O Dia Mundial do Trabalho porque enfrenta o desemprego estrutural imposto pela automação em alta escala da atividade produtiva, o retrocesso nas conquistas sociais obtidas no passado com as políticas governamentais neoliberais que precarizam as relações de trabalho e o consequente enfraquecimento dos sindicatos de trabalhadores no confronto com os detentores do capital. Todos os problemas enfrentados na atualidade pela classe trabalhadora no mundo resultam do fato de o sistema capitalista se defrontar com a queda na taxa de lucro que obriga os capitalistas a promoverem incessante e impetuoso desenvolvimento técnico, impulsionado pela concorrência entre eles, obrigando-os a investir na automação que lhes permitem aumentar a produtividade produzindo o mesmo com menos tempo de “trabalho vivo”, isto é, desempenhado pelo trabalhador.
É possível imaginar que as atividades produtivas do futuro contarão cada vez menos com a presença de seres humanos na linha de produção. Fábricas automatizadas e robotizadas significam indústrias com cada vez menos gente. Em três décadas foram eliminados 6 milhões de postos de trabalho industriais nos Estados Unidos fazendo com que o emprego nas fábricas atingisse o patamar da década de 1940. Os empregos que envolvem funções repetitivas vão desaparecer rapidamente nos próximos anos. Nos países ricos, estima-se que 25% de todas as funções na indústria deverão ser substituídas por tecnologias de automação até 2025. No mundo, a estimativa é que 60 milhões de postos de trabalho em fábricas sejam eliminados. Esta pressão para introduzir máquinas que permitem poupar trabalho conduz, no entanto, a uma diminuição relativa da força de trabalho em comparação com os meios de produção, matérias-primas etc.
Vivemos sem sombra de dúvidas uma era definida pela mudança fundamental entre trabalhadores e máquinas e que esta mudança coloca em xeque uma das hipóteses básicas sobre a tecnologia de que as máquinas são instrumentos que aumentam a produtividade dos trabalhadores. Ao invés disto, as máquinas estão se transformando em trabalhadores. O avanço tecnológico tem gerado cinco consequências: 1) o aumento do desemprego que atinge trabalhadores qualificados e não qualificados; 2) a queda no consumo ou demanda geral de bens e serviços e a redução do poder aquisitivo da população trabalhadora devido ao aumento do desemprego; 3) a precarização das relações de trabalho em prejuízo dos trabalhadores qualificados e não qualificados; 4) o enfraquecimento da luta dos sindicatos em prol dos trabalhadores; e, 5) o declínio da classe média com grandes implicações de natureza política haja vista que ela dá sustentação política à burguesia. As consequências políticas do fim do emprego, que atinge trabalhadores qualificados e não qualificados, graças ao avanço tecnológico são bastante graves porque a população precisa trabalhar para sobreviver. Esta situação poderá abrir caminho para o advento de ditaduras para manter a ordem capitalista dominante e a exploração da classe trabalhadora ou de revolução social para abrir caminho para uma nova ordem social que leve ao fim a exploração da classe trabalhadora.
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* Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.