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Como a relação cintura/altura pode afetar a saúde?
Indicador alternativo ao IMC pode indicar doenças cardiovasculares; endocrinologista aponta dicas para emagrecimento saudável
13/03/2023 16h51
Por: Fábio Costa Pinto Fonte: Agência Dino
Foto: Reprodução

A obesidade é definida pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como o acúmulo anormal ou excessivo de gordura no corpo. De acordo com o órgão, uma pessoa com IMC (Índice de Massa Corporal) entre 25 e 29,9 kg/m2 pode ser diagnosticada com sobrepeso e quando maior ou igual a 30 kg/m2 é considerada obesa. Tais medidas já estão estabelecidas e servem de base para muitos estudos, porém há outro indicador de peso menos conhecido chamado de RCA (relação cintura/altura) ou RCE (relação cintura/estatura). 

Enquanto o IMC usa como parâmetro a relação entre a estatura e o peso, o RCA é resultado da divisão da circunferência da cintura pela altura. Ou seja, o foco no segundo caso é o acúmulo de gordura na região abdominal e não no corpo como um todo.

Atualmente, a obesidade atinge 25,9% da população brasileira - cerca de 41,2 milhões de adultos são obesos, além de 4,1 milhões de adolescentes e 3,1 milhões de crianças, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde 2020, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

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Para além da questão estética, a obesidade está relacionada a diversas doenças, como maior risco de diabetes, hipertensão arterial e problemas cardíacos. A associação entre peso e problemas de saúde cardiovasculares pode ser ainda maior quando a distribuição da gordura está concentrada na área abdominal, de acordo com um estudo desenvolvido por pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista). 

Foi identificado que até mesmo pessoas fisicamente ativas e sem sobrepeso têm maior probabilidade de desenvolver distúrbios no coração quando os valores da RCA são próximos ao limite do risco.

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Outra pesquisa brasileira realizada na UFBA (Universidade Federal da Bahia) aponta que os indicadores de obesidade abdominal são melhores para determinar risco coronariano elevado do que o IMC. Os valores de referência do RCA são: menor que 0,5 - baixo risco; entre 0,5 e 0,6  - risco aumentado; e maior que 0,6 - risco muito aumentado. 

“A relação cintura altura tem prometido ser um método simples, de baixo custo e que não

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depende do sexo, etnia ou idade do paciente para análise do risco de desenvolver

doenças cardíacas”, aponta a Dra. Lilian Kanda, endocrinologista.

 

Segundo a Dra. Kanda, que é mestre em Diabetes e Diabetes Gestacional e membro da ADA (American Diabetes Association), levar em consideração o índice RCA pode contribuir para uma vida mais saudável. 

“Se você conseguir manter a circunferência da cintura abaixo da metade da altura, reduzirá o risco de doenças associadas à gordura abdominal, como acidente vascular cerebral, doenças cardíacas e diabetes”, afirma. Tal gordura também é chamada de gordura visceral por envolver o fígado e outros órgãos. 

Ainda de acordo com a médica, a adoção deste padrão de medidas pode auxiliar quem busca pela perda de peso sem descuidar da saúde. “Não é somente o emagrecimento que importa, é o que se come”, diz ela, citando dietas ricas em fibras solúveis, proteínas em quantidade adequada e peixes e alimentos ricos em poli-insaturados, bem como a ingestão abundante de água.

Na busca pelo equilíbrio entre o peso ou o corpo que se almeja e a saúde, a endocrinologista também aconselha evitar gorduras trans, alimentos processados e embutidos; comer menos carboidratos de absorção rápida e mais alimentos que contenham probióticos. Por fim, ressalta que é preciso evitar o estresse, manter a qualidade do sono e a prática de atividade física em pelo menos 150 minutos por semana, de forma dividida.