O Grupo Tortura Nunca Mais-SP, fundado por Dom Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Sobel e o Pastor James Wright, com uma reconhecida folha de serviço prestada em favor da democracia em décadas de arbítrio de nosso País, se solidariza com Ariel de Casto Alves, liderança e militante respeitado em todo o país por sua atuação em defesa dos direitos humanos, em especial na área da criança e do adolescente.
Consideramos a exoneração realizada pelo ministro Silvio de Almeida, de forma intempestiva, uma atitude injusta com um Secretário que vinha atuando com denodo e extrema dedicação junto ao Ministério. A sua exoneração, certamente, empobrece a atuação nessa área sensível da criança, embora façamos votos de que o Ministério possa continuar cumprindo seu papel na defesa desse segmento mais fragilizado da população.
A colaboração de Ariel, nesse pouco tempo em que esteve presente em todas as situações de violência contra crianças e adolescentes, contribuiu para mobilizar a sociedade em defesa das crianças yanomami, às vítimas da chuva no litoral paulista, entre diversas outras atividades que seria exaustivo enumerar.
Como Secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério dos Direitos Humanos foi eleito presidente do Conanda (Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente) e, em consonância com o Ministério, promoveu a reestruturação do órgão que passou de 18 para 30 conselheiros com interface com outros ministérios do governo, a exemplo do Ministério da Igualdade racial, dos Povos Indígenas e Secretaria da Juventude.
Como presidente do Conanda assegurou a realização da 12.ª Conferência Nacional da Criança e do Adolescente, prevista para este ano no mês de novembro. Garantiu, ainda, a participação de dezenas de adolescentes junto ao Conanda como protagonistas, com apoio de organismos internacionais. Em sua rápida, mas eficiente gestão à frente do Conanda, aprovou, com os conselheiros, destinação de recursos do Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente — órgão com recursos próprios — para o primeiro censo nacional sobre crianças e adolescentes em situação de rua, medida inédita, nunca aventada nem realizada. Sem quantificar e sem conhecer a realidade dessa população excluída, a realização de políticas públicas para este segmento se dificulta e penosa.
A lista de atividades profícuas em seu curto período à frente da Secretaria e do Conanda, apresenta dezenas de itens relevantes que não caberia aqui enumerar.
Vale lembrar que Ariel de Castro Alves, com 46 anos, dedicou até agora 23 anos à defesa como advogado e militante à causa dos direitos humanos. E por essa atuação recebeu vários prêmios, entre eles da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Por esse motivo, o Grupo Tortura Nunca Mais — SP, do qual Ariel foi presidente, continuará sendo sempre um dos nossos presidentes de honra, por sua competência, lealdade à causa e trabalho dedicado e incansável. Presente em todos os momentos e mesmo em qualquer hora, seja do dia e da noite, na defesa dos direitos da criança e do adolescente. Que são o futuro de nossa Nação e aos quais a Constituição assegura prioridade nas ações.
Dessa forma, lamentamos a exoneração de Ariel de Castro Alves, ocorrida no dia 4 de maio, de forma que surpreendeu a toda a sociedade, em especial às entidades de direitos humanos e ao próprio Ariel, e esperamos que o atual Ministro encontre um substituto à altura e que possa levar adiante as conquistas já obtidas nesses primeiros meses de governo democrático de Lula. Neste momento histórico de confronto com setores golpistas necessita de pessoas competentes e leais ao seu lado.
Temos certeza de que Ariel com cargo ou sem cargo continuará na sua missão pessoal e certamente abençoada por Deus na defesa do segmento mais vulnerável de nossa população. E que esse mesmo Deus possa guiar os passos do atual Ministro Silvio de Almeida nos acertos e vitórias na área dos Direitos Humanos tão maltratada e abandonada no último governo que, felizmente, a Nação repudiou com seu voto.
6/05/2023.
Assinam:
Paulo Sampaio — Presidente.
Rose Nogueira, Vilma Amaro, Vagner Cano, Rosa Cantal, diretores executivos.
Grupo Tortura Nunca Mais-SP.
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