacia, ao Conselho Tutelar, no Disque 100”, explicou Rodrigo, que reforçou a importância da denúncia para evitar que o crime se perpetue.
Os adolescentes do Núcleo de Cidadania Adolescente (NUCA) subiram ao palco e interagiram com o palestrante, com perguntas como: quais são os sinais de que alguém está sofrendo violência na internet? E ouviram a seguinte resposta de Rodrigo: “ o colega deixou de usar as plataformas, parou de jogar, é um sinal de algo errado. Também é muito importante não apagar a conta em caso de violência, o correto é bloquear ou deixar de usar, pois, quando se apaga, você perde as provas do crime”.
O secretário de Desenvolvimento Social, Michael Farias, que na oportunidade representou a prefeita Sheila Lemos, agradeceu ao Comitê, pela condução da programação da campanha, e ao palestrante, por ter aceitado o convite. “Este tema é muito oportuno e já nos preocupa enquanto rede de proteção, pois a internet reproduz o mesmo comportamento e crimes que são cometidos fora dela, e com a capacidade de destruição muito maior. Por isso, convidamos todos os profissionais da rede de proteção a participarem deste momento”, destacou Michael.
A delegada Rosilene Moreira Correia agradeceu em nome do Comitê o engajamento de todos para realização da campanha e também falou sobre a preocupação com os crimes contra crianças e adolescentes na internet. “Estamos engajados, unidos nesta causa. Estamos aqui para ouvir e prevenir o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. E já verificamos o aumento deste crime em nossa cidade, temos investigado alguns casos importantes de exploração sexual e abuso”, comentou Rosilene.