A industrialização do território brasileiro teve cinco fases ao longo da história: 1) Implantação de engenhos de açúcar (1500-1808); 2) Abertura de fábricas e pequenas manufaturas (1808-1929); 3) Industrialização substitutiva de importações (1930-1955); 4) Internacionalização da industrialização substitutiva de importações (1956-1990); e 5) Desindustrialização da economia brasileira (1990- presente).
Conclusões
No setor industrial, o governo Lula se defronta com o quádruplo desafio de: 1) reverter o processo de desindustrialização que o Brasil sofreu de 1990 até o presente momento a partir da introdução do modelo econômico neoliberal que devastou a economia brasileira; 2) desconcentrar a indústria do Brasil com a implantação de novas indústrias nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil; 3) promover o desenvolvimento da Indústria 4.0 no País, e, 4) tornar a indústria brasileira sustentável ambientalmente.
A reindustrialização do Brasil requer a adoção das estratégias seguintes:
1) Abandonar o modelo econômico neoliberal com sua substituição pelo modelo nacional desenvolvimentista com o Estado brasileiro atuando no planejamento da economia nacional e como indutor do processo de desenvolvimento econômico e social.
2) Incentivar a implantação de indústrias substitutivas de importações de insumos e produtos com financiamento e concessão de incentivos fiscais para assegurar a autossuficiência nacional.
3) Promover a abertura seletiva da economia brasileira para proteger a indústria nacional da competição predatória de insumos e produtos importados.
4) Promover o fortalecimento da indústria nacional existente no Brasil com a oferta de financiamento e concessão de incentivos fiscais.
5) Promover o desenvolvimento da indústria de bens de capital nacional para torná-la competitiva de forma permanente no mercado internacional.
6) Levar ao fim a dependência econômica e tecnológica do País em relação ao exterior promovendo o progresso científico e tecnológico autônomo, único capaz de tornar a empresa nacional competitiva de forma permanente no mercado internacional, com o fortalecimento das universidades e centros de pesquisas do Brasil.
A desconcentração da indústria do Brasil requer a adoção das estratégias seguintes:
1) Fortalecer SUDAM, SUDENE e SUDECO para colocarem em prática um plano governamental de desenvolvimento industrial das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.
2) Conceder incentivos fiscais para a implantação de novas indústrias nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.
3) Conceder facilidades de financiamentos públicos aos investimentos industriais para a implantação de novas indústrias nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil.
A modernização da indústria brasileira com sua inserção na indústria 4.0 requer a adoção das estratégias seguintes:
1) Estudar os principais problemas que a indústria brasileira enfrenta para eliminar seu atraso haja vista que ela está ainda em grande parte na transição do que seria a Indústria 2.0 da 2ª Revolução Industrial, caracterizada pela utilização de linhas de montagem e energia elétrica, para a Indústria 3.0 da 3ª Revolução Industrial que aplica automação por meio da eletrônica, robótica e programação.
2) Promover a capacitação intensiva na Indústria 4.0 de gestores, engenheiros, analistas de sistemas e técnicos nas novas tecnologias.
3) Realizar investimentos maciços no sistema de educação do Brasil para qualificação das pessoas com foco em tecnologia.
4) Investigar as diferentes tecnologias que podem ser adotadas e fazer um plano de longo prazo para modernizar gradualmente toda a indústria nacional rumo à Indústria 4.0 que é caracterizada pela integração dos chamados sistemas ciberfísicos de produção, nos quais sensores inteligentes informam às máquinas como devem operar em seus processos produtivos.
5) Estabelecer alianças estratégicas com entidades de outros países mais avançados na indústria 4.0.
6) Conceder incentivos fiscais e financeiros às indústrias que busquem se modernizar rumo à indústria 4.0.
A sustentabilidade ambiental da indústria brasileira requer a adoção das estratégias seguintes:
1) Conceder incentivos fiscais e financiamentos às indústrias que adotarem ações ambientalmente sustentáveis.
2) Buscar o estabelecimento pelas indústrias de metas de sustentabilidade ambiental a serem perseguidas.
3) Estabelecer com as indústrias metas de sustentabilidade ambiental relacionadas com o uso de recursos naturais renováveis e a adoção de práticas inteligentes que promovam o desenvolvimento econômico e social sem comprometer o futuro das próximas gerações.
4) Estabelecer com as indústrias metas de sustentabilidade ambiental relacionadas com a não poluição ou poluição mínima possível do meio ambiente, o descarte dos resíduos de forma adequada com o uso da logística reversa, a utilização da energia renovável sempre que possível, a reutilização da água ao máximo nos processos industriais e a implementação de uma cultura de desenvolvimento sustentável.
5) Estabelecer com as indústrias metas de sustentabilidade ambiental relacionadas com a não poluição do ar, das águas e do solo, a não eliminação de resíduos nos mares e rios, a não destruição da fauna e da flora, a não invasão do habitat de animais silvestres, o não desbalanceamento da cadeia alimentar e a não contribuição para o aquecimento global com a emissão de gases do efeito estufa.
6) Estabelecer com as indústrias metas de sustentabilidade ambiental relacionadas com a adoção da economia circular ou logística reversa para evitar a exaustão dos recursos naturais do Brasil.
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* Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.