Oficina de lambe-lambe do coletivo POC no Centro Integrado de Direitos Humanos (CIDH) e sarau cultural na Praça Nove de Novembro do coletivo Multiverso Cultural marcaram a programação do Maio da Diversidade, nesta sexta-feira, 19 de maio.
Com o objetivo de dar visibilidade aos artistas LGBTQIAP+ de Vitória da Conquista, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (Semdes), por meio da Coordenação de Promoção e Políticas LGBT, convidou os coletivos para promoverem ações dentro da programação do Maio da diversidade. “Este é um mês dedicado às conquistas e lutas enfrentadas pela comunidade LGBTQIAP+, e arte é um instrumento de luta contra a LGBTfobia. Nós agradecemos aos coletivos que aceitaram o convite de participarem da programação do Maio da Diversidade”, ressaltou o secretário da Semdes, Michael Farias.
No CIDH, o coordenador do coletivo POC, Jonathan Castro, realizou a oficina de lambe-lambe, uma ferramenta de democratização das artes, de democratização da palavra, muita antiga, que resiste até os dias atuais. “O lambe tem essa potência de trazer as pessoas para a rua, de olhar, de observar, ler, escrever, pensar sorrir, refletir. Para mim é uma ferramenta artística que pode vir não apenas em palavras, mas também em imagem”, explicou Jonathan.
Malu Araújo, que participou da oficina, conta que o seu olhar para os lambes que estão espalhados por todos os lugares mudou. “O lambe é uma forma democrática de arte, que permite que as pessoas se sintam abraçadas pela arte. Olhar para um lambe, que é comunicação pura, e transformá-la em arte acessível para todos é o meu objetivo”, destacou Malu.
Na Praça Nove de Novembro, o sarau do Multiverso Cultural levou várias manifestações artísticas, a exemplo de música com Marlua, Balaio, Dona Iracema, Larissa Caldeira, Marcele Cilane, Agnus, Djs, artesanato, culinária, moda, tatuagem. Segundo a coordenadora do coletivo, Renata Barreto, é muito importante ocupar os espaços, sobretudo às praças, levando a diversidade, levando o preceito de que ser diferente é ser bonito.
“Estamos ocupando lugares com este ideário de ser e existir como a gente é, que os olhos sejam mais de contemplação e não de opressão e que essa multiplicidade, que é o sarau Multiverso, onde todas as formas de pensar comungam juntas, possa colorir essa praça. Estamos aqui hoje, dando o tom, dando linguagem, dando musica, alegria, e estamos oportunizando o encontro”, salientou Renata.
Para Bartira de Jesus Oliveira, que trabalha com porcelana fria em seu ateliê Orun Artes, o espaço do Multiverso é um espaço inclusivo. “Aqui todos se sentem abraçados, pregamos a não descriminalização, então é muito importante poder está aqui na praça, na programação do Maio da Diversidade, porque tem tudo a ver com o Multiverso e nós como pessoas LGBT, a gente se sente muito especial e acolhido, em ter um espaço que a gente possa ser quem nós somos, sem julgamentos, com muito incentivo para conseguir viver do que a gente gosta”, declarou Bartira.