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Descendentes de judeus têm direito a cidadania portuguesa
Genealogista comenta como brasileiros com ascendência judaica sefardita podem conseguir a cidadania portuguesa, além contar os meios que facilitam ...
30/03/2023 23h55
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Agência Dino
Foto: Reprodução

Os judeus que viviam na Península Ibérica, atualmente Portugal e Espanha, eram chamados de Sefarditas. Segundo o Dicionário Sefaradi de Sobrenomes (2020), da Editora e Livraria Sêfer, o termo tem origem na denominação hebraica para a região, e refere-se aos descendentes de judeus originários dos dois países, e que sofreram perseguições religiosas. Atualmente, é possível obter a cidadania portuguesa por meio da comprovação da ascendência judaica sefardita em um processo chamado de naturalização. 

Em 2015, por meio da Lei Orgânica nº 1/2013, de 29 de julho e do Decreto-Lei 30-A/2015, de 27 de fevereiro, Portugal passou a conferir o direito à cidadania portuguesa aos descendentes de judeus sefarditas, para aqueles que comprovassem essa ligação através de documentos oficiais emitidos pelas Comunidades Judaicas de Lisboa ou Porto. 

Esse processo envolve a comprovação da ascendência sefardita, que pode ser feita com documentos que atestem a origem judaica de seus antepassados. Alguns dos documentos que podem ser apresentados incluem certidões de nascimento, casamento ou óbito, registros religiosos, contratos de casamento, testamentos, entre outros.

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De perseguição ao direito a cidadania portuguesa

O direito de cidadania, por meio da legislação portuguesa, é uma reparação histórica aos descendentes de judeus que, a partir do final do século XV, passaram a ser perseguidos pela Inquisição, sendo forçados à conversão ao catolicismo. “Muitos deles fugiram para o Brasil e para outros países da América, como Argentina e para os Estados Unidos”, explica Guilherme Faiguenboim, membro fundador da Sociedade Genealógica Judaica do Brasil e do Arquivo Histórico Judaico Brasileiro e um dos autores do Dicionário Sefaradi de Sobrenomes.

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O pesquisador conta que, devido ao período conturbado, existe a dificuldade de obtenção de registros genealógicos, mas que o acesso a documentos que comprovem o vínculo do pretendente à cidadania portuguesa, como livros e estudos, são um importante ponto de partida na busca do processo de naturalização. 

Faiguenboim destaca o resultado de seu estudo que registrou aproximadamente 16 mil sobrenomes e suas origens, e permite, para quem está começando a busca de seus antepassados sefaraditas, s, identificar locais onde existem registros e documentos válidos que comprovem a ascendência judaica, necessários para entrada no pedido de cidadania.

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O processo para o reconhecimento da cidadania portuguesa

Faiguenboim explica que a primeira etapa é buscar informações sobre os antepassados que possam ter origem sefardita e portuguesa. “Isso pode ser feito por meio de pesquisas em documentos de família, títulos de propriedade e outras fontes de informação como livros, certidões em cartórios e registros em sinagogas e cemitérios judaicos”, orienta. 

O pesquisador lamenta que muitas pessoas não saibam que a ascendência judaica sefardita é uma porta de entrada para a cidadania portuguesa, e consequentemente, para outras nações da União Europeia. “Existem algumas razões para isso, mas a mais importante é que essa informação não é amplamente divulgada, o que pode dificultar o acesso das pessoas a essa possibilidade”, explica.

Para Faiguenboim, muitas pessoas ainda desconhecem o processo de obtenção da cidadania portuguesa por meio da ascendência judaica sefardita e acreditam que a única forma de a obter é através de atribuição direta, ou seja, de pais para filhos ou avós para netos, casamento ou residência em Portugal. “As pessoas acreditam que a obtenção da cidadania portuguesa por meio da ascendência judaica sefardita é um processo complicado e caro, o que pode desestimulá-las a buscar essa possibilidade”, completa.

É importante ressaltar que o processo de naturalização é bastante burocrático e exige muita atenção aos detalhes e aos prazos estabelecidos. “É importante contar com um advogado especializado em cidadania portuguesa para garantir que todo o processo seja realizado de forma correta e eficiente”, diz Faiguenboim. Também é possível contratar um genealogista profissional para auxiliar na busca por informações.

Para saber mais, basta acessar: sefer.com.br